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"Sensei, escrevo hoje por um motivo pouco usual. Durante o almoço, vi a luta de karatê entre um brasileiro e um lutador dominicano, e fiquei assustado. Os dois pareciam sapos, pulando e tentando afagar as mãos uns dos outros, quase que buscando apalpar o maai.
Nada de postura firme, de pés com peso igualmente equilibrado, parecia quase que uma danceteria.
Não sei se o Sensei viu. Espero que não. Fiquei muito triste de ver uma arte marcial secular transformada em pulos e tentativas desesperadas de afago. Nada de postura, de kiai, de estratégia. Tanto assim que nenhum dos dois lutadores fez pontos, apenas faltas por excesso de violência, e a luta foi definida assim, por quem fez mais faltas."
Como não estive lá, não posso dizer nada.
Mas arrisco a dizer algumas palavras:
Uma possibilidade é a de que os lutadores fossem principiantes;
ou que o karate esteja passando por uma transformação, por um processo de mudança;
ou até que, o que meu caro aluno viu, pareceu-lhe verde, mas, na realidade, era amarelo.
De qualquer maneira, definir a luta por quem faz mais faltas está mais perto de ser futebol.