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"Sensei, escrevo hoje porque queria compartilhar com o Sensei algumas impressões e pensamentos que tenho tido este ano em relação aos treinos, mais notadamente, de iai.
No dia do primeiro treino do ano, na hora que tocou o alarme para acordar, tive a impressão, não sei se bem um sonho, que um monge daqueles que anda com um bastão com argolas penduradas na ponta de cima, avançou dentro do meu corpo e senti uma energia de "Vamos!", e levantei super bem e o treino foi ótimo, e assim tem sido todos os treinos do ano.
Depois disso, tem me ocorrido uns pensamentos sobre o treino de iai, como o fato de que todos os cortes, de qualquer estilo, precisam ser fortes e decididos como os cortes que se exige para as graduações do Niten. Não me parece que existe outra forma de corte, senão essa, expirando o ar, com sentimento de cortar o adversário, com movimento correto dos braços e, quando andando, aproveitando a energia cinética do corpo.
Quando estes cortes começam a sair, parece que muda o kiai, ele não é mais um kiai de treino, é de guerra. Não tem como cortar desse jeito e soltar um kiai simples. Se for para cortar correto, o kiai tem que ser correto, tem que ser de guerra, também tem que refletir o sentimento de cortar o adversário, talvez até mais, o sentimento de sobreviver porque foi capaz de cortar o adversário.
Sensei, não sei bem se é isso. Mas me parece ser isso. Não tem como treinar iai se não for assim. No passado talvez, talvez até porque isso nunca tinha me ocorrido, mas agora que pensei nisso, acho que é um caminho sem volta.
Sensei, domo arigatô gozaimashitá por tudo, especialmente porque o Sensei sempre tira uns minutos para ler o que eu penso!"
Simões - Unidade Curitiba
Iai de guerra