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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    17-jan-2008

    Não sou Japonês

    Falo mais uma sobre a história da imigração japonesa no Brasil.

    Lembro-me que até mesmo na minha adolescência (estou falando do início dos anos 80), aqui na capital, descendentes de japoneses da minha geração repudiavam o que eu fazia. Vestiam jeans e camiseta, cabelos compridos, adoravam motos e brilhantina à la John Travolta. Queriam era ter uma menina na garupa e estar longe de aprender o japonês. Tinham vergonha de serem descendentes de japoneses, cujas causas, não me seria possível de colocar num espaço curto do Café, mas deixemos para outro dia qualquer para falar deste assunto ( # - Kuden )
    Cochichavam entre eles algo do tipo:
    - Olha aí estes irmãos bregas fazendo estas coisas dos velhos.
    Lembro-me que enquanto a maior parte dos jovens kendocas se concentrava no interior e nas colônias, aqui na capital eu era um dos poucos jovens, pertencente aos 5% do total. O resto, era, de fato, o pessoal mais velho, cuja idade superava a dos meus pais.
    Quer queira, quer não, jovens da minha geração, que cresceram na capital, deixaram de seguir a sua cultura, sua língua e suas origens, criando-se assim um grande vácuo na história da imigração japonesa do Brasil.
    Sei que não adianta lamentar o passado, mas, pelo que tenho ouvido, hoje estão arrependidos...




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