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"Estava um dia muito quente na capital São Paulo já quando acordei pouco antes das seis da manhã, era cedo e sabia que iria treinar com o Sensei, onde a cada respiração se absorve algum aprendizado.
Recaíam ippon (golpes precisos) sobre mim de diversos kamaes (posturas) e do jeito mais inusitado possível, Ito (uma espada), Nito (duas espadas) e Kodachi (adaga), o Sensei me mostrava na pele os segredos do Hidensho, experiência intransmissível e que só quem já lutou com o Sensei sabe... de cada arma e cada kamae pude ver minhas fraquezas e forças enquanto o Sensei me mostrava como era de fato um combate, a vida e a morte em uma única respiração e aos poucos a assimilação do que é viver intensamente.
Muitos colegas já tiveram a experiência de receber dez golpes em sequência do Sensei, não contei mas acho que nestes dias de treino em São Paulo já recebi ao menos dez destas sequências, como uma avalanche, que não para.
Já muito surpreso com as habilidades incríveis do Sensei, não só por sua técnica mas porque todos os seus golpes tinham espírito, o que não é fácil, me vi diante da última luta do dia com o Sensei. Estava lá, empunhando minha Kodachi (adaga), e, diante de mim, Sensei também empunhava sua própria Kodachi. Pensei na hora, quem sabe agora me dou um pouco melhor já que sou relativamente rápido. Este pensamento foi rapidamente cortado assim que a luta começou, não podia acreditar, o Sensei parecia se teletransportar com aquela Kodachi que mais parecia um Tanto (faca). Não somente golpes men (crânio), tsuki (estocada)e dô (flanco), mas recebia golpes em meu kote (antebraço) enquanto ele se movia com minha espada curta... isso foi incrível! Quando, ao final do combate, não achava que seria mais presenteado o Sensei se aproximou e disse: "...a Kodachi é livre, é como um pincel e, dentro de suas leis, não há regras...".
Estava extasiado, e depois do treino com o Sensei tivemos um Shiai (valendo ponto), eu contra Rodolfo, Coordenador de Recife e com a arbitragem do Senpai Wenzel.
Graças ao Sensei pude sentir melhor o que o Sensei queria dizer, a Kodachi é como um pincel com o qual podemos desenhar o caminho do combate. Estou aprendendo, neste dia de treino, que é preciso conhecer os mais diversos e numerosos pincéis e com com eles se assimilar mais e mais para que assim possa desenhar, com firmeza, o caminho da vida. E quem sabe, como diz o Sensei, chegar até os 100 anos?"
Drawin - Unidade Belo Horizonte.
Prato era Meiji - acervo do Sensei
Os primeiros alunos
Segue tradução do relato no café de ontem (CS 20 anos 1 - Nuestro Pequeño Samurai)
"Nosso filho Antonio está há um pouco mais de 2 meses assistindo às aulas de Kenjutsu no Instituto Niten e a experiência tem sido incrível.
Buscávamos uma escola que transmitisse valores que consideramos fundamentais como família, respeito com os demais, humildade, responsabilidade e disciplina. E junto com isso, agora vemos nosso filho concentrado, mais tranquilo e feliz de assistir aos treinos.
Nos encanta sentir em cada uma das pessoas que frequenta o Instituo Niten o amor pelo que fazem, por isso estamos felizes que nosso filho possa ser parte deste grupo tão especial de pessoas que nos ajudaram a encontrar o samurai que havia dentro do Antonio.
Atenciosamente,
Eduardo e Priscila, pais de Antonio Salgado González"
Comentário no Site: Nuestro Pequeño Samurai
"Para mim, é uma honra poder ajudar com o treino do Antonio e de todas as crianças do KIR Jovem, e não há maior recompensa no caminho do que vê-los crescer com os valores que o Sensei nos transmite através do Instituto NITEN. Domo Arigato Gozaimashita Sensei! Arigato Gozaimashita a Antonio e a todos os alunos do KIR Jovem."
Cristobal Pellegrini (unidade Chile)
Para ler o comentário do Sensei sobre o relato leia o café de ontem (CS 20 anos 1 - Nuestro Pequeño Samurai)
Recebi este relato do outro lado da cordilheira dos Andes:
"Nuestro hijo Antonio lleva un poco más de 2 meses asistiendo a clases de Kenjutsu en Instituto Niten y la experiencia ha sido increíble.
Buscábamos una escuela que transmitiera valores que consideramos fundamentales como familia : respeto hacia los demás, humildad, responsabilidad y disciplina. Y junto con todo eso, ahora vemos a nuestro hijo concentrado, más tranquilo y feliz de asistir a los entrenamientos.
Nos encanta sentir en cada una de las personas que asiste al Instituto Niten el amor hacia lo que hacen, por lo que estamos felices de que nuestro hijo pueda ser parte de este grupo tan especial de personas que nos ayudaron a sacar al samurai que Antonio llevaba dentro.
Eduardo y Priscila, Papás de Antonio Salgado González"
Comentário no site: Nuestro Pequeño Samurai
"Para mi es un honor el poder ayudar con el entrenamiento de Antonio y de todos los niños de KIR Joven, y no hay mayor recompensa en mi camino que verlos crecer con los valores que Sensei nos transmite a través del instituto NITEN. Domo Arigato Gozaimashita Sensei! Arigato Gozaimashita!! a Antonio y a todos los alumnos de KIR Joven."
Cristobal Pellegrini (unidad Chile)
Neste sábado passado, foi realizado o Torneio Regional de Guarulhos no Ceu Pimentas.
Pelo que ouvi, foi um grande dia. Muitas boas disputas e alegria geral.
Não justamente, fui homenageado pelo Exmo. Secretário de Cultura de Guarulhos, dr. Edmilson Souza, e que, de fundo do coração agradeço pela consideração.
Mas o mérito é de todos vocês. Coordenadores e alunos de Guarulhos que propiciaram-me receber esta grande homenagem. Arigato.
clique na imagem para ver a homenagem
Recebi o email de um aluno que retrata um pouco os acontecimentos da semana que se passou.
"Sensei, shitsurrei shimassu.
Li o café dessa semana
Gokuro samá pelo treino e pelas palavras.
Ter o Sensei perto de nós, discípulos, é de um valor que não podemos estimar, agora, o que vai significar para nossas vidas.
Arigatô gozaimashitá
Foi triste não ter o Sensei no Céu Pimentas esse sábado, espero que esteja tudo bem com o Sensei e sua família.
shitsurrei shmassu,"
Meloni(unidade Sumaré)
Após os Momentos de Ouro deste sábado, recebi o email de um aluno que, tocado pelas minhas palavras, externou seu sentimento, solicitando compartilhar com todos.
Ao meu ver, este sentimento nobre e raro hoje em dia deve ser seguido como exemplo por todos que buscam a paz interior.
Realmente, não vale a pena perder tempo.
"SHITSUREI SHIMASSU, SENSEI,
KOMBAWÁ,
Gostaria de fazer um pequeno relato do que refleti sobre o Momento de Ouro onde o SENSEI falou sobre seu próprio SENSEI, de quase noventa anos, que estava triste por não ter mais a presença dos pais.
Na hora fiquei bastante emocionado e, refletindo sobre isso, lembrei-me de uma coisa que meu pai me disse em seus últimos meses de vida.
Por causa de um câncer, minha mãe nos deixou assim que entrei na faculdade e pelo Alzeimer, meu pai, alguns anos depois. Atravessei o inferno com cada um deles, em toda a dificuldade que essas duas doenças trazem, cuidei deles até onde foi possível.
Um dia, meu pai, em um raro momento em que lembrava quem eu era, me disse: ”Obrigado por tudo”.
Alguns achavam minha paciência e compaixão como um gesto nobre. Outros, de acordo com suas religiões, achavam que eu estava garantindo meu lugar no céu.
Nunca pensei assim. Nunca fiz nada disso. Na verdade acho que fui até um pouco egoísta. A verdade é que, mesmo em meio a todo o sofrimento que eles passaram, cada vez que eu podia sentir sua ternura e tê-los como exemplo, mesmo ali, era como um pedaço do paraíso pra mim e eu queria aproveitá-los até os últimos minutos.
Como poderia ele me agradecer se eu é quem estava ganhando? A verdade é que eu sempre precisei deles, doentes ou não.
Como hoje no dia das mães.
ARIGATÔ GOZAIMASHITA, SENSEI, por me lembrar sempre de todas as coisas realmente importantes na vida.
SAYOUNARÁ"
João Paulo - Unidade Vila Mariana
Momentos de Ouro do sábado 11 de Maio de 2013 (escrito por Mestre Risuke Otake ao Sensei)
Ao escrever este parágrafo, já me encontro aqui no Japão.
Aqui há professores que se recusam a cantar o Kimigayo (Hino nacional japonês) ou hastear o Kokka (bandeira) por serem influênciados pelo Nikkyosan,
Chegamos a tal ponto onde uma multa é inferida ao professor que recusar a cantá-lo. Na realidade, a coisa é mais complicada e não me cabe explicar aqui.
Bem, o que eu quero lhe dizer é que um dia este livro será traduzido para o japonês. E, quando este dia chegar, como tudo de novo que chega para mudar, haverá alguns que aplaudirão, outros que criticarão. Todos, estejam em seus equívocos e incompreensões ou não, dando as suas opiniões. Opiniões de quem nunca passou pelo treinamento austero, pela tradição ou convívio com os últimos samurais, estes já não mais vivos atualmente. Vozes.
Mas tudo bem. O que mais importa é que, sem querer ser pretencioso, cedo ou tarde, eles, os japoneses, compreenderão o que estou dizendo e se orgulharão do sangue guerreiro que correm em suas veias.
Havendo esta compreensão, mesmo que agora distantes, serão gratos aos seus ancestrais Samurais, fazendo valer no seu dia a dia, como na prestação de seus serviços, os seus legados.
Continuarão na busca em serem os melhores. Perfeição. Respeito. Honra.
E, se isto acontecer, só por isto já valeu este livro. Já valeu a minha vida.
As pessoas serão mais felizes.
Sensei com a primeira bandeira do Japão no Brasil que desembarcou do navio Kasato Maru em 1908. Evento de celebração ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil no Memorial do Imigrante da Mooca, São Paulo.
Neste exato momento em que faço a revisão da 3ª edição do Shin Hagakure, estou a bordo de uma companhia aérea japonesa nos céus da Europa a caminho de mais um de meus treinamentos no Japão.
Eu sinto, vejo e constato: o Japão dá de 10 a Zero no quesito de prestação de serviços em comparação a qualquer uma companhia do ocidente: além de ser bem atendido, tudo funciona, se compararmos com o nosso continente.
A formalidade, o cumprimento, o respeito, a disciplina, a compaixão e tudo o que for necessário para um melhor atendimento incorporados em cada uma das atendentes.
A poltrona, a refeição e até a atenção "VIP" dada pelas atendentes que se equiparam ou até superam a classe executiva de uma companhia aérea do ocidente, reforçam o que eu sempre disse: o Japão ainda é o melhor no que faz.
Mas não é esse o ponto onde quero chegar...
O que esta nova geração de japoneses nao sabem é que se eles são o que são, é porque existiu uma cultura e gerações de homens, seus ancestrais, que souberam como educar e treinar a fazê-los com eficácia e perfeição. Estes ancestrais estiveram no seio da sociedade durante mil anos influenciando a sua metodologia de pensar, sentir e executar: foram os Samurais.
E por que os jovens de hoje não sabem de onde veio toda esta habilidade? Porque esqueceram. Deixaram esta cultura em busca das novidades do ocidente. Em troca de proteção militar, abriram mão do que há, de tão importante quanto a defesa de seu país, a própria identidade. A cultura. Não tem jeito. Não podemos culpá-los.
Pois bem, imagine que na minha infância, os meus colegas descendentes se recusavam em aprender o japonês e achavam que o treinamento com espadas era assunto de "ditchan e batchan"(vovô e vovó). Ou seja, brega.
Os tempos se passaram e eu continuei remando contra a maré e pasmem, em ritmo acelerado.
(Continua)
"Lá estava o Sensei com Jodan nito (posição de duas espadas com a maior voltada para o céu). Quando sem que eu perceba e com a defesa nula, me chega a "chuva de mens (golpe sobre a cabeça)
Logo, perdi meu men e fui decapitada pela "chuva".
Arigato Gozaimashita"
Laura Caous (Unidade Ana Rosa)
"Criança treina o Kata de Miyamoto Musashi"