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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    15-jun-2012

    Hidensho 5 - A captura da Andorinha

    "Hoje na quinta feira tivemos mais dois grandes amigos no nosso treino:  Sempai (veterano)Silva e Sempai Fugimura, que alegria ter essas aulas particulares.
    Fizemos alguns pilotos e também lutamos com a energia lá em cima, o Sempai Silva me mostrou algumas técnicas que acabaram sendo usada contra ele no embate final.
    Sempai Fugimura me ajudara também em algumas correções.
    O que chamou a atenção treinando contra o Sensei nesse dia foi o que chamei de a captura da Andorinha.
    O Sensei estava com a Kodachi menor que a padrão, e toda vez que eu avançava  um golpe o Sensei pegava minha mão e Shinai no ar, em deslocamento para tentar atingi-lo, o Sensei pegava ela com uma precisão inacreditável sem se opor abruptamente minha força, e apenas desacelerando.
     
    Eu percebi que o Sensei conseguia saber a velocidade do deslocamento da minha mão, e a mão do Sensei aparecia do nada também fora do meu ângulo de visão e assim era capturada num Irimi (captura) perfeito e em seguida me atingia com um golpe preciso.
     
    Foram várias as tentativas minhas de tentar dar um golpe que fosse, mas o Sensei conseguiu em todas agarra-las, eu ficava sem reação, porque aquela captura era desconhecida para mim e era perfeita e precisa. Acho que algum segredo do Hidensho.
     
    Aguilar (Unidade Vila Mariana)

     

    Ilustração: Luigi (unidade Vila Mariana)

     

    14-jun-2012

    Kenjutsu - Nito Gedan Tsuki




    13-jun-2012

    Hidensho 4 - Naginata Simples


     
    "Após várias lutas com Sensei durante toda a manhã,onde os kamaes (posturas) conhecidos
    eram aplicados de forma totalmente desconhecida para mim veio uma grata surpresa acerca da simplicidade:
     
    Wakigamae (a ponta voltada para trás)  com golpes rápidos, precisos e inesperados, provenientes de onde jamais esperaríamos.
    Durante a luta contra Kodachi (espada menor) perdi o Men (elmo) completamente e adrenalina só subiu. Se estar diante do Sensei com bogu completo já é uma sensação de estar diante de uma montanha, sem o Men essa proporção aumentara e muito, uma sensação indescritível de experimentar o combate.
    Sensei pede para eu recolocar o Men e passa para Naginata (alabarda) e quão feliz foi para mim o que ainda estava reservado. Sensei lutou de Naginata e praticamente toda a luta utilizou apenas as duas posturas básicas que havia me mostrado dois dias antes. Os golpes? O nosso men (cabeça), kote (antebraço), do (abdome)...nada de golpes com cabo, tsukis (estocadas) ou provenientes de baixo.
     
    Todos os caminhos tem um primeiro passo, nós ocidentais muitas vezes dado esse primeiro passo nunca mais olhamos para trás, ou tentamos melhorar o caminho. O traço de um (ichi) em shodo (caligrafia japonesa) é treinado a exaustão e nunca perfeito apesar de ser o primeiro a ser aprendido, dois músicos podem tocar a mesma nota,  porém soarão completamente diferente mesmo em acorde básico.
    Para mim foi um exercicicio de humildade, progredir cada coisa ao seu tempo, saber que o primeiros ensinamentos são na verdade muito mais imensos do que conseguimos conceber num primeiro momento, hora de deixar o copo vazio para aprender.
    Lição ensinada, Sensei passa a lutar com posturas diferentes e passa com maestria lutando de perto ou longe. Podemos ver o golpe, mas defender é outra coisa bem diferente. No fim, tudo que posso pensar é que o "principio", pela propria definição, é simples, porém nunca fácil. O Caminho tem lindas paisagens a frente, hora de admirar o caminho de coração desde o início.
     A maior lição por mim compreendida é que o simples funciona muito bem nas mãos de um mestre."

    Eder (Unidade Fortaleza)

    11-jun-2012

    Hidensho nas folhas de outono

    "Imaginava encontrar alguns Senpais(veteranos) treinando. Mas, para minha surpresa, não iria mais ninguém. Eu teria o privilégio de treinar sozinho com o Sensei. Assim, treinamos acompanhados apenas pelos deuses, em uma agradável manhã de final do outono.
    Tão logo o Sensei chegou, terminei de colocar o equipamento, para não perder tempo. Sonkyo (posicao iniciar)...
    E, então, teve início o combate. O Sensei já começou com a fúria do ano do dragão. Usei algumas das inúmeras técnicas por ele resgatadas do kenjutsu. Mesmo o kamae que o Sensei disse ser o mais defensivo e fechado, era completamente aberto para ele. E o embate seguia. O Sensei ensinando com a firmeza de propósito e com a precisão dos golpes. Cada golpe recebido, era um aprendizado, uma iluminação no caminho. As técnicas de Musashi Sensei, geralmente praticadas somente nos katas do Hyoho Niten Ichi Ryu, ganharam vida com o Sensei. E que vida! Nesse momento, foi possível compreender o significado de cada uma delas (naturalmente com a ajuda do Sensei, que passava o gokui, os segredos). Em apenas um exemplo, o salto do tigre, quando usado pelo Sensei no combate, ficava mais impressionante ainda. Os golpes de Nito(duas espadas), então, mostraram que é preciso não apenas olhar, mas ver e compreender a intensidade e a profundidade das técnicas.
    Essa compreensão não é facilmente percebida nos katas (sequencias), mas que se revelavam, agora, quando usadas no combate. E o Sensei mostrava todas as extensões possíveis de cada técnica, como era no passado.

    Em seguida, a surpresa. O Sensei começa a revelar, na prática, o Hidensho! Os segredos da arte da espada, que o Sensei iluminadamente recebeu em mais de quarenta anos de treino em incontáveis estilos. No início, eu não acreditei. Mas estavam ali, na minha frente. Transmitidos diretamente pelo Sensei. Simplesmente não dá para explicar o Hidensho com palavras. Comecei a lutar com mais afinco ainda, com bastante entusiasmo para assimilar tudo o que pudesse. Logo no início, após alguns golpes que entraram, a surpresa continuava: nada menos que dez golpes consecutivos, que o Sensei disse haver descrito no Hidensho, encontravam facilmente o caminho até o alvo. Imprevisíveis, indefensáveis, sequer poderiam ser vistos.
    Na sequência, outras técnicas, como o Ryohasso, o Nito Joge, e inúmeras outras que também estão no Hidensho. Era preciso vê-las em ação.
    A "espada divina", então, é algo que é impossível descrever. E também impossível defender. Só restava abraçar o destino e entrar com vontade no shiai. Foi o que fiz. Com bastante kiai (garra), com todo o espírito. E então...
    Enfim, o treino foi muito intenso. E durou bem mais que o normal. Embora as horas se esvaissem como as folhas que caem no outono, não vi o tempo passar. Cruzar espadas com o Sensei em uma auspiciosa manhã, vê-lo em ação e, acima de tudo, experimentar o Hidensho, foi algo que eu não imaginava quando comecei esse Shugyo (retiro)."
    -

    Samuel (Unidade Vitória)


     


    Uma auspiciosa manhã... (Kote do Sensei)

     

     

    06-jun-2012

    Tameshi o quê?

    - Tameshi o quê? - foi a abordagem feita por uma aluna nesta semana quando comentei sobre um dos Shugyos (treinamentos intensivos) que fiz no Japão.
    Estou falando do Tameshi giri.
    Tameshi vem de "tamesu", que quer dizer, testar, provar, experimentar.
    Giri vem de "kiri", que significa cortar.
    Juntando estes dois ideogramas temos então o "testar o corte" , o significado do Tameshi giri.

    Requer concentração, disciplina e habilidade.
    O "teste"será no Gashuku daqui a um mês.
    Como será o seu?

    31-mai-2012

    Hidensho 3 - Bastão no Kenjutsu?

    "Ainda quero entender como meus golpes de nito(duas espadas) eram anulados mesmo antes de começarem, na falta de expressão melhor.
    Vi que o Sensei faz uso de todo o potencial do corpo, não somente pés e mãos separados.
    Tsukis(estocadas) que pareciam atravessar kamaes(posiçao de guarda) fechados, e o uso de toda e qualquer oportunidade de abertura do oponente, por mais momentânea que fosse. Isto me remete às palavras de Musashi Sensei, no Gorin no Sho (Livro dos Cinco Aneis): “seu pensamento deve estar constantemente focado em cortar o oponente...”.
    Vi que os kamaes possuem uma liberdade de uso que não imaginava, até então me mantinha restrito a certas técnicas por considera-las pontos fortes de certas posturas, mas vi que há muito espaço para uma adaptação consciente. O Sensei mencionou inclusive que usou técnicas do Jo (bastao) durante o combate, não sei ao certo, mas me pareceu que o movimento de “travar” o oponente com a ponta do bastao.
    É grande o esforço de relembrar todos os momentos do combate!"
    Rocco (Unidade Curitiba)
     


    Sensei em Curitiba  "uso de todo potencial do corpo"


     

    30-mai-2012

    Jojutsu - Rachar a guarda

    28-mai-2012

    Hidensho 2 - Rindo para não chorar

    "Rindo para não chorar...
    Mais uma vez pude treinar com o Sensei pela manhã no Hokkaido. Nesses treinos sempre tem coordenadores e shugyos treinando com o Sensei. Depois de treinar, fiquei assistindo um dos coordenadores lutar com o Sensei.
    Nesse combate o Sensei contava os Mens que acertava em seu adversário utilizando o Chudan Nito (kamae central com duas espadas) e mostrava para ele que o seu Men estava aberto, e que teria de corrigir isto.
    Eu pensava, e ri um pouco da situação, e acreditava que nunca levaria 10 golpes seguido do mesmo kamae do Sensei (mais uma vez, tolo que sou...).
    Chegando a minha vez de lutar, o Sensei arma o Waki Nito (kamae em que a espada menor aponta para o seu adversário, e a maior aponta para trás do lado esquerdo do corpo). Depois de uns dois minutos lutando o Sensei para o combate e fala:
    Dez Silva!
    Eu pensei depois e perguntei: Dez o que Sensei?
    E o Sensei respondeu: Você levou Dez Mens  seguidos desse kamae..."

    Silva (unidade São Paulo)














    Arte: Pedro Kodama 

     




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