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"Gostaria de relatar o que vi, senti e refleti sobre o nosso Gashuku(treino intensivo) de quarta-feira.
Ontem, quinta-feira, fiquei a refletir sobre minhas atitudes durante o Gashuku, e percebi algumas falhas dentro dos katas do Bushido (Caminho do Samurai) que cometi . Penso em me concentrar para não falhar novamente. No começo observei o treino do Sempai Alessandro com o Sensei, mesmo que no Iaijutsu (técnica com espada de metal) eu não seja praticante, percebi riqueza de detalhes únicos. Já no Jojutsu (arte do bastão) pude observar como o Sensei utiliza a energia com leveza e precisão em cada golpe, cuidando dos detalhes. Estes serão meus próximos focos.
Já no Kenjutsu fui surpreendido logo no aquecimento, Sempai Alessandro me chamou pra colocar o bogu (equipamento de proteção). Logo o Sensei pediu para os outros fazerem narabê (formar fila) na lateral da quadra e em seguida já estava lutando com o Sensei, eu de Nito (duas espadas) e o Sensei de Ito (uma espada). Neste momento eu mais senti do que vi, pois os golpes vinham de direções nunca antes vistas por mim, e quando pensei que estava bem fechado surgiu um kote (golpe no antebraço) que me abriu ainda mais a visão de estratégia e de possibilidades.
Quanto aos meus ataques, fiquei um pouco travado no começo, mas em seguida lembrei do Hidensho 17 onde Sempai D´Angelo (CS 05-Nov-2012 - Hidensho 17 - Isso é Kenjutsu! ) dizia que não conseguia mover o Sensei do lugar, e lá fui tentar minha sorte, mas a cada começo de ataque (até mesmo quando estava pensando em iniciar o ataque!) o Sensei me acertava. Depois de algumas tentativas eu consegui, mas na verdade o Sensei só queria me conduzir para me cansar e no final tomei um belo Ippon (golpe fatal). Não sei quantos ataques eu fiz enquanto avançava, mas nenhum chegou perto de acertar o Sensei. Sinto-me muito honrado por todo este aprendizado, só desejo poder um dia ter a tranquilidade e precisão nos golpes como o Sensei.
No shiai (valendo ponto) pude cruzar espadas com os colegas da unidade de Caxias do Sul que não via há um bom tempo, e foi ótimo ver quanto melhoraram, servindo de incentivo para meu aperfeiçoamento também. A cada luta o Sensei estava muito atento para observações e correções, seja dos lutadores ou dos juízes. Ao final haveria um shiai entre duas equipes de 5º kyu acima, e novamente fui surpreendido por ter sido chamado, uma vez que sou 6º kyu e não me considero um grande espadachim.
Houve muita animação por parte das torcidas e terminamos com energia lá no alto.
Durante o Momento de Ouro (parte filosófica) o Sensei falou sobre os juramentos do Hagakure, detalhes importantes sobre nunca ser derrotado no Caminho e o que isso realmente significa para a classe Samurai. Contou sobre o convívio com Gosho Motoharu Sensei e a importância da lealdade com o mestre e o Caminho, a ponto de colocar o Caminho acima de tudo na vida.
Terminado o treino fomos nos encontrar com o Sensei em uma casa de carnes, mas infelizmente acabei me atrapalhando no caminho e cheguei atrasado. Durante os momentos de convívio com o Sensei, lições do caminho e histórias. Fomos nos apresentando ao Sensei e acabamos conhecendo melhor cada um, e dos Sempais ouvimos o reconhecimento do Sensei sobre o que cada Sempai (veterano) fez pelo Caminho e o quanto se deve valorizar estes tipos de atitudes.
Logo quando cheguei em casa pensei que havia aprendido quase nada, mas a partir do dia seguinte os conhecimentos começaram a criar raízes, a mente ficou mais clara, a visão com maior amplitude e a mão está mais firme na espada do que antes.
Domo Arigatou Gozaimashitá Sensei por ter disponibilizado seu tempo para nos ensinar valiosas lições!"
Steyer - Unidade Porto Alegre.
Alguns sabem que a oportunidade é como a pedra depois de solta, a palavra depois de proferida e o tempo depois de passado.
A grande maioria, em processo de auto destruição, acha ainda que em uma outra oportunidade poderá ouvir, ver ou sentir o que aconteceu no Gashuku. Ledo engano.
A oportunidade é única.
E passa tão rápido que você nem vê!
Mas os resultados você começa a sentir "a partir do dia seguinte".
É. Não adianta recitar mantras nos ouvidos dos cavalos...
"E passa tão rápido que você nem vê!"
"O dia sete de novembro foi um dia especial para mim. Além de ser meu 24º aniversário
, era o dia do meu primeiro Gashuku com o Sensei, que sairia de São Paulo, de perto de sua família, para passar seu tempo conosco. Em nenhum momento pensei em não comparecer, ou em usar meu aniversário como desculpa. O treino tem sido muito importante na minha vida. Sinto falta quando viajo e perco um sábado de treino, mesmo que isso ocorra apenas uma vez por mês. Pode parecer que estou querendo "comprar o eleitorado" com simpatia, mas estou sendo sincera. Desde o anúncio da vinda do Sensei, considerei tudo aquilo um grande presente.
Meu noivo, o mais afetado na história, que provavelmente estaria planejando algo para a ocasião, foi extremamente compreensivo e até quis assistir ao treino, para passar mais tempo comigo. Adiantamos o jantar comemorativo para o dia seis, e até mesmo a entrega dos presentes.
Valeu a pena. Cada segundo. Cada gota de suor que escorreu no meu rosto. Cada palavra do Sensei. Cada lição. E quanto eu aprendi! Talvez por ser muita informação em tão pouco tempo eu realmente leve mais alguns treinos para digerir tudo o que foi passado. Seria uma tola se achasse que entendi tudo logo de cara. Aprendi com o treino que muito do que é falado e até mesmo treinado, só é válido quando é posto a prova, em batalha.
Após o treino, durante o jantar, vi o quanto sou ligada a todos no Dojo(local do aprendizado). Senti orgulho de mostrar minha outra família ao meu noivo. E mais orgulho ainda em ver que ele foi aprovado por essa família.
Família. A minha está em Veranópolis, cidade da Serra Gaúcha próxima a Caxias do Sul, de onde eu vim. Moro em Porto Alegre a pouco mais de dois anos e sentia falta de algo no que me agarrar. Parece que encontrei. E acho que é justo chamar de "minha outra família".O Niten realmente se comporta como minha família. Sempre que algo acontece para me desanimar, ou tentar me superar no caminho, o Instituto surge de alguma forma com motivação e força. Ou é um conselho do Senpai Alessandro, ou uma lição sobre um ponto fraco detectado pelo Senpai Oliveira, ou uma conversa de apoio vinda dos colegas e agora um e-mail de resposta do Sensei.Embora pareçam pequenos detalhes para algumas pessoas, eles me ajudam a recuperar as forças e me deixam ainda mais confiante no caminho.Domo arigato gozaimashita ao Sensei, por ter vindo até Porto Alegre, gastar o seu tempo conosco! Mas, principalmente, pelos sorrisos compartilhados e lições ensinadas!"
Taís Boeira - Unidade Porto Alegre
Estou muito contente em saber que o Gashuku de Porto Alegre foi tambem uma Festa de Aniversário.
Vamos continuar fazendo que no seio do Niten sejam passados os valores, cultura, arte e amor aos nossos alunos.
Omedeto Taís. Será um dia de aniversário que jamais esqueceremos.
Espero que no Gashuku da semana que vem possamos comemorar mais alegrias.
Hidensho: quando a Espada imita a vida!
É indescritível o que podemos aprender quando cruzamos espadas com Sensei.Pelo tempo que for, 1 minuto ou 1h, tenha certeza de apenas uma coisa: algo vai acontecer que mudará sua percepção para sempre, na luta e na vida.
Ontem (17/04/2012), durante o treinamento matinal do Sensei com os Shugyo* e Senpais*, observei como o Sensei golpeava facilmente, quase que lentamente, todos àqueles que o enfrentavam, a cada Ippomigi*. Havia algum segredo ali, algum detalhe que nos escapava, alguma sutileza imperceptível aos olhos inexperientes: algo que apenas o Mestre, indicando, podemos entender.
À distância, havia um quê de simplicidade, de facilidade. Nessa hora lembrei de uma máxima taoísta que diz: “O correto é fácil; o fácil é o correto”. Como o Sensei luta fácil!
Chegara minha vez: tomei o primeiro golpe. Tentei avançar, veio o segundo. Não tardou o terceiro, quarto, quinto... vigésimo golpe consecutivo. Como eu me esforcei para interromper a seqüência, parecia possível, mas quando imaginava que o faria, mais um...
Impossível não pensar que, na vida, é semelhante: quantas vezes, repetidas vezes, tomamos golpes seguidos, pela mesma falha, o mesmo padrão que cultivamos? Como transcender, como evoluir?
A espada e a vida; a vida e a Espada. A Espada que dá a vida, em abundância. Após levar 20 golpes consecutivos acho que entendi qual o sentimento que está por trás de um Rei (reverencia) sincero que fazemos ao ser golpeados. Na vida como no combate, o Men(golpe na cabeca) que tomamos é nosso Mestre maior.
Saí do treino com uma frase de Santo Agostinho na cabeça, pois ele expressou em um lindo verso porque devemos preferir o ensinamento da derrota aos louros da vitória:
“Prefiro a crítica que me educa, ao elogio que me corrompe.”
De fato, Sensei é o poeta da Espada.
Domo arigatougozaimashitá Sensei, por mais uma manhã mágica em sua companhia.
Cristiano - Unidade Santos
"Sabre argentino - Acervo do Sensei"
Tal como enunciei no Shin Hagakure, a espada é o seu pincel.
Para se "escrever" bem, precisa ter coração, técnica e versatilidade.
O importante é fazer a arte do combate. A arte da Estratégia.
Qual vai ser a sua "poesia"?
No último sábado (03/11/2012) realizamos, na Catedral Nikkyoji da tradição Honmon Butsuryu-Shu, em São Paulo
Para mim, particularmente, de todos os Mestres que tive, Gosho Sensei é especial: sempre um apoiador do meu treinamento e do Instituto Niten, tratando-me, conforme diz Yoshimochi Soke (filho de Gosho Sensei e 12º Sucessor do Niten Ichi Ryu): “considerando-o como um neto”.
"Como um neto"
Esse carinho demonstrado tantas vezes em meus Shugyos no Japão está imortalizado na Apresentação escrita por Gosho Sensei à edição em português do Gorin no Sho (O Livro dos Cinco Anéis, de Musashi Sensei).
Ali, Gosho Sensei faz menção à descendência de minha família da região de Saga (onde se situava o antigo Clã de Nabeshima, onde o Hagakure fora escrito), atribuindo ao Espírito do Hagakure o mérito por todo o esforço que desempenhei para me aprofundar no Caminho do Samurai. Apenas recentemente, porém, notei que ao falar do Espírito do Hagakure, Gosho Sensei, na verdade, falava de sua própria história. Afinal, sua vida é um exemplo marcante da correção e força que estão representados no Espírito do Hagakure. Essa era a principal diferença que torna Gosho Sensei único.
Para começar, Gosho Sensei renasceu de duas mortes iminentes, sob a crueza das maiores guerras que o mundo conheceu. Praticamente, Gosho Sensei sobreviveu milagrosamente a um "Titanic" e a uma "invasão da Normandia".
No início da Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945), a tropa de Gosho Sensei fora submetida a fogo cerrado pela artilharia chinesa. Todos foram abatidos; Gosho Sensei caíra inconsciente, seriamente ferido. Já no mundo do além, inexplicavelmente, voltou à vida e, mais impressionante ainda, após sua recuperação, voltou aos terríveis combates daquelas guerras. Dizem os relatos que essa batalha se assemelhou em muito à invasão aliada à Normandia, pela crueza dos combates e pela brutalidade do conflito. Essa foi sua “Normandia” em solo chinês. Já ao final da Segunda Guerra Mundial veio o segundo renascimento de Gosho Sensei. Do porto de Fukuoka, de cada dez navios que zarpavam, nove eram abatidos pela Força Aérea aliada. O navio no qual Gosho
Sensei estava embarcado foi atingido e afundou, mas Gosho Sensei, novamente contando apenas com o Espírito do Hagakure, sobreviveu ao naufrágio. Após vencer a Normandia chinesa, o Mestre venceu o Titanic do pacífico. Pelos seus feitos sobre-humanos, mesmo entre os Mestres, é difícil alguém se igualar ao espírito do Shihan Gosho Motoharu.
Além dessas façanhas no front de batalha, Gosho Sensei atingiu a excelência em quatro Caminhos extremamente difíceis. Com certeza, se um homem se dedicar a qualquer um desses Caminhos demorará no mínimo trinta anos para atingir o estágio máximo; para apenas um homem atingi-los nos quatro, então, é tarefa quase impossível; algo que exigiria no mínimo 120 anos para ser alcançada. No Kendo, Gosho Sensei chegou ao 7º Dan Kyoshi, graduação máxima; no Iaido, chegou ao 8º Dan Hanshi; além desses dois Caminhos, Gosho Sensei se tornou Shihan (Grande Mestre) do estilo Sekiguchi Ryu IaiJutsu e, também, Shihan da 9º Geração do Hyoho Niten Ichi Ryu Kenjutsu, estilo fundado pelo invencível Miyamoto Musashi Sensei.
Gosho Sensei menciona o Hagakure por três vezes em sua Apresentação ao Gorin no Sho. A importância que Gosho Sensei dava ao Espírito do Hagakure certamente foi um dos importantes pontos de empatia que nos ligou ao longo de tantas décadas de convívio. Yoshimochi Soke contou-me certa vez que durante meus Shugyos, Gosho Sensei deixava de tomar seus medicamentos diuréticos para tratamento de pressão, pois, segundo o Sensei, “não poderia me dar um treinamento forte interrompendo-o a todo momento para urinar”. Aqui vemos mais uma manifestação do Espírito do Hagakure: colocar o Caminho acima de sua própria saúde, de seu próprio corpo; não é à toa que Gosho Sensei cita o Nabeshima Rongo (Crestomatia dos Nabeshima) em seu prefácio do Gorin no Sho: “Descobri que ser samurai é sinônimo de morrer”. Era impressionante seu vigor físico, mesmo após os 90 anos, nos treinando em sessões exaustivas de mais de duas horas.
Há dois anos, pude presenciar uma sessão de Tameshi-giri, na qual Gosho Sensei, aos 91 anos, realizou o corte mais perfeito que já vi. Poucos conseguem perceber o significado dessa proeza; apenas muitos anos de treinamento podem nos mostrar o grau de domínio espiritual que Gosho Sensei atingiu no Caminho da Espada.
" O corte mais perfeito que já vi"
Sempre risonho, alegre, sem orgulho e vaidade, Gosho Sensei foi um homem simples, que cultivava uma lealdade pétrea ao seu Mestre, Aoki Kikuo, 8º Soke do Hyoho Niten Ichi Ryu e 14º Soke do Sekiguchi Ryu Iaijutsu. Lealdade ao Mestre também é um Caminho; com certeza, o compromisso inquebrantável de Gosho Sensei com Aoki Soke mostra que o Espírito do Hagakure impregnava sua vida – essas são as características de um autêntico Samurai.
"Lealdade Petre ao seu mestre
(Gosho Sensei entre o Soke Aoki Kikuo e sua esposa)"
Ainda comentando a edição do Gorin No Sho em língua portuguesa, Gosho Sensei nos aponta o Caminho para que o Bushido continue seu desenvolvimento no Brasil: O Espírito do Hagakure.
Ha um ano , na ocasiao da inauguração do novo dojo(local de treino) do Niten Ichi Ryu no Japão, Gosho Sensei em suas palavras disse que a sua missão neste mundo já estava cumprida e que já não mais lecionaria. Ao ouvir aquilo, surpresa e tristeza bateram no meu coraçao.
Sim, Gosho Sensei nunca mais pisou no dojo depois daquelas palavras, mas tal como o pai que se preocupa com os seus filhos, dizem que apareceu no dojo dar algumas "espiadinhas" pela janela. Sempre preocupado com o desenvolvimento dos seus alunos...
Agora, Gosho Sensei pode ficar tranquilo, pois se depender dos samurais aqui do Niten o desenvolvimento do Bushido e do Niten Ichi Ryu estará garantido.
O Desenvolvimento do Bushido e do Niten Ichi Ryu no Niten estará garantido
"Confesso que fiquei emocionado no último sábado.
Foi de última hora que consegui a confirmação de que realmente poderia ir até São Paulo para acompanhar o culto póstumo de Gosho Sensei(CS - 29 de Outubro - Shihan Gosho Motoharu) . Além é claro der enfrentar a morte duas vezes. Parece que eram as forças ocultas dizendo que Gosho Sensei deveria ficar entre os vivos para fazer a diferença entre eles.
No meu coração eu sentia que deveria estar presente. Não apenas por possuir a graduação de Shoden no Niten Ichi Ryu, mas por que aprendi com o Sensei a sempre manter o sentimento de Giri (lealdade e gratidão) para com aqueles que nos ajudam a crescer. Isso, por mais que o tempo passe e muitas vezes as tentações para não mantê-lo sejam várias. Já me peguei algumas vezes, depois de ter entrado no Niten, prestes a tomar certas atitudes que fossem contra esse sentimento tão importante.
Como está escrito no Shin Hagakure, não conseguimos nada sozinhos.
Tentei demonstrar meu sentimento de Giri para com Gosho Sensei. Afinal, como o Sensei disse, não é qualquer um que passa pelo que Gosho Sensei passou apenas para poder treinar o Sensei. Como o exemplo do remédio de pressão que o Sensei nos contou.E, se não fosse por Gosho Sensei muita coisa poderia ter mudado e talvez nem eu estivesse no Niten. E Gosho Sensei com certeza agiu muito em prol do Sensei e do Niten.
Quando fiquei sabendo do falecimento busquei a orientação do Sempai Wenzel sobre como agir. Não sabia se ligava, escrevia, mandava um e-mail. Nunca tinha agido com relação a esse assunto com o Sensei. Mas como sempre a orientação do Sempai veio no sentido da ação. "Ir ao culto é o melhor kata, Chiarella". Como o Sensei já havia me ensinado: Samurai é aquele que age.Nunca havia participado de um culto póstumo budista. Fiquei impressionado com os filhos do Sensei que seguiam a cerimonia. Estavam levando realmente a sério tudo que estava acontecendo.
Agradeço ao Sensei por ter me ensinado sobre a importância de se ter gratidão. Domo arigatou gozaimashita Sensei.
Com os Momentos de Ouro (parte filosófica da aula) de sábado quero buscar o que o Gosho Sensei mantinha em sua vida e, que também viu no Sensei, os mandamentos do Hagakure (filosofia de vida dos samurais). Ser um Samurai Hagakure.
E peço Onegaishimassu (por favor) ao Sensei para me orientar nesse sentido.
Estou ansioso para ouvir sobre o terceiro mandamento. E também um pouco nervoso, pois os dois primeiros já são de extrema dificuldade de serem seguidos.
Não é para qualquer um. Gosho Sensei definitivamente não era uma pessoa comum.Arigatou gozaimashita ao Sensei por essa especial manhã de sábado.
E que Gosho Sensei tenha partido em paz.
Meus sentimentos ... "
Chiarella (Unidade Ribeirão Preto)
Hoje em dia são poucos os que nutrem o sentimento de Giri, um misto de lealdade e gratidão de relação não consanguinea.
Se pensarmos bem, existem aqueles que dão muito mais de si para o nosso desenvolvimento e felicidade do que aqueles que tem o mesmo
sangue. Existem até parentes que dão mais dor de cabeça do que nos ajudam!
Então, mais que óbvio termos gratidão e, a partir deste ponto, é claro, não seria a lealdade o sentimento mais nobre que nasceria dentro de nossos corações por estas pessoas?
Volto a dizer: são poucos os que nutrem o sentimento de Giri, uma grande maioria que ainda não sabe onde está o seu sentimento e por fim, alguns poucos que "cospem no prato em que comeram".
Comecemos a agir. Se somos samurais.
"Cheguei às 6:48 na frente da Ana Rosa, lá já se encontrava o Del Vecchio, da Unidade de Ribeirão Preto que estava em Shugyo(treinamento espritual) desde Segunda-feira. Sempai Wenzel chegou logo depois, abriu a Unidade para nós e começamos a aquecer já com Bogu (equipamento de proteção). É preciso deixar claro que comecei a treinar por volta do ano 2000, treinava, de Sábado de manhã na Unidade Itaim. Comecei com Kenjutsu, me sentia em casa lutando e aprendendo o caminho e aos pouco fui treinando Iaijutsu, que também era um território ao qual me dedicava e com o tempo fui trocando um pelo outro. Se me perguntar por que exatamente eu não sei, mas nos meus mais de 10 anos de Niten, a maioria foram praticando IAI. Por isso este relato hoje é sobre um reencontro. Uma conversa que deixei em aberto com o Sensei anos atrás e precisava de uma continuação. O Sensei chegou para o "diálogo" e começamos de fato a treinar. Antes de qualquer Shiai (duelo), Sempai Wenzel me ensinou o "Piloto" – velho conhecido dos guerreiros do Niten – e junto com o Shugyosha (aquele que está em shugyo) pratiquei enquanto esperava para treinar com o Sensei. E este é um capítulo a parte.A todos que já cruzaram espadas com o Sensei, posso afirmar que é impossível colocar em palavras a força da energia deste evento. Para os que ainda não o fizeram, aviso de antemão que abram bem os olhos e a alma e deixem que o Sensei te guie. Já lutei com o Sensei inúmeras vezes, em algumas estive em melhor forma, mental, física e técnica, o que não era o caso agora. Como todas as vezes, o Sensei ensina com cuidado e com firmeza, quando ele escolhe um Kamae provavelmente quer te ensinar um segredo ou reciclar sua técnica.Ao final da primeira luta estava ofegante e percebi o quanto havia no meu caminho para percorrer, o Sensei me disse:- Isso é Kenjutsu.Nesta luta da manhã, ingenuamente, tentava vencer os milhares de golpes do Sensei tentado deixá-lo de frente para o Sol, mas quem diz que consegui movê-lo algum centímetro, era eu que tentando esquivar dos Mens (golpes sobre a cabeça) e Kotes (golpes sobre o antebraço) acabava encontrando a parede. Foram muito Kamaes (posturas), de guarda baixa, com golpes vindo com rapidez e precisão ou de guarda alta, onde eram indefensáveis.Um deles é um Kamae, como que um Hasso (postura da arvore) invertido, que o Sensei o chamou de Kamae dos Deuses, ou Kamae dos Céus. Antes de voltarmos a lutar me confiou que muitos já viram este Kamae e nunca o desafiaram dizendo que não funciona ou mesmo tentaram vencê-lo, o Sensei afirmou com verdade no coração que este é um Kamae invencível.Com este comentário do Sensei, falei "Hidenshô" e voltamos a lutar. Foram muitos outros Kamaes, com duas espadas ou somente com Kodachi (espada menor) – com esta última acabei sendo arremessado para o chão com tudo. Isso realmente é Kenjutsu, isso realmente é o caminho do guerreiro em busca do golpe invensível.No final do treino, cansado como nunca mais havia ficado – e olha que já corri provas de mais de 15 kilometros – nos sentamos para ouvir do Sensei as palavras de ouro, que resumirei em uma frase dita pelo Sensei após o primeiro gole de água que tomamos juntos após este treino perfeito:- Isto é Felicidade.Bruno D'Angelo (ex-Itaim, ex-Faria Lima e pela primeira vez, Ana Rosa)