Últimas postagens:
Registros do Caminho
Shitsurei Shimasu,
Konnichiwa Sensei,
Que dias maravilhosos!
Hoje parece que o Sol estava mais brilhante, que as pessoas eram mais bonitas, que a vida é muito melhor! A minha noção de tempo se alterou, foi tão intenso, que tenho a sensação de que a festa durou um mês. Os gritos da torcida ecoam na minha cabeça, a imagem da mesinha histórica foi gravada no meu coração.
O ambiente que Senpai Wenzel criou foi perfeito para dar a atmosfera de comemoração, a egrégora se formou a partir das cores das bandeiras e eu vi brasileiros, argentinos, mexicanos, portugueses, chilenos e americanos conversando como se fossem velhos companheiros, verdadeiros Irmãos de Espada!
Arigatou Gozaimashita Sensei, por abrir esse caminho aonde muitos passam e muitos passarão! Tive a oportunidade de conversar com Mika Sensei e como ela me emociona e inspira!
Ter a oportunidade de ajudar na montagem e documentar me deu outra perspectiva da festa, tive contato com pessoas diferentes e reconectar os elos. Soube um pouco da história de cada um deles e vi o impacto do Sensei e do Niten na vida de todas elas, todas são muito gratas pela existência do Sensei e de seu trabalho. Sensei tem a força de mudar destinos!
A vitória do Senpai Gilberto me deu a alegria de saber que treinamos com os melhores Senpais do mundo! As meninas da Argentina me motivaram para treinar mais também! E foi a torcida mais animada!
Domo Arigatou Gozaimashita por me permitir ajudar e participar um pouco nessa festa inesquecível.
Vida longa ao Niten!
Arigatou Gozaimashita,
Shitsurei Shimasu,
Toshi - Unidade Sumaré-SP
A Mesa Histórica - Onde tudo começou
Mulheres Samurais em combate
Feliz é a criança que sabe o que quer.
Lamentavelmente, tal situação nem sempre acontece por algumas razoes:
- porque ela não sabe o que quer
- porque inexiste alguém que possa oferecer o que ela quer
- porque os pais não concordam (ou não compreendem) o que ela quer
Aqui, temos uma situção em que conseguimos vencer todas as situações e que vale a pena não só compartilhar, mas tomá-la como exemplo, se almejamos, é claro, a felicidade é o crescimento saudável de nossos filhos:
"Era uma vez....
Um menino de 5 anos, que descobriu uma trilha, que levava a um caminho, e mesmo sabendo que este caminho seria árduo, difícil e longo, decidiu, com a ajuda e apoio de sua família percorre-lo.
Era outubro de 2015, e graças a uma faixa promocional divulgando o NITEN, descobrimos o "Bushido".
Como o menino sempre teve encantos com a espada, seu fascínio pela arte samurai foi imediata, e mesmo sabendo que um guerreiro só recebe treinamentos de combate a partir dos 12 anos (naquele dojo, naquela época), decidiu sentar-se e esperar, contemplando todos os seus "sempais" que ali aperfeiçoavam suas técnicas e durante algumas semanas, na verdade, quase dois meses, ele simplesmente contemplou.
Porém, sua persistência em assistir os treinos foi observada pelos coordenadores, e uma primeira chance lhe foi dada.
E tudo começou a se transformar e acontecer, pois ele já sabia que a obstinação o levaria a conquista dos seus objetivos, apesar da pouca idade. E então, foi assim, que nossa família hoje vive neste caminho, no Bushido, no caminho do guerreiro. Seguindo os ensinamentos do Sensei Kishikawa.
"A vida não começa quando chegamos ao topo, é o caminho que escolhemos pra viver que nos leva até lá."
Tive que escrever este conto, na terceira pessoa, para não me emocionar demasiadamente, apesar de ser quase impossível!
Sou Barbosa - Cristiane, mãe do Arthur, o menino da estória, e apesar de apenas três anos nos separarem do inicio disso tudo, posso dizer, que os primeiros passos no caminho foram largos e que a cada momento vemos o quão intenso é viver nele, através dele.
Arthur hoje tem 8 anos, foi o primeiro aluno do Niten no KIR JOVEM, que hoje já funciona a pleno vapor em nossa unidade. Atendendo crianças de 6 a 12 anos.
Duas vezes por semana, ele se realiza, sendo útil ao dojo, ao Sempai e ao Sensei. Exercendo sua lealdade, honra e compaixão, é exemplo e "monitor" de todas as crianças que chegam até nós, e isso nos enche de admiração e contentamento. Nossas vidas são impactadas constantemente e a cada dia, a cada treino, temos a certeza de que ter concedido ao nosso pequeno "bushi" a oportunidade de nos mostrar o caminho foi a melhor escolha.
Nada que eu escreva ou diga, descreverá o quão felizes e gratos somos por termos esse suporte incrível na educação e criação dos nossos filhos (sim, filhos, temos também a Gomes - Maria Fernanda, 11 anos. Mas dela falarei em breve, em outra estória), onde todos nós praticamos diariamente as virtudes de um Samurai, e isso nos leva, inevitavelmente a muitos sucessos e conquistas. Seja na escola, no convívio social, ou até mesmo familiar.
A disciplina, o respeito, o compromisso, a organização o autoconhecimento são apenas algumas das qualidades que podemos adquirir ao percorrer este caminho. E nossas crianças já ganham isso tudo por acréscimo, dentro do dojo, pois o exemplo dos sempais e coordenadores é fato inequívoco dessa grande oportunidade.
Domo Arigato Gozaimashita"
Barbosa - Unidade Campo Grande
Auto retrato do Arthur
(matéria do jornal nikkey 19/04/18)
¨Desencantei me pelo Kendo¨
¨Niten Ichi Ryu¨, fundado pelo iluminado Miyamoto Musashi.
É deste estilo que o Sr. Jorge Kishikawa (54ª, nissei) tem a graduação Menkyo Kaiden.
São aproximadamente 1200 discipulos de oito paises em mais de 70 filiais nas Américas e na Europa compenetrados e treinando com afinco diariamente.
O Sr. Kishikawa salienta que "mais importante que vencer campeonatos é sermos felizes em nossa vida".
Qual a razão dele que já fora campeão consecutivas vezes e muito vivido no mundo do bujitsu ter chegado a esta conclusão?
E por que seus inúmeros alunos, que são ocidentais na grande maioria, são vislumbrados pelo Niten? É em busca destas respostas que fomos pesquisar.
Era noite durante a semana. Aulas de Iaijutsu ocorriam em um salão na regiao de Vila Mariana. O Iaijutsu é a tecnica samurai de desembainhar com destreza e velocidade para vencer o seu oponente.
Os alunos estavam compenetrados sob o kimono branco e hakama azul marinho embainhando uma espada Iaito a cintura. Ouvia-se gritos explosivos de ¨Yahh!¨,¨Ieii!¨ ecoando pelo salão conferindo ao local um ar de muita inpiração e determinação.
Um dos alunos iniciava o movimento na posição de Seiza. No momento em que o joelho dele ficou em pé e o seu pé esquerdo foi adiante, o corte finalizou com potência. A sua espada parou imediatamente ao momento que aos som do ¨Zup!!!¨ cortou na altura horizontal ao solo.
Quando eu, reporter, cheguei, notei que o Sr. Kishikawa monitorava austeramente cada passo e movimento de seus alunos. Como eu havia informado previamente que visitaria, solicitei a um de seus alunos que o avisasse de minha chegada.
O aluno referiu ao Sr. Kishikawa de "Sensei Kishikawa" e executa o protocolo tradicional com precisão. Tudo demonstra que praticam o protocolo a risca no dia a dia. O Sr. Kishikawa, acena ao reporter e se mostra a sorridente ao me ver.
Sr. Kishikawa iniciou o kendo aos 7 anos. Dia após dia, elevava o seu nivel técnico e aos 14 anos conquistou o titulo de 3º colocado nas disputas individuais e por equipes no 2º Torneio Mundial Juvenil sediado no ginasio Budokan em Tokyo. De 1982* a 1991, foi titular da seleção brasileira nos Torneios Mundiais realizados a cada três anos.
"Construiu" o Niten no ano que se formou em medicina da UNIFESP paralelamente ao seu ingresso no mercado de trabalho.
A opinão pública, na época, ficou surpresa ao ter conhecimento que o maior difusor e entusiasta do kendo brasileiro havia deixado o kendo para se tornar mestre do Kobudo.
Em 1998, realizou o feito inedito ao ser o primeiro brasileiro aprovado ao 7º dan kyoshi por uma banca de examinadores japoneses. E foi logo em seguida, que se retirou do mundo do kendo.
Ao perguntar qual a razão por ter escolhido o Kobudo, o Sr. Kishikawa foi certeiro:
- Desencantei-me pelo kendo.
"No kendo se pratica apenas uma forma de combate. No Kobudo são dezenas as formas e todas elas originárias de escolas antigas e tradicionais. Meu desejo me chamava para lutar com todas as formas possiveis. Queria a liberdade." - completou.
O unico porem é que no Japao a prática do Kobudo se restringe apenas a executar os katas. Isto levou o Sr. Kishikawa a elaborar e adaptar as técnicas das escolas antigas para o ¨Kenjutsu combate¨ e assim transmití-las no Niten.
"É impossivel nos emocionarmos apenas executando as técnicas (katas). O verdadeiro encanto ocorre quando a técnica funciona no combate."
Ao ouvir estas palavras, vislumbrei na fisionomia do Sr. Kishikawa um jovem verdadeiramente feliz. - (Reporter Rikuto Yamagata)
Foto : "Sr Kishikawa lecionando Iaijutsu - arquivo Niten"
* Errata: Na matéria no original consta errôneamente de 1985 a 1991, sendo o correto de 1982 a 1991
Ninguem é de ferro e todos nós sabemos disso, ou pelo menos no inconsciente sabemos não somos de ferro
Ir para longe de toda a nossa família, nossos pais, irmãos e amigos para ficar anos requer coragem. Principalmente quando se está sozinho.
Solidão, dúvidas, ansiedade e medo acontecem só de nos distanciarmos de ¨nosso lugar¨.
É nestes momentos que uma bússola, uma mão amiga é importante. E quando falo de ¨mão amiga¨, digo daquela que te ajuda, mas também te cobra.
Sendo direto: se você tem o Niten, não vai estar só, não vai ficar perdido.
Sorte daquele que tem o Niten por perto...
"Shitssureishimassu
Nascido em Fortaleza, há cerca de sete anos, resolvi me mudar para São Paulo em busca de realizar especialização profissional e complementar minha formação acadêmica. Nessa época, nunca tinha passado mais do que um mês longe de minha cidade natal e de minha família, mas senti que a hora era essa. Lembro daquela sensação de medo misturado com esperança de encarar um mundo totalmente novo; a ansiedade e a expectativa das pessoas que me amavam em fazer com que isso desse certo e as coisas que eu precisei abandonar pra poder seguir com esse sonho.
Muito metódico, rígido e pouco maleável comigo mesmo (e muitas vezes com os outros também), esse comportamento me dava uma (falsa) segurança de que estava preparado para o que aparecesse na minha frente. Porém, sete anos longe do que era minha zona de conforto tinham mais a me ensinar do que eu imaginava...
Em um determinado momento, me vi completamente perdido diante de um problema que cheguei a pensar que não conseguiria superar. A rigidez com que lidava com os acontecimentos me levava por um caminho bastante obscuro. Já não conseguia distinguir mais o que era o lado pessoal do profissional e isso começou a afetar minha vida para bem pior. Acordava sem nenhuma vontade. Aquele sonho que havia se iniciado há sete anos estava se tornando um pesadelo o qual não conseguia me livrar e eu me encontrava sozinho. Foi aí que, felizmente, apenas silenciei e respirei...
Há cerca de sete meses, através de propagandas e vídeos tomei conhecimento de um tal de Instituto Cultural Niten. Por causa de uma busca pessoal mesmo, tomei conhecimento da cultura samurai e do código do Bushido e me perguntava como isso era capaz de tornar os homens daquela época tão valorosos e dispostos a entregar suas vidas pelo que julgavam justo, sem hesitar. De início, só admirava de longe. Até que criei coragem e realizei um Workshop na Unidade Brooklin em São Paulo com o Senpai Weber e as coisas começaram a acontecer...
Após esse Workshop, realizei uma aula experimental na Unidade Sumaré (meu atual dojo de origem) com os Senpai Marques e Poli. Ainda lembro eu chegando todo envergonhado e estranhando aquilo tudo, mas ao mesmo tempo já com uma profunda admiração pelo que estava acontecendo ali. Os Senpai extremamente atenciosos e cuidadosos com minha presença lá. Senpai Toshi super educada, solícita e empolgada com minha presença (mesmo sem nunca ter me visto antes). Nessa primeira aula de Kenjutsu, já experimentei os katas, sofri muito com a posição de seiza (mesmo após algum tempo de treino), vesti o bogo, treinei com uma, duas espadas, errei, acertei, lutei, perdi e venci... E daí pra frente foi vestir o kimono e seguir treinando.
Recentemente retornei a Fortaleza para um curto período de férias de dez dias. Dessa vez, fiz minha primeira aula de Iaijutsu. Sendo recebido em minha cidade natal agora pelos Senpai Izakiel e Edson, a sensação já era diferente. Mesmo muito mais experientes que eu, já parecia que éramos irmãos em uma mesma caminhada e que estávamos ali para seguirmos melhorando juntos. O cuidado dos Senpai em orientar a técnica correta, em “puxar” com a devida intensidade e mesmo em mandar um “bate com menos força se não vai pagar sapinho!” (kkkkkkkkkkkkk) só tornava mais evidente a importância que eles davam para continuarmos com nosso melhoramento pessoal e não fugirmos do embate, por mais difícil que seja a situação à frente.
“Ribeiro, volta pra São Paulo e vai treinar com o Sensei pra depois você voltar e mostrar o que aprendeu pra gente!” me disse o Senpai Izakiel ao final da manhã. Hai!
Hoje retorno a São Paulo ciente de que minha família se tornou bem maior e com isso também o meu compromisso com ela. E com a sensação de que cada vez que entrar em um dojo (em qualquer que seja o lugar), me sentirei mais perto de minha cidade natal e da minha origem.
Conheci muitas pessoas e coisas durante esse período em São Paulo, sendo que a maioria delas já não tenho mais contato. Apesar das frequentes mudanças ao longo dessa viagem, adquiri a certeza de que o que realmente faz a diferença fica ou retorna para a gente em algum momento dessa caminhada. Nem que seja só por um período...
Domo arigato gozaimashita Sensei Jorge Kishikawa
Domo arigato gozaimashita Instituto Cultural Niten"
Ribeiro, Unidade Sumaré
Ribeiro, cirurgião pediátrico
Com a turma do Dojo Sumaré
Com a Família Niten no Gashuku de Final de Ano