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Virtù e Fortuna

por Breno - RJ/Niteroi - 29-mar-2014

Nicolau Maquiavel foi um importante estadista e político italiano no período conhecido como Renascimento (Séc. XV e XVI).

Alguns atribuem a frase "os fins justificam os meios a ele", apesar de se tratar de uma das várias interpretações sobre o seu pensamento.

Dos vários conceitos que trabalhou em suas obras, destaco particularmente dois: a virtù e a fortuna. A virtù é a capacidade do indivíduo de se adaptar e controlar as ocasiões e acontecimentos. A fortuna é a sorte, o acaso, imprevisível, que pode vir para o bem ou para o mal.

Em sua obra O Príncipe, Maquiavel explicou que a fortuna é árbitra de ao menos 50% de nossas ações, deixando o restante ao nosso governo. Disse ainda que a fortuna seria como um rio impetuoso, que derruba casas e alaga planícies, mas que quando acalma nada impede que os homens construam diques e barreiras para que, no momento que a cheia voltar, não cause os danos que causou antes. Essa capacidade de direcionar a fortuna seria a virtù

Os Samurais entendiam bem isso: "ficar esperando a sorte é o mesmo que esperar a morte". A virtù do guerreiro estaria em treinar e deixar seu Kamae (postura de combate) forte o bastante para poder direcionar o acaso a seu favor e, assim, não depender da sorte.


comentários  

Breno Freitas - NiteróiHai, Buchard

Ambos, Samurais e Filósofos, buscam a excelência naquilo que fazem. Isso acontece, na minha opinião, porque assim como na Filosofia, os samurais amam o saber. Naturalmente são saberes diferentes (ou na sua essência, nem tanto...), mas ambos movidos pelo amor de descobrir, de refinar, de se aprofundar.

Para mim, isso é viver.

Sayounara

Buchard - Shitussurei shimassu Senpai,

Venho estudando Maquiavel e fiquei entusiasmado ao ver essa postagem. Interessante é perceber que a Fortuna, embora seja acaso, ela é personificada: os deuses reservaram para nós esse mistério que é a vida, essa reunião de acasos, mas que é particular e não se repete em nenhuma outra pessoa. E, como bem lembrou, a virtú é a capacidade de lidar com esses eventos, e de favorecer a si mesmo através do exercício. Hoje percebo que tanto samurais quanto filósofos exercem uma mesma coisa, à saber, a excelência em tudo que fazem - os gregos antigos chamavam virtude de `areté` (excelência). Daí o preceito de Píndaro: Torna-te quem és. Embora já determinados para um fim particular, cabe a nós exercer a vida com o intuito de chegar ao que já nos foi traçados.

Abraços saudosos,

Buchard

Arigatou gozaimashitá



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