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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    25-mar-2014

    Graduação

    ¨Como vocês já sabem, antes do Kenjutsu, pratiquei, ainda que por períodos reduzidos, outras artes marciais e afins. Embora houvesse graduações em algumas delas, a sensação de ter sido graduado para o 7º kyu (faixa azul, a segunda faixa) no Kenjutsu foi incomparável.

    Nas outras técnicas, muitas vezes eu via com certo ceticismo os testes de faixa. Mais de uma vez, senti que ainda não estava à altura do novo grau, mas que o meu "tempo de treino" havia sido o responsável por quererem que eu fizesse o teste. Ao mesmo tempo, parecia-me um tanto desnecessário fazer eventos com o único objetivo de testar aqueles que tinham sido indicados para a troca de faixa.

    No dia em que recebi a graduação, lembro que havia sido uma semana particularmente difícil para mim, e os sinais de esgotamento físico e emocional se mostravam claramente. Tanto que nem o Taoru eu consegui vestir num tempo normal, o que me fez prejudicar o reinício do treino do Link-san, que me aguardava para o ¨piloto¨ (fundamentos básicos de ataque). A despeito disso, lutei para não me deixar superar por mim mesmo, para não permitir que a fadiga me impedisse de persistir. E acho que encontrei uma força que há tempos em não sabia onde encontrar. Acabei ficando um pouco menos afoito e pude explorar possibilidades que até então haviam me passado despercebidas.

    Quando, no fim do treino, fui surpreendido pela graduação ao 7º kyu, pela primeira vez em minha experiência em artes marciais e afins não me opus mental e emocionalmente à "nova faixa". Pela primeira vez, confiei na opinião dos "instrutores" (para usar um termo genérico) de que estou pronto para, aprendendo novas técnicas, compreender melhor as previamente passadas e seguir trilhando o Caminho.

    Agradeço profundamente ao Sensei e aos Senpai pela oportunidade de estar vivenciando tudo isso.

    Arigatou gozaimashita"  -
    Kiyoshi (Unidade Porto Alegre)


    O assunto de hoje: Graduação.
    Em uma conversa com um professor de kendo há alguns meses, este me informou que um ¨aluno do Niten¨ foi procurá-lo por esta razão: ¨que no Niten, demora-se muito para subir de graduação¨.
    Em relação a esta comparação, tenho que concordar com este ex-aluno. Tomemos como exemplo o Kenjutsu. No Kenjutsu, o aluno, até chegar a faixa laranja, pratica em média de 2 a 3 anos. Para se chegar a preta, talvez de 6 a 10 anos, dependendo da sua intensidade, frequência e qualidade no treinamento. Não há como se tornar um faixa preta, Shodan (1º dan), em uma arte tradicional em menos de 6 anos. Aqui é Impossível passar o ¨portal¨ em menos tempo que isso, bem como em qualquer outra manifestação artística ou não, eu suponho.
    A razão é simples: para se chegar a faixa preta, Shodan (1º dan), é necessário que o aluno passe por vários estágios e técnicas que vão certificá-lo de sua competência no manuseio da espada samurai no combate. É preciso pelo menos treinar, treinar e treinar. Não pode ser apenas o treinar (uma vez).
    Estudos científicos revelam que são necessários pelo menos 10.000 horas de treinamento para você se dizer ¨formado¨ em determinada área. E isto equivale, ao meu entender, o grau de um iniciante de faixa preta: um Sho (inicio) Dan (graduado).
    O depoimento acima representa o sentimento de todo o praticante que busca a Verdade (em contraposição a aquele que busca o título): o sentimento de que a graduação deve ser proporcional ao suor dispendido (e não algo tão fácil de se ganhar ou comprar)
    Se existe alguma academia em que se gradua em menos tempo ou que se consegue ser um faixa preta em menos de 6 anos, das duas uma: ou não falamos a mesma língua, ou algo está errado...
    Aqui no Niten, a graduação não se ¨ganha¨: Se conquista.
     





    Se conquista!




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