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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    20-out-2011

    Lesão LCA no Judô

    "Konbanwa Sensei!

    Shitsurei shimassu!

    Sobre o assunto do Café - Morte no Judô (
    CS - Morte no Judô - 19-out-2011), muito lamentável e triste saber que um garotinho de 6 anos teve sua vida interrompida justamente quando estava iniciando no caminho de um esporte marcial.

    Tive uma breve experiência no Judô quando morava em Teresina/PI em 2008, ocasião em que me encontrava, fisicamente, afastado do Niten.
    Resolvi tentar o Judô pois o Piauí gozava e ainda goza de um certo status no esporte por contar com atletas medalhistas nacionais e internacionais.

    Indo direto ao ponto! Ingressei como todo mundo. Faixa branca, 0 kyu mas trazia a bagagem do Niten comigo o que logo
    chamou a atenção dos professores. Os treinos não eram leves não e logo percebi que era muito fácil se machucar.
    Buscava sempre fazer tudo com muito cuidado e com atenção. Entretanto, em um shiai que era realizado toda sexta-feira
    me confrontei com um jovem faixa roxa ou marrom, não me recordo. O jovem veio com muita energia! Tentei, dentro do
    que eu havia aprendido, aplicar uma técnica, o Uchi Gari, se não me engano. Ele era bem forte e conseguiu reagir rápido mas o contragolpe fora violento de modo que de imediato tive uma ruptura do LCA da minha perna direita. Foi uma dor tremenda! Não sabia se ficava em pé, deitado ou em seiza! Ainda quis continuar mas o Senpai que coordenava o Shiai me mandou sentar e aguardar. Saí do dojo mancando e com muita dor.
    Só soube do rompimento após consulta com médico ortopedista que logo diagnosticou a minha situação como caso cirúrgico. Fiz a operação em 2009 e hoje tudo bem, mas ainda sinto alguma dor, suportável felizmente. Isso me tirou de cena! Tive que entrar de licença médica por um mês no trabalho, dentre outras pequenas inconveniências.

    Sensei, não quero aqui culpar ninguém. Se alguém foi culpado, possivelmente eu ou pessoa alguma. Foi uma causalidade. Mas no consultório o médico que me diagnosticou, confessara que estava preocupado pois esse tipo de de lesão estava aparencendo com alguma constância.
    Felizmente ainda não soube de nenhum caso fatal no Piauí.

    Gostaria de deixar uma certa impressão que tive ao assistir treinos de judô e participar de alguns. Observei que à medida que os alunos iam se graduando não iam, infelizmente, apurando a técnica. Lutas de faixas roxas e marrons me pareciam meio truculentas, sem a beleza da ARTE marcial. Eram embates de força. Eu me perguntava: o Judô não é o Caminho da Suavidade?! Cadê a suavidade? Com isso, RESSALTO também não estou querendo desmerecer nenhuma academia, atleta de judô ou mesmo a elevada arte desenvolvida pelo Jigoro Kano Sensei. Ainda hoje guardo meu judogi. Mas já tendo treinado Kenjutsu, ficou muito evidente esse aspecto. Hoje podemos ver graduados de kenjutsu a partir do 5° kyu fazerem lutas com técnica, estratégia e muita energia sem ser simplesmente choques de espadas de bambu.

    No mais, rogo para que a família do pequeno guerreiro tenha paz e consiga superar essa perda tão trágica.

    Shitsurei shimassu pela extensa mensagem Sensei.

    Domo arigatou gozaimashita por sempre buscar nos corrigir a direção no Caminho!

    Sayounara"

    Helano - unidade Fortaleza
     

     

    Veja o que respondi:
     
    A lesão que você teve (LCA= rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho), em minha experiência , só ocorre se houver um forte traumatismo como em um acidente de carro ou em um "carrinho" bem aplicado no futebol.  No seu caso, é de se espantar, pois você tem um porte físico avantajado em relação a maioria.
    Acredito que suas palavras contribuirão para a conscientização e desenvolvimento de um judô saudável  no Brasil e na América Latina, onde o Niten tem a sua influência.
    Meu pai treinou judô (chegou à preta), eu treinei e meus filhos também treinaram.
    Nutrimos paixão e somos gratos a esta modalidade esportiva, mas não podemos nos calar para evitar que mais crianças (e adultos)  continuem sendo vítimas de instrutores desqualificados.




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