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Acabei de receber este email de meu aluno:
"Ohayo gozaimasu, sensei,
Confesso que pensei muito antes de escrever este e-mail, acabo de ser jogado contra um canteiro perto da antiga rodoviária. Após o acidente, fui cercado por um monte de trombadinhas, que acabaram levando meu bogu e minha guitarra. Menos de um mês atrás, meu estúdio foi invadido enquanto eu tocava, e me levaram boa parte do equipamento, parte disso ainda não pude recuperar.
Queria saber o que os mestres, o caminho, o Sensei, enfim, tudo isso à que estamos ligados indica fazer quando não há mais esperança.
Peço desculpas por incomodar com este assunto,
mas... não sei, não tenho muito a que recorrer.
domo arigato gozaimashita pela atenção.
Sayonara "
Ao que respondi:
Também já fui assaltado. Estava com o Yoshi quando este ainda tinha 2 anos.
Era num domingo à tarde. Tranqüilo com aquele por do sol digno daquele cartão postal... lá na Av. Paulista em frente ao Shopping Paulista. Estava com ele no colo e fui surpreendido pelo bandido que sacou de uma peixeira de 30 cm e encostou nas costas do Yoshi. Imediatamente barrei com a minha mão.
Nos tempos de outrora botei para correr, lá na Liberdade, dois marginais que tentavam abrir a porta da minha antiga Blazer.
Mas desta vez, não reagi. Ele imediatamente arrancou o meu celular preso à cintura e saiu com a maior tranqüilidade. Todos viram e ninguém fez nada.
Isto é Brasil.
Naquele momento, senti indignação.
Depois, refleti.
O erro foi meu. Como um estrategista deixaria o celular (quase de última geração), e ainda com uma criança ao colo, em sua cintura? Em plena Av. Paulista?
Sim, estava distraído. Estava feliz. Mas estava distraido.
Na guerra, uma distração pode ser fatal.
Foi o que aconteceu com você.
Felizmente nem eu, nem Yoshi saímos feridos.
Felizmente você não saiu ferido.
Os deuses nos deram um aviso:
"Não reaja e não dê bandeira."
Estratégia a todo momento
Sensei