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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    28-jun-2013

    Sensei na velocidade da luz



    "Normalmente não escrevo para o Sensei, pois prefiro conversar pessoalmente, já que às vezes um olhar é mais significativo do que palavras.

    Matriculei-me no Niten no dia 23/04/2003, e tenho certeza de que, em todos os treinos, recebi ao menos um "men" do Sensei. Eu bem poderia ser uma daquelas pessoas que dizem que não servem para o caminho e ter desistido nos primeiros meses. Eis que passaram-se 10 anos e continuo recebendo esse "men" infalível. Depois de alguns meses de frequência irregular, retornei efetivamente aos treinos semana passada e ontem, obviamente, recebi mais um "men" do Sensei. Ao menos, pensei com meus botões, não estou tomando o mesmo "men" de outros treinos, mas sempre fico incomodado por não ter conseguido evitar mais um.

    Ao entrar no Niten, queria simplesmente seguir o caminho do Sensei, mas percebi que às vezes a viagem nesse caminho é mais rápida e às vezes é mais lenta. Observei também que o Sensei viaja na velocidade da luz. E mesmo assim ainda consegue tempo de observar se nós, os alunos lembramo-nos de realizar as obrigações mais simples, ao mesmo tempo em que se dedica a aprender o que pra nós é inatingível.
    Portanto, por gratidão e para não tomar muito o tempo do Sensei, digo apenas "Arigato Gozaimashita" pelo "men", reflito e continuo, mesmo que seja no meu passo, a seguir o seu caminho.

    Nesses anos nunca expressei essa gratidão diretamente ao Sensei.
    Aproveitando o momento, como concluí o mestrado, tenho um mês para publicar minha dissertação e incluí, além dos agradecimentos, uma epígrafe com uma frase do Shinhagakure que transcrevo abaixo. Espero
    que o Sensei concorde com a publicação desse texto.

    “Você não conseguiu nada sozinho. Não se iluda pensando que tudo o que você conseguiu ou possui em sua vida se deve somente ao seu esforço ou capacidade. Três fatores são importantes para o samurai vencer: a sua capacidade; as suas origens; os colegas de treinamento.”

    Agradeço ao Sensei por ensinar-nos, não somente a arte, mas por nos transmitir essencialmente a cultura japonesa.

    Arigato gozaimashita
    Sayonara. "
    - Kimura

    Ontem, no Japão, um jovem de 16 anos apunhalou o seu colega de classe.
    Também no Japão, senhores de meia-idade tem assaltado lojas de conveniência por estarem atolados em dívidas.
    Muitas escolas japonesas não cantam e nem ensinam o hino japonês aos alunos.
    Estes e muitos outros assuntos impensáveis até há alguns anos estão ocorrendo com frequência. O Japão está mudando e a sua cultura se perdendo.
    Aqui no Niten, por outro lado, remamos contra a maré:
    Ensinamos a respeitar uns aos outros e aquele que infringir é punido literalmente, até doer;
    Assaltar? Nem pensar... Alunos Barrabás são expulsos sumariamente;
    As crianças no Niten cantam não só o Hino japonês como todas as outras que remetem-nos a cultura japonesa (e com emoção!)
    Bem, mas o que quero lhe passar é que "estou na velocidade da luz " sim, como bem disse Kimura.
    E, como uma das consequências é que perder tempo com assuntos fúteis ou pessoas que apenas tomam o meu tempo desnecessariamente não faz parte da minha jornada.
    Jogue fora tudo que não presta, inclusive seus "amigos".
    Se você tem um desses, diga na velocidade da luz: Sayonara.
    Se não, então venha fazer esta jornada que, acredite, é muito emocionante: na velocidade da luz!

     

     



     

    26-jun-2013

    Gashuku Técnico 2 - Quem esteve lá sabe



    "Neste gashuku, foi o quarto do qual eu participei, posso dizer que achei esse o mais puxado de todos, mas também foi o que eu mais aprendi. O tempo seco incomodava demais, porém não queria parar, a energia do ambiente estava boa, mesmo com a sola dos pés rachados e incomodado com a dor de cada passo ou pulo, me sentia cada vez mais vivo, daí eu pensei: "Nunca ser superado no caminho do samurai", continuei meu treino sem que algo tivesse acontecido.
    Acho que evolui um pouco neste gashuku fiquei impressionado o quanto o meu corpo se fortaleceu, mesmo com asma não queria parar de fazer o último exercício "kakarigeiko".
    No dia seguinte era o Iaijutsu, e mais uma vez a sola do pé me incomodava muito, já que não estava cicatrizado. Relaxei no meio do treino e "poc", bati a lâmina da iaito no chão. Talvez se isso não tivesse acontecido, o meu treino do iaijutsu não seria tão bom como foi. Me concentrei três vezes mais e percebi que o meu pé não incomodava mais. Nesta hora acho que tinha superado a dor."

    Kuo (Unidade Salvador)


    "o mais puxado de todos"












    "Cruzar espadas com os colegas de outras unidades distantes sempre fortalece os laços e cresce a noção de que no Niten somos realmente uma grande família, uma senda verdadeira de guerreiros, como diz o nosso hino.
    Mesmo não convivendo com frequência com os samurais de outros dojôs, sinto que há uma energia que une a todos e nem precisamos nos conhecer muito para nos sentirmos confortáveis um com os outros. Isso ficou evidente neste Gashuku."

    Alarcon (Unidade Rio de Janeiro)
     


    "como uma grande família"


     

    "Somente quem esteve lá sabe do que estou falando, "saber fazer não é suficiente, o importante é fazer "(Sensei).
    Não sabemos como vamos nos sair, se mais fortes, mais técnicos, mais rápidos ou tudo isso, o que sei é que preciso estar sempre lá, sempre buscando estar próximo do Sensei de ouvidos e olhos atentos.
    Como diz o Sensei, "não podemos perder tempo, a muito o que fazer e o tempo não para, não pegue carona,
    faça o que precisa fazer". Aprendemos muito, estratégias, resistência e perseverança, temperados no mesmo fogo na mesma água, elos fortes de uma corrente de uma mesma alma."
    Fusari (Unidade Campinas)
     
    "Somente quem esteve lá sabe"


     

    25-jun-2013

    Gashuku Técnico 1 - Jóia no final de semana



    "Como estou em Volta Redonda agora, achei melhor ir de ônibus à São Paulo, de modo que dormi somente duas das quatro horas do trajeto entre as duas cidades, mas só de saber que cruzaria espadas com colegas que há muito não via e aprender um pouco mais diretamente com meu mestre, me davam um choque de adrenalina e uma recarga nas energias!
     


    "cruzar espadas com colegas que há muito não via"


    Treinamos logo no começo os kamaes (posições) das graduações iniciais: chudan (ponta apontada ao rosto do oponente), as correntezas do leste e oeste, além de hasso (empunhando no ombro) e jodan (ponta apontada ao céu). Correções de técnicas e exercícios de kihon (fundamentos) específicos do kenjutsu melhoraram nosso "arsenal" de kamaes principalmente destes que tem particularidades e diferentes funções. Por exemplo o "escudo" do hidari naname chudan treinado nos transforma em uma pequena fortaleza, a agressividade do hasso, funciona por vezes como aríete e derruba a postura do adversário e por outras corta tudo que vem a frente, com o migi naname chudan pressionamos o adversário e sua espada em busca de sua garganta, no bogu em busca de um yoko men (golpe diagonal sobre a cabeça).
     


    "Correções de técnicas e exercícios de kihon (fundamentos) específicos do kenjutsu melhoraram nosso "arsenal"




     

     

    O caminho é longo, engana-se aquele que acha que já dominou algum kamae, sempre há algum detalhe oculto e desapercebido e certa vez aprendi com o Sensei que é nos detalhes que se garante a vitória em uma guerra. Penso que depois deste Gashuku aprendemos, treinamos e incorporamos detalhes nas técnicas destes kamaes. Graças a isso, estamos melhor preparados para lutar, seja no treino, seja no dia-a-dia, vez que os horizontes da estratégia foram abertos mais uma vez.
     


    "Detalhes"











     

    Fiquei feliz também de ver que, apesar das cãibras, todos conseguimos fazer uma hora matadora de men men mens (golpes consecutivos sobre a cabeça), kirikaeshis (golpes consecutivos diagonais) e suburis (exercícios)! Acho que o incentivo maior para não ser derrotado foi o desafio lançado pelo Sensei logo no início: "Agora é a hora de separarmos os guerreiros do resto".
     


    "A Hora matadora"



    "Agora é a hora de separarmos os guerreiros do resto"
     

     

    Além disso, no seminário Grandes Samurais deste Gashuku tivemos a oportunidade de aprender com Yoshiaki Sensei sobre história japonesa, em especial, sobre os generais de Oda Nobunaga, suas outras conquistas e traição. Um momento único no qual aprendemos que para se comandar nunca podemos nos esquecer da compaixão aos subordinados e superiores, senão seremos derrotados e por muito menos traídos, nesse mundo moderno à margem do Bushido.



    "Oda Nobunaga, suas conquistas e traição"
     






    Em resumo: um Gashuku sem igual, quase uma jóia pequenina, porém muito preciosa, na coleção dos estrategistas que se apresentaram para aprender mais neste final de semana!"
    Kalawatis (Unidade Rio de Janeiro)
     

     
    Os Estrategistas no 2º dia de Gashuku

     

    20-jun-2013

    Hidensho 37 - Cortar é fácil?

    "Treinar Tameshigiri está sendo um grande aprendizado. Como Sensei diz, cortar parece fácil, mas não é! Mas é extremamente gratificante! As falhas mostram-nos com clareza, como estamos nos comportando nos assuntos cotidianos.
    Hoje, falhei novamente ao ser avaliado: errei um corte que tinha facilidade, por poucos fios do tatame. Mas mesmo com a lâmina já com fio gasto em relação aos outros treinos, consegui fazer a maioria dos cortes quando avaliado, embora tivesse falhado quase todos os cortes do aquecimento! Neste cenário, saí iluminado com percepções riquíssimas para meu dia a dia!
    Vi que minha postura, minha energia, diante de um problema, vai influenciar diretamente sua solução ou não. Meu espírito está afiado e preciso a ponto de cortar reto até o final do tatame?
    Tenho o foco e a força necessária, mas não exagerada, e da forma correta?
    No final do treino, os problemas do trabalho que - sem querer - levei comigo, já não estavam mais lá. Apenas meu diálogo com a Espada, com o Sensei, com o Espírito.
    Ao fim da tarde, fomos agraciados novamente com uma charutada na Adm. Lá, além dos deliciosos comes e bebes e da incrível companhia e convivência com os colegas do caminho, Sensei brindou-nos mostrando um katana longo, longo como o de Sasaki Kojiro! Era bem maior do que as lâminas que costumamos usar. Uma relíquia dentre os tesouros do Sensei.
    Estava lá, simples em seu shirasaya (estojo de proteção da lâmina), mas brilhante, polida e afiada como o Espírito que Sensei nos trás."

    Cortes (Unidade Rio de Janeiro)
     

    "Cortar parece fácil, mas não é", como eu sempre digo, segundo o aluno.
    Mas não foi assim que eu ouvi há 30 anos. Foi quando comecei a procurar respostas para o meu aprendizado que a aquela altura não eram suficientes com a espada de bambu, madeira ou uma de metal sem fio.- "Cortar é fácil" - ouvi durante décadas de professores que sequer haviam segurado uma katana.
    Indignado com tais afirmações, comecei a estudar.
    Foram anos treinando.
    E hoje, chego a seguinte conclusão:
    "Cortar é fácil. Fácil é errar"...


    Kataná do Café de ontem Hidensho 36 - Toque de mágica


     

    19-jun-2013

    Hidensho 36 - Toque de mágica


    Outro momento muito especial no combate foi quando o Sensei, agora empunhando apenas a Kodachi, ergueu-a acima de sua própria cabeça em posição de Jodan. Eu continuava em Kodachi Chudan. E de repente minha Kodachi voou. Ela desapareceu de minha mão. O Sensei em um rápido golpe fulminante me desarmou. Nesse momento eu lembrei de um Kata do Jô em que se desvia o bastão para trás com uma mão semiaberta na frente do peito.

    Houve também outro momento que achei importante, pois o Sensei aplicou um golpe que eu nunca havia visto. Eu tentei aplicar um Tsuki com a Kodachi e então o Sensei com um toque de magica, a desviou  longe e  então aplicou um Men com a sua Kodachi."
    Meloni (Unidade Sumare)

     

    Lembro-me de quando era adolescente, arremessava a espada dos meus oponentes com o "toque de mágica", só que utilizando a espada maior, a tachi. Na época, alguns mais velhos que eu, ao verem as suas espadas escaparem-lhes das mãos, diziam-me que aquilo "não era kendo", e que não era para continuar fazendo. Alegavam que arremessar a espada do oponente "estragaria" a lâmina, se fosse uma espada de verdade.
    Engano. A técnica de desarmar a espada da mão do oponente é eficaz e, se "estraga" a lâmina é por uma boa causa: dar o golpe de misericórdia no oponente e é claro, vencer. Sobreviver.
    Hoje, tenho minhas duvidas se estas mesmas pessoas empunharam ao menos uma vez na vida uma espada ("com lâmina")...


    Lâmina do período Muromachi - Acervo do Sensei

    14-jun-2013

    Hidensho 35 - ‘Fundou’

    "Durante este shugyo fui privilegiado pelo Sensei em poder participar de treinos (para não dizer embates) inéditos em que pude observar como a kusarigama (foice e corrente) seria em combate.
    Pude constatar técnicas contra as quais não estamos acostumados a lutar e ver o tanto que elas podem ser efetivas.
    Embora possamos ter uma pequena noção da distância do "fundou" (projetil de ferro na ponta da corrente) enquanto é girada, o golpe que ela vai desferir é outra história. O desarme da espada das mãos do oponente, que em tempos remotos quando eram usada as armas reais, causaria sérios danos ao receptor do golpe. Caso não fosse o suficiente para quebrar o seu espírito e o oponente conseguisse invadir o maai (distancia) do "fundou" mais corrente, teria que enfrentar a terrível foice.
    Um dos exercícios do treino consiste em estar no kamae chudan (ponta apontada para o pescoço) e tirar o kote (antebraço) antes que ele seja acertado. Quando estava conseguindo "defender" 1 ou 2 a cada 3 golpes, Sensei cerrou os olhos e... HIDENSHO! Kote, kote, kote, kote e mais kote.
    Realmente a kusarigama é uma arma notável, versátil e letal nas mãos de mestres como o Sensei.
    "
    Sanzio - Unidade Pampulha/Belo Horizonte


    Engana-se aquele que pensa ser a kusarigama uma arma eficaz desde que gire o projétil com velocidade.
    Da mesma maneira que com a espada nem sempre movimentos velozes são os mais perigosos, com a kusarigama se dá o mesmo.
    É preciso cautela para se ter eficácia e estratégia.
    No entanto, não é tao fácil defender-se dela quando o "fundo" vem a toda velocidade. Pois o projétil começa a ser invisível no ato de sua rotação.
    Aqui vai uma pergunta: qual a outra lição a se tirar com este depoimento?

     




    Acervo do Sensei

    11-jun-2013

    BRASÍLIA 10 ANOS 2 - Palavras do Sensei




    Sensei discursando


    A construção de Brasília foi um momento marcado pela esperança de um projeto grandioso, apesar das dificuldades.
    A vinda do Instituto Niten ao Planalto Central também foi uma decisão em que a esperança teve de ser maior do que as dificuldades que se apresentavam. E da mesma maneira, os Deuses estavam a favor que aqui se lançassem novas sementes para bem florescer.
    Um destes sinais de favorecimento foi o contato de um antigo aluno, até então afastado, ansioso por retornar ao que chamamos de caminho da espada. O então jovem aspirante a oficial do Exército Brasileiro Ricardo Lopes, naquela época com cabelos escuros, fez uma ligação pouco depois do contato de pessoas entusiasmadas pela idéia, que naquela época já tinha dez anos, de criar um método moderno para preservar as milenares artes Samurais.
    Tudo se juntou. Hoje, dez anos depois, o Instituto Niten completa vinte anos. E a unidade Brasília tem sua maturidade consolidada como  uma das que mais cresceram ao longo de uma década. O aspirante, agora com alguns cabelos brancos e major médico do Exército, é um dos alunos mais antigos no caminho e coordenador da unidade. Não apenas coordenador, mas peça fundamental desta idéia que se fez concreta, junto com toda a sua família.
    Dez anos: celebra-se um Torneio Brasileiro de Kobudo que permanece aceso em nossas lembranças, dezenas de gashukus e momentos felizes de confraternização e o reconhecimento de um trabalho por meio de uma medalha da Presidência da República, diante do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito Kotaishi Denka, no centenário da imigração japonesa ao Brasil. São apenas alguns dos momentos marcantes deste período, sem contar é claro, muito suor e muito Kiai (garra)... Só que a maior certeza de que a decisão de trazer o Niten a Brasília foi acertada e feliz, é sempre ao retornar encontrar os alunos que fazem a realidade deste sonho no dia a dia de suas vidas como seguidores do caminho.

    Arigato gozaimashita e omedeto a todos!






     

    10-jun-2013

    BRASÍLIA 10 ANOS 1 - Feito a mão

    Estivemos em Brasília neste fim de semana para comemorarmos os 10 anos da Unidade.
    Além dos festejos, um Gashuku para dar emoção a todos os participantes.
    O objetivo foi alcançado e todos ganharam mais um evento para ser lembrado o resto de nossas vidas.
    Três dias vividos intensamente que a partir de hoje será revivido com o relato dos alunos:



    Saída da comitiva de São Paulo


    Embarque do avião

     

    "Gostaria de relatar sobre o Gashuku de comemoração aos 10 anos da Unidade Brasília.
    Quando entrei para o Instituto Cultural Niten, se me falassem que depois de aproximadamente 32 meses eu iria participar de um evento comemorativo em uma data tão especial. Não só para participar, como ajudar a arrumar o local de treino, cuidar do material dos Sempais, apresentar Katas de Niten Ichi Ryu para colegas de várias unidades, beber da fonte mais pura do Bushido e ter ainda a grande honra de conhecer um grande amigo Do Sensei de mais de 20 anos, do qual as palavras eu vou lembrar para sempre “Por não saber que era impossível, foi lá e o fez”, eu não poderia acreditar de maneira alguma no início.


    Porque quando entrei para o Niten eu achava que conhecia algo de Bushido ou mesmo de autoconfiança e coragem, por treinar aqui dentro, depois desse tempo eu vejo que não sabia nada, e não digo que sei hoje! Mas hoje eu sei que treino arduamente para meu espírito aprender a praticar os Momentos de Ouro todos os dias. Acredito que quem já entrou depois da infância e adolescência ao Niten, talvez leve um tempo para limpar o grosso da sujeira do mundo lá fora e depois começar o trabalho de refinamento como uma peça de madeira que o Mestre de Verdade vai trabalhando, esse trabalho de refinamento é feito “a mão”!
     



     


    E parte desse trabalho, Sensei disse-nos hoje (domingo), que devemos ser pessoas “do topo”, “do alto”. Este foi um gashuku que eu não precisei parar por passar mau ou estar exausto, e eu considero minha maior vitória, não envergonhar meus companheiros desistindo de treinar, mas estar com eles até o fim, Arigato Gozaimashita a todos por termos vencido juntos e recebendo a lição de perseverança do Sensei para que possamos continuar a treinar com muita energia para honrar O Sensei, crescermos juntos no caminho e que eu comece a me encaminhar ao caminho de me tornar uma pessoa “do topo”.
     








    Domo Arigato Gozaimashita Sensei, palavras não são suficientes para demonstrar minha gratidão!"
    (Jackson - Unidade Brasília/DF)



    06-jun-2013

    Feriado 3 - Dedo de Prosa

     

     



    "Na charutada, mesmo em momentos de descontração não se esquece que devemos estar prontos para batalha.
    Digo isso porque, quando entre um assunto e outro, o Sensei levantou a questão sobre a atitude que cada pessoa tomaria ao receber uma "reclamação" sobre um subordinado.
    Ter tempo para pensar e responder é uma coisa. Agora, estar pronto para tomar uma decisão imediata é outra. Nos lembra que mesmo descontraídos devemos estar sempre alerta.
    Confesso que fiquei até arrepiado quando o sensei nos mostrou a lâmina. Como é guardada para ser preservada. E a energia que a presença de uma relíquia desse tipo transmite.
    "A espada é a alma do samurai". Já ouvi essa frase algumas vezes mas só em momentos como esse se compreende o peso dessas palavras.
    O Sensei me conhece e sabe que se deixar eu fico escrevendo páginas do que aconteceu.
    Então fico por aqui."

    Weber (Unidade Vila Mariana)


    "O Sensei dá a instrução para o pessoal da minha fila para pegarmos nossas espadas de madeira e treinarmos o movimendo do corte diagonal de baixo pra cima do lado esquerdo. É uma posição estranha, pois na posição de guarda, antes do corte, os antebraços ficam cruzados. Mais algumas explicações de que este corte é até mais importante de ser estudado do que na posição lateral do lado esquerdo, onde a posição seria mais natural.
    Chega minha vez de cortar. Ao contrário da impressão que se tem inicialmente, é BEM DIFÍCIL cortar.  Na minha primeira peça, os três cortes atravessam a peça toda. Fico contente e aí vem os erros. Ao todo, cortei cinco peças, e tirando a primeira, a espada parou em pelo menos um corte em todas as peças.
    Depois dos cortes, vários sushis, enrolados de várias maneiras e sashimi. A quantidade ótima, até foi díficil conseguir comer tudo, mas é sushi e vale a pena, Né?
    "
    Guilherme (Unidade Campinas)


    "Após um treino intenso, braços e mente cansados do aprendizado, mas o espírito pronto para mais. Assim entramos na charutada.
    É o momento de relaxar um pouco, beber com o Sensei e os colegas que enfrentaram o dia.
    Não diferente das outras oportunidades, porém sendo única em cada ocasião, é o momento de maior aprendizado do dia.
    Degustando um charuto, saboreando uma cachaça, pouco a pouco a conversa com o Sensei vai crescendo.
    Conduzidos pelo Sensei, vamos conhecendo um pouco mais uns aos outros, seja nas apresentações, seja nas observações de cada u
    m sobre assuntos trazidos pelo Sensei.
    E completando a vivência, o Sensei nos traz grandes ensinamentos.
    De maneira simples, descontraída, vai conduzindo a conversa, envolvendo a tod
    os no assunto, e passando as lições do Bushido.
    As vivências do próprio Sensei com os Mestres, os Shugyos (retiros espirituais) do Sensei, os acontecimentos por aqui, é uma conversa longa, mas tranquila, gostosa, como aquele "Dedo de Prosa".
    Agora aquele Katana que o Sensei nos mostrou... a quantidade de energia que há nele é proporcional ao seu tamanho. Foi o que senti.
    Ao final, a primeira vez que vejo o Sensei retornar para uma "blitz".
    Foi para marcar em nossos corações, "o importante é fazer direito o cotidiano..."

    Danilo (Unidade Campinas)


    "Aprendendo, na pele, o que realmente corta e o que não corta, nós iremos construir, em união com o treino de combate, um conhecimento próprio e tácito da Verdade do Ki-Ken-Tai-Ichi( energia-tecnica-postura) e não nos tornaremos meros repetidores de informação. Quando transmitirmos adiante o conhecimento do Sensei, poderemos, no futuro, falar com propriedade "isto não corta" com base na experiência pessoal.
    Também pudemos assistir ao Sensei demonstrando cortes básicos e avançados. E isto é sempre um incentivo forte para continuarmos a nos esforçar. É a prova de que, se falhamos, a culpa está em nós, não na técnica, no alvo ou na espada. E se está em nós, podemos consertar, treinando mais e com orientação correta.
    Apenas o treinamento e as demonstrações já teriam valido, com sobras, a viagem a São Paulo, mas neste dia o Sensei optou por nos beneficiar ainda mais, disponibilizando horas preciosas do seu tempo durante toda a tarde do feriado para conviver conosco alunos, quando poderia estar em casa, desfrutando da companhia de seus pais, esposa, filhos...
    Destas oportunidades de convívio eu aprendi que o Caminho vai muito mais além do que vestir um hakama (roupa inferior), empunhar uma espada nas mãos e suar no Dojo.
    "
    Holschuh (Unidade Americana)


     

    04-jun-2013

    Feriado 2 - 30 de maio

    "Observando, enxergava e aprendia com as correções do Sensei sobre todos. A cada correção do Sensei, pude ver o sucesso surgindo, e a diferença que estes detalhes fazem.
    Impressionado, eu devo dizer:  O Sensei correndo rapidamente, de um lado para o outro, a cada corte uma técnica diferente, uma oportunidade que surgia, sem parar. Me parecia uma batalha. Um corte perfeito, e rapidamente já estava cortando o próximo adversário!
    Ao final, com eficiência, todos limparam e arrumaram o salão rapidamente e pudemos saborear aquele sushi da vitória."
    Danilo (Unidade Campinas)


    Danilo - Campinas




    "Junto com os cortes, o Sensei aproveitava para repassar as técnicas e também ressaltar a importância do treinamento como um todo. Apenas treinar corte não faria sentido. É o conjunto do treino, Kenjutsu, Iaijutsu, Jojutsu, etc., que permite entender toda a dinâmica do combate: do momento do saque até entrar na defesa do adversário para, por fim, aplicar corretamente o corte."
    Mazeron (Unidade Porto Alegre)
     

    Henco - Salvador




    "Tenho escrito pouco em meu diário, mas 30 de maio seria um dos poucos dias em que a minha página não poderia ficar em branco.
    No treino do tameshi, antes de cortar, senti uma sensação diferente da primeira vez. 
    Não sei, acho que ansiedade. Estava pensando que não poderia ir pior do que da vez anterior.
    Felizmente quando se empunha uma kataná não há espaço para esse tipo de tolice.
    Não sei se isso se passa com todas as pessoas, mas eu parei de pensar, em fazer bonito ou feio. Na verdade eu não pensava em nada. Apenas cortar.
    Ainda tive a sorte de cortar um makiwara do sensei, não sabia que os que o sensei corta são mais robustos que os demais. Foi bem mais difícil."
    Weber  (Unidade São Paulo)


    Zambom - São Paulo




    Elaine - Rio de Janeiro




    Akihiro - SãoPaulo









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