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"Se o maior dos prazeres é afastar-se dos prazeres mundanos, não há prazer maior que exercitar as oito virtudes treinando intensivamente" - Ian Campinas
"Treinando na Montanha, No meio do vale, entre o céu e a terra, sinto meu espírito renovar" Cortes - Rio de Janeiro
"Hoje foi dia de vencer o cansaço, o calor, a sede e chegar ao maior prazer de todos, a sabedoria conquistada" Bruno D'Angelo - São Paulo
"Achei um pedaço do Conhecimento" Yuri - São Paulo
Os deuses estiveram conosco neste fim de semana.
Presentearam-nos com o Sol até o ultimo momento, quando depois caiu aquela chuva torrencial.
Sorte nossa.
Confira:
"Aprendi Várias Técnicas e isso foi legal" Fernando Ávila - São Paulo
"Exercício de humildade. Sempre que encontro com os colegas do Niten percebo que ainda tenho muito a aprender. Hoje não foi diferente, Treinar com Nito se mostrou muito mais fácil do que imaginava, mas como sempre, os colega foram pacientes e me ajudaram. Afora só posso retribuir treinando e ajudando também os meus colegas" Simone - Sorocaba
"Na Luz do Gashuku O Hiden se revelou" Sakura - São Paulo
"Aquele que diz que não tem oportunidade e não aparece de novo é porque não enxerga os vários sentidos a oportunidade. Este Gashuku é oportunidade, é o novo é a renovação." Ana Tomita - São Paulo
O sensei Otake Risuke tinha aproximadamente 33 anos e carregaria toda a honra do estilo. Por isso, a partir daquele dia, treinaria incessantemente por 40 dias e 40 noites uma técnica de combate considerada invencível.
Para sua grande surpresa, o seu mestre Hayashi Yazaemon ensinou-lhe a postura do Wakigamae e a partir deste o golpe similar ao toraburi, a mesma técnica utilizada por Miyamoto Musashi para vencer Sasaki Kojiro! Durante o seu intenso treinamento, o sensei Otake Risuke tinha um único pensamento: caso fosse derrotado em combate, desonraria o estilo praticado por seus antepassados e consequentemente se submeteria ao harakiri ou seppuku, ritual suicida que a partir do corte do ventre recuperaria a honra samurai.
Quando faltavam apenas dois dias para o combate, o sensei Hayashi Yazaemon o chamou para visitá-lo. Ao chegar lá, o sensei Otake Risuke foi informado que o combate havia sido cancelado. Alguém soubera que ele treinava dia após dia com a sua bokken e, como praticante do estilo Katori, lutaria a sério. Por isso, foi solicitado que o coronel assinasse um termo de responsabilidade para caso acontecesse alguma coisa, uma morte ou algum dano grave, por exemplo. Devido a essa condição especial e pelo medo de se ter uma morte, desistiu, pois ele não seria um mero combate de demonstração de estilos e sim um combate real em que um dos dois sairia morto ou gravemente ferido.
Aliviado pelo cancelamento do combate, o sensei Hayashi Yazaemon disse para o seu aluno, sensei Otake Risuke, que provavelmente esse acontecimento de última hora foi uma intervenção direta dos deuses, pois o estilo não foi feito para o combate. Depois disso, finalmente o estilo Tenshin Katori Shinto foi reconhecido como um tesouro nacional do Japão sem a necessidade de um combate. Esta história sintetiza muito bem o ensinamento de toda escola de kenjutsu, “o vencer sem lutar”.
Portanto, essas duas histórias deixaram muito curioso a respeito das razões que levaram Miyamoto Musashi a utilizar a postura do Wakigamae e o golpe toraburi, “o bote do tigre”, em seu maior duelo e o sensei Hayashi Yazaemon a dizer para o sensei Otake Risuke treinar apenas esses movimentos.
Estas e outras razoes me fazem trilhar por esta busca incessante das respostas que estao por tras da Estrategia da espada. É claro que, como tudo que é novo, há quem nao compreenda. Mas isto é irrelevante
Com isso, se busca revelar a essência, o gokui desta técnica e descobrir se ela é mesmo invencível.
Este e-mail de Curitiba chegou bem em tempo para "casar" com o vídeo que eu iria soltar hoje e nos ilustra a complexidade em se treinar Kenjutsu:
“Sensei, há algum tempo venho sofrendo para fazer o itto waki no kamae* funcionar com eficiência, servindo como fortaleza segura no combate.
Mas ontem, depois de muito pensar repetindo o kihon* na frente do espelho, acendeu uma luzinha no fim do túnel, que espero seja correta.
A luz fala de ToraBuri (12 - nov - 2009 - Bote do Tigre) e do pé esquerdo Sensei.
ToraBuri não é simplesmente o contra-ataque de men*, é a essência do contra-golpe de itto waki no kamae. Musashi-sensei* mostrou apenas contra o men*, mas, com o tempo e reflexos corretos, também serve contra Tsuki* e contra o Kote*. Estes golpes retos sofrem de fraqueza no flanco esquerdo, e se tornam vulneráveis ao ToraBuri. Nunca vi ninguém tentar bater o Do* contra waki no kamae, já que ele está automaticamente protegido pela espada e pelos dois kotes.
ToraBuri Sensei, parece-me ser isso, o conceito de resposta eficiente e mortal a todos os ataques frontais desferidos contra um lutador em posição de waki.
De outro lado, pensei sobre o pé esquerdo. Na verdade, pensei no pé esquerdo, e pensei no que o Rocco me disse, numa conversa completamente desconexa dessa, no sentido de que a calma é que caracteriza um bom espadachim. E aí que acendeu a luz... o adversário costuma reagir ao movimento do pé esquerdo, porque é o que ele vê, e como ele sabe que isso vai gerar um ataque, ele automaticamente, quase um reflexo condicionado, se defende do que presume ser o ataque, e nesse momento, abre a guarda. Assim, basta ter calma e reflexo para dirigir o golpe não para onde o adversário acha que iria, mas sim para onde ele abriu a defesa.
Por isso que waki no kamae não precisa ser extremamente rápido no ataque, porque, penso eu, o próprio movimento de entrada no maai adversário importará numa resposta defensiva, e nesse momento, é que você terá dominado o adversário, podendo atacar livremente onde a defesa se abriu, e este ataque sim, deverá ser explosivo e rápido, para aproveitar a fraqueza momentânea.
Ainda que o adversário perceba isso, e não tente se defender no movimento do pé esquerdo, tentando avançar imediatamente e atacar, o ToraBuri está sempre presente, já que é uma das formas de bater men, e não está descartada.
"Antes da explosão, há sempre um segundo de tenebroso silêncio". É assim que começo a pensar em itto waki no kamae. O kamae que tem um breve instante de silêncio mortal, que desestrutura o adversário, e permite a explosão do golpe.
Sensei, desculpe-me porque o email ficou longo, mas o Sensei me parece a melhor pessoa para quem contar estas coisas. Agora resta o dever de fazer isso funcionar numa luta de verdade, testando a validade das conclusões.
Sensei, por sinal, eu ando morrendo de curiosidade para saber como se desenrolou o combate de waki do Katori Shinto Ryu*... eu sei que ele venceu, porque waki é um kamae muito forte, mas o Sensei ainda não contou como foi... e eu morro de curiosidade pra saber como foi!
Relembro a todos que hoje comemoramos o Dia Internacional da Mulher.
Ainda há muito a ser feito para que todas, neste mundo sejam valorizadas, como deveriam ser, mas enquanto este dia não chega, continuarei a buscá-lo.
Com as mulheres temos que aprender a força
da Paciência;
da Sensibilidade;
do Amor.
Minha Homenagem a todas as mulheres.
A segunda tem relação direta com o estilo Tenshin Katori Shinto, cujo nome oficial é Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu (天真正伝香取神道流), um dos estilos mais antigos de kenjutsu no Japão sendo o único reconhecido como um tesouro nacional.
Esta história trata dos acontecimentos que antecederam este reconhecimento. Ela foi contada por meu mestre e atual representante oficial do estilo, o sensei Otake Risuke.
Estamos na década de 60. Tudo começou quando foi sugerido um projeto de lei para reconhece-lo como tesouro nacional do Japão. Entretanto, um coronel questionou a eficácia do estilo que pretendia receber a maior das honras e quis uma comprovação do seu valor. Com isso, o mestre do sensei Otake Risuke, sensei Hayashi Yazaemon que, na época, era o representante oficial do estilo, se viu em uma situação delicada, pois o fundador do Tenshin Katori Shinto, sensei Iizasa Choisai Ienao, proibiu a sua aplicação em duelos e agora, por uma ordem superior, havia a necessidade de aplicá-lo em um combate real. Uma vez que essa situação se tornou irreversível, foi definido um combate entre um praticante do estilo, o sensei Otake Risuke, e um de kendo, um militar considerado o seu melhor praticante. O embate se realizaria em 40 dias.