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Neste fim de semana, vamos, entre treinar e assimilar novos conhecimentos na serra, esfregar a bucha.
Na minha infância, seguia este ritual todas as manhãs após a corrida
matinal.
Não. Não é fácil principalmente no inverno.
Mas os benefícios ao longo do tempo são imponderáveis*(CS-13/06/2007 ####Kuden).
Aconselho a todos que forem lá (CS-06/08/2010 A Eficácia do Kihon Niten) , que levem a bucha e muito
lenço.
Vai ser impossível não chorar.(não por causa da bucha, é claro).
"Como esfregar a bucha
Você tem que pegar uma bucha das grossas. A pele do local em que se esfrega tem que ficar toda vermelha. Vermelha mesmo. Comece com o rosto. No começo dói, mas como o tempo você se acostuma. O pescoço é fácil. Esfregue os membros superiores. Não se esqueça de esfregar a palma da mão também. No peito, tem que esfregar o mamilo também. Depois bem a parte mais difícil: o abdome. Essa parte, você esfrega, esfresga e é a que mais demora para ficar avermelhado. E dói bastante quando você não está acostumado. depois vêm as coxas, as pernas e o dorso do pé. As costas você pede para alguém raspar e fecha a boca para não morder a língua. Tudo isso tem que ser feito numa questão de 2 a 3 minutos. Pronto! O samurai está com a carcaça pronta para o combate. Aos sete anos, sentia-me seguro até para levar uma bofetada. De vez em quando desafiava a minha capacidade deixando que me esbofeteassem. O meu nariz sangrava e eu continuava a sorrir..." Shinhagakure Pag. 81
"Al concluir mi segundo Gashuku, sentí una sensación de plenitud y ganas de esforzarme aún mucho más en el entrenamiento.
En lo personal, por haberme hecho sentir afortunada
Hoje relembra-se o dia da bomba de Hiroshima e Nagasaki e teremos muito a conversar a respeito no Gashuku de 14/15 de agosto na Serra da Cantareira.
De maneira que hoje vou lhe contar um ocorrido:
Nestes ultimos dias fui surpreendido em uma das aulas.
A surpresa ocorreu durante o treinamento de Kenjutsu, no combate com equipamento.
Estava treinando com uma aluna fazendo o combate.
Ela iniciante que ainda nem kimono e hakama vestia.
Num dado momento , ao realizar o "bote da cobra ao inverso" (antebraço inferior) (Cs-23/10/2009 - O Bote da Cobra ao Inverso), conseguiu se desvencilhar de meu ataque, defesa esta
que nem os mais habilidosos conseguem executar.
O mais impressionante foi a forma com que "escapou" de minha espada. Suave e tranquila.
Como conseguiu em pouco tempo?! E com que com naturalidade!
Voltei para casa com esta incognita.
E, ao findar do dia, enquanto tomava o meu banho, "caiu -me a ficha":
-É claro! É o Kihon Niten dando os seus frutos!
Os antigos tinham razão.
Espanto e alegria tomaram conta de meu coração.
"o Kihon que permitiu a aluna se desvencilhar do ataque"
Hoje deixo as palavras de uma aluna que falam por si só sobre o evento (Buenos Aires 1 - O Frio não congela o Espírito)
Só um ponto de vista.
Cada Gashuku é como uma época de vanguarda artística, nos ensina permanentemente a ver as coisas de forma diferente. Neste, tivemos nosso momento de Claro e escuro; o contraste da guerra, nos ensina sobre a importância da paz.
Hoje, aqui em São Paulo, fazem 13 graus ao meio dia, momento que escrevo este Café.
É a tal da massa polar que vem do sul e passa pela Argentina
Um frio de arrebentar la. A mínima de 2 graus e a media de 7 graus. Foi o Gashuku( treinamento intensivo) mais frio que vivenciei neste ultimos anos e , segundo os argentinos, não é sempre assim... uma fria.
O pessoal aqui fala que o dia de hoje esta frio, mas para quem esteve la , esta refrescante.
Leia então as palavras de uma aluna enquanto toma um Café quentinho:O Frio Não congela o Espírito.
O prognóstico do tempo havia dito que o Domingo começaria com uma nova onda de frio polar na cidade, porém eu não senti até que levantei-me para preparar-me.
Arrumei minhas armas e todas as coisas que devia levar; enquanto eu vestia meu uniforme pensava no Audio visual que veriamos:
Quando cheguei ao Clube, um grupo de Samurais estavam firmes esperando, apesar das baixas temperaturas, não pude ver nenhum Kimono, só casacos grossos, tocas e mantas; o ar gélido endurecia a pele, não podia sentir minhas faces, porém, o frio não endurecia o espirito.
Ao transcorrer das três horas que durou o documentário, não fiz mais que chorar, tratei de dissimular o mais que pude, porém estando sentada diante de tudo, se fez complicado, cada relato contado era doloroso, ver como uma mãe sofria a partida de seus filhos para a guerra e logo ficar esperando na beira do rio, o barco que trazia-os de volta a casa , foi duro.
Terminei com os olhos inchados e pensando nas consequências que traz a cobiça humana, o ambiente da tristeza era generalizado. Tinha que recuperar-me rápido porque um dia de treinamento longo viria mais adiante.
Logo depois do duro momento e do almoço, começou o treinamento, o frio não se sentia, salvo quando começou a cair o sol. As horas passaram rápido, se bem o cronograma era extenso um sempre fica com vontade de um pouco mais, para aproveitar a sorte que tivemos com a vinda de Sensei.
Cada minuto que vivi com Sensei foi incrível e não posso deixar de pensar no filme e nestas famílias que sofreram , quero transmitir a minha família e amigos a emoção que senti , por isto é algo que só podem chegar a compreender vendo.
Agradeço el Sensei por haver vindo a estas frias terras e haver trazido o oculto que o mundo não está acostumado a ver pela televisão.
Vanesa A. Loretta
Fiz confusão em minha agenda e acabei "parando" em Sorocaba na quarta passada.
Os alunos estavam lá (e em numero superior a da ultima vez)
Terminada a aula fui surpreendido ao ouvir do coordenador que quarta não era dia de aula, mas terça e quinta.
Mais surpreso ainda , ao saber que os meus alunos sorocabanos deixaram todos os seu compromissos para participar da aula.
As minhas desculpas e arigato pela noite agradável que pudemos passar.
Aproveito para deixar hoje um pouco do que se passou através do relato de um dos alunos.
Foi sem querer , mas deu tudo certo.
No universo físico, fiquei completamente perdido pela rapidez dos movimentos. Tentar segui-lo no kata inicial foi como uma tartaruga correndo atrás de um leopardo. Mas tudo bem, um passo de cada vez. A tartaruga também consegue chegar ao mesmo destino que o leopardo, é uma questão de tempo.
Em seguida senti-me honrado por apenas eu e meu senpai Manso ficarmos frente a ele mostrando o que haviamos aprendido e recebido as devidas correções.
Fomos para o fundo da sala, ali permanecemos até o final do treinamento. Olhos desatentos poderiam dizer que mal fomos treinados (Iai) na data. Será?
Mas aí entrou o mundo psicológico e espiritual.
Sempre acreditei em um universo onde todos se respeitassem mutuamente. Onde cada pessoa se colocasse em seu devido lugar. Pessoas mais velhas, com mais sabedoria, respeitadas pelos mais novos. Homens, respeitados por suas mulheres, e mulheres respeitadas por seus homens. Natureza respeitada por todos. Nada forçado, apenas como deveria ser. Ninguém tentando tirar proveito de ninguém. Equilíbrio. Harmonia.
Naquele momento de ouro, naqueles poucos minutos, o sensei mostrou que era isso que buscávamos. Naquele momento, era o que todos estávamos aprendendo a ser. Naquele momento, alguém pensava o que eu pensava. Naquele momento, encontrei meu lugar. Espero ter entendido direito...
Alunos e visitante que abrilhantaram a aula
Momento de Ouro, sabedoria para se viver bem
Costumo dizer aos alunos desavisados que não me interpretem mal.
Que não costumo dar voltas e vou direto ao ponto.
Que a única coisa que sei fazer é bater "com amor".
"Bato" com os olhos, com as palavras, com as ações.
Abaixo deixo um relato sobre o que acontece quando "bato com amor".Treino de Despedida
Exposto isto, espero que me compreenda.
10 de Julho, Sensei anunciou o meu treino de despedida devido a minha ida para o Nihon.
Foi ótimo a oportunidade de lutar com todos que estavam presentes no treino.
Mesmo alunos de São Paulo, que vejo toda semana, e por incrível que pareça, muitos eram a primeira vez que estavamos lutando...
e Okagesama de ... muitos de fora também estavam neste treino.
Cada luta foi especial... mesmo o corpo cansado, a felicidade era imensa de estar ali naquele momento com todos.
Sensei deu o Narabê no final do treino... e eu pensando... "Será que Sensei esqueceu de mim?" pois ainda não tinha lutado com Sensei neste dia.
Mas antes que eu pudesse terminar de pensar, Sensei me chamou e fez o Sonkyo... "ufa.. Sensei não esqueceu de mim!"
Sensei começou a me puxar no light... ainda não tinha sido "batizada" no light depois que recebi o 5o Kyu.
Confesso que nunca achei a Faria Lima tão grande quanto neste dia...
Quando o corpo começou a não obedecer mais, todos começaram a gritar e me incentivar.. e isso me empurrava para frente.
Graças à todos em nenhum momento passou pela minha cabeça desistir, mesmo que o corpo não respondesse mais..
Em meio às vozes de todos houve um momento mágico em que só existia o Sensei e eu em um corredor, sem mais sentir dor, sem mais sentir cansaço..
Talvez esse momento tenha durado apenas 2 segundos... mas para mim foi uma eternidade que valeu por todos os dias de treino.
E por fim, quando Sensei falou "Último Men" e abriu o sorriso.... Ah... que sensação boa...Era inevitável o sorriso transparecer também no meu rosto.
Tirando o kote e o men,.. não consegui conter as lágrimas...,lágrimas de "Arigato Gozaimashita!" e lágrimas de "Acabou...?"
Sensei, não tenho palavras para agradecer... pelo treino, por cada momento, por cada olhar e por cada palavra.
E para todos os meus colegas de treino, tenho certeza que não são apenas colegas... mas são pessoas especiais que lembrarei com muito carinho para sempre!
Arigato Gozaimashita.
Hoje sem dizer Sayonará, pois a cada dia tenho mais certeza de que quero voltar, e vou lutar por isso.
Até breve!"
E, se for de sua vontade continuar a aprender, pegue a sua espada e venha.
Midori, autora do relato, com Sensei em seu treino de despedia
Hoje apresento matéria da tv em Franca:
Além de enfocar o lado histórico e o disciplinar do samurai, achei digno de nota vermos pai e filho fazendo a mesma arte.
O que é muito raro hoje em dia.
Pai e filho descobrindo juntos os segredos da arte.
Pai e filho suando juntos no mesmo dojo (local de pratica do Caminho).
Muito longe de ser, apenas, um pai legal.
Nestes dias que se passaram, coloquei-me a refletir a respeito do estilo de vida proposto aos meus alunos .
Estaríamos no "templo dos samurais" mostrando o caminho para a sabedoria
Mergulhando no passado em busca das técnicas originais e os segredos dos antigos?
Em busca dos valores intrínsecos para se viver em paz e dignos de um ser superior?
Retornei. E tive a surpresa ao constatar estas palavras em meu email:
"Estou muito contente por ter encontrado ou por ter sido encontrado pelo Instituto Niten,morei nos Estados Unidos por três anos e retornei para o Brasil a pouco tempo.
O grande motivo do meu retorno foi porque percebi estar ficando cada vez mais distante dos meus valores familiares e espirituais.
Como uma visão algo me fez despertar e as atitudes que comecei a ter me deram outra qualidade de vida, me sinto presente.
Os momentos de ouro estão me ajudado bastante e tento ser uma esponja, absorver ao Máximo o caminho da espada.
O desenho ou formato de esmeralda que a Katana tem, realmente é muito interessante pela própria analogia com vida, afinal a melhor defesa é o ataque e essa é a possibilidade que essa espada nos dá, não deixando muito tempo para o inimigo pensar. Acredito que quando foi falado na raspagem foi colocado da forma de que só iremos aprender se formos a luta, calejar onde é fraco e assim ficar forte para enfrentar os inimigos da vida!"
Como uma rocha no alto da montanha, inabalável sigo o meu objetivo.
Faça frio ou faça calor, o Sol e as estrelas são as testemunhas