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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    14-abr-2015

    16 horas para sobreviver

    Com a derrota do Japão (1945), os japoneses ali residentes não tiveram outra alternativa a não ser evacuar Taiwan. Sem carregar nada, a não ser a roupa do corpo, Aoki soke e o jovem Kiyonaga fugiram para o Japão, cada um para sua terra natal. Aoki soke para Kumamoto e Kiyonaga para Oita.

    Foram tempos em que a prática da Espada era considerada subversiva pelos americanos, e aquele que fosse visto praticando era imediatamente preso.
    Mas a ânsia em se aprimorar (Café de 08-abr-2015  - Ânsia em aprimorar) era tamanha que, mesmo após a guerra, numa época em que nem o pão de cada dia era certo, o jovem Kiyonaga Tadanao continuou seu treinamento. Treinava escondido.

    Naquela época, somente os determinados sobreviveram ao Caminho da Espada.
    Numa época em que o estômago vazio e o desemprego ditavam suas regras,
    muitos abandonaram o Caminho, derrotados pelas circunstâncias da própria época, deixaram de praticar e sucumbiram no Caminho.

    Mas houve outros, que deixaram até mesmo de comer, para juntar aos poucos o que sobrava no mês, a fim de adquirirem suas espadas. Estes foram os sobreviventes do Caminho da Espada, naquela época. E Kiyonaga foi um deles.

    No ano 26 da era Showa (1951), 6 anos após a rendição do Japão, Kiyonaga Tadanao era profesor do colégio da cidade de Usa (Oita), sua terra natal.
    Foi neste ano (ainda época de vacas magras) que tomou a decisão de retomar seu treinamento com o mestre. Convidou um colega de trabalho, Gosho Motoharu, também professor na mesma escola, para irem treinar em Kumamoto, com Aoki soke.
    Treinaram como discípulos diretos, viajando todos os fins de semana para Kumamoto. Percorriam semanalmente um trajeto de 8 horas de trem, só de ida. Ou seja, 16 horas de viagem todo final de semana. E isto perdurou anos...

    No Niten, tenho alunos parecidos. Aqui, ao invés de trem, eles vêm de ônibus. Pegam o ônibus na sexta à noite, madrugam e chegam sábado de manhã.
    Estes, sem dúvida, sobreviverão ao mesmo Caminho que Kiyonaga Sensei, Gosho Sensei e eu percorremos até hoje.





    E isto durou anos...




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