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Esta reportagem foi escrita por um dos alunos jornalistas do Niten. Colocarei meus comentários à medida que se fizerem necessários.
"No dia 14 de maio as montanhas Belo-Horizontinas foram tomadas por um exército de Samurais, vindos de todos os cantos do Brasil, e também da Argentina.
"duelo de Funajima"
"vindos de todos os cantos do Brasil"
Quem esteve presente viu que cada duelo carregou a energia de uma batalha inteira. As novas regras para cada modalidade tornaram o espírito da disputa ainda mais próximo ao de um combate real: Nas modalidades de katas em dupla (Jô, kusarigama e jitte) os combatentes deveriam trocar de armas a cada duelo, não dando espaço para que se escondessem deficiências técnicas dos participantes.
O samurai, guerreiro como era, devia conhecer a aplicação de várias armas para conseguir seus objetivos: defender seu castelo e proteger seu senhor. Para tanto o conhecimento de Jitte, Kusarigama, Jo, Naginata eram imprescindíveis pois, para cada situação, deveria saber usar a arma apropriada.
Nota-se o Samurai ao centro com a Jitte
Jitte Tessen (leque de ferro): armas do Samurai
As mudanças mais radicais, no entanto, foram nas categorias mais avançadas do Iaijutsu, Kenjutsu e Kobudo. Na arte de desembainhar e cortar, além de sentir a verdadeira energia de combate em cada kata, os espectadores presenciaram algo inédito: o Tameshigiri, onde os competidores mostraram suas reais habilidades na execução de um corte. Assombroso para quem nunca viu: O Iai deixa de ser uma sequência de formas e vira uma técnica letal.
O Iai nunca foi uma seqüência de formas. Aquele que era habilidoso em sacar a sua espada obtinha uma grande vantagem sobre aquele que desconhecia essas técnicas.
"algo inédito: o Tameshigiri"
"Assombroso"
Já nos embates diretos (Kenjutsu e Kobudo), o destaque foram as semifinais, marcadas por duelos de melhor de três, nos quais, no segundo e terceiro combate, os competidores lutaram com armas e kamaes sorteados. A mudança colocou à prova a capacidade de improviso e adaptação de estratégia de cada um, e também o conhecimento dos guerreiro das diversas posturas e armas do Kobudo, qualidade tão valorizada por Miyamoto Musashi.
Um guerreiro, seja de qual civilização for, está proibido de dar a desculpa de que utiliza somente tal arma ou tal Kamae (forma de lutar) perante seu adversário. É um especialista. Não um guerreiro.
Postura do Hidari Naname Chudan
Defesa com a mão no dorso da lâmina
Estocada com a espada menor
Qualquer que tenha sido o resultado para cada um dos competidores, todos emergiram vitoriosos! Ao final do evento o Sensei destacou o crescimento do nível técnico do grupo ali reunido, e convidou aqueles que perderam seus combates a refletir sobre as pequenas nuances que foram cruciais para a vitória do adversário.
Vimos lutas fantásticas, que vão ficar marcadas na memória de todos que estiveram lá.
Myamoto Musashi em Nito Hidari Waki, uma das técnicas do Niten
O evento foi especialmente coroado pelos 10 anos do Niten em Belo Horizonte, e pela hospitalidade do povo mineiro, que mais uma vez abriu as portas de suas casas para o Niten. Que venham mais 10 anos de vitórias, não importam as adversidades que o caminho apresente!
O tempo urge e é incrível constatar que em uma das cidades mais importantes desse país, tão distante do Japão (Belo Horizonte), comemorou-se 10 anos de artes samurais em Belo Horizonte, através do Instituto Niten.
"fiéis a seus princípios e ideais"
Por fim, as palavras do Sensei deram todo o tom do evento: Mais do que apenas preservar, o Niten é o único “local” no mundo que realmente resgata as artes antigas. E neste final de semana, foi o que fizeram estes guerreiros: cruzaram espadas, fizeram amigos, e resgataram mais um pouco deste legado, que nas mãos do Niten, nunca há de morrer."
Para não alongar mais o Café de hoje, deixarei para falar sobre esse assunto noutra oportunidade.
"legado que nas mãos do Niten nunca há de morrer"