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Recebi estes dois emails aos quais respondi logo abaixo da foto:
"Após a visita do Sensei nesse fim de semana fiquei refletindo sobre alguns aspectos, e gostaria de compartilhar minhas conclusões.
Seguindo a metáfora da espada no Caminho, um Mestre seria como um farol a iluminar a passagem. Mas não basta ver a direção geral, temos que notar as pedras no chão, os olhos tem que interpretar corretamente o que vemos adiante. Existem aqueles que ao notar a silhueta gerada por esse farol, acham que viram tudo, e existem aqueles que sabem que a Verdade é muito mais rica em detalhes. A luz faz seu papel, mas os olhos precisam funcionar de acordo. Bernardo ( Unidade Belo Horizonte)
Um aprendizado tem que ser emitido com clareza e recebido com sucesso. Hoje eu vejo que me faltam muitos detalhes a serem percebidos, que tenho muitas limitações, mas agora posso melhorar e talvez avançar alguns dias no Caminho.
O Mestre tem luz própria, que é refletida pelos discípulos. Grandes são aqueles que espelham essas pessoas iluminadas, sortudos são aqueles que são lembrados por quem admiram.
Arigato Gozaimashitá por ter se desviado de suas férias para nos conceder esse tempo, Sensei. "-
"Este sábado foi muito interessante pois até o momento nunca tinha tido a possibilidade de estar mais próximo do Sensei.
Durante a manhã quando fazia minha caminhada até o dojo estava tenso pensando em como seria, refleti nos meus erros e no que já me fora corrigido para tentar fazer meu melhor em sua presença, mas ao mesmo tempo pensei que este seria o momento de não ser perfeito, pois, suas correções que nos engrandeceriam para alcançarmos um estado melhor.
No almoço não tive como ficar mais próximo, mas tive a honra de ficar próximo ao seu filho. Os momentos que tive com ele foram de muito prazer, em conhecer um pouco sobre ele, o que gosta de fazer, sobre os treinos e também por ele ter gostado de estar conosco.
Fiquei muito grato por este final de semana, por saber da procura da invencibilidade. Isto até aumentou minha chama interna pelos treinos e a vontade de querer me aperfeiçoar cada vez mais.No mais só tenho a agradecer o momento que tivemos junto e que sempre vou me recordar."- Saulo (Unidade Belo Horizonte)
"Sensei de férias"
"Conversas sobre invencibilidade"
Bernardo,
Gokurosama
Cuidado com os piratas e mantenha a atenção e fé na luz que o guia
Não deixe a serração ofuscar a Verdade
A travessia tem que ser concretizada.
E, Saulo
A procura pela invencibilidade já faz parte do meu ser
não precisa de férias.
Sensei
"Aqui em Oita (pronuncia-se oíta), depois de dois dias treinando Sekiguchi ryu (estilo de Iai), a perna do Sensei quase travou!
Mas shugyo é shugyo! A questão é administrar os limites Estrategicamente!
O segundo dia de Sekiguchi foi forte e, de acordo com o relato do Sensei, a perna chegou no ponto em que vai ficando mais rígido na hora de dobrar, o que já parece ser sinal de fadiga relevante, no meu leigo entendimento.
Apesar disso, o Sensei levou o treino até o final, com o semblante de neutralidade à dor e de garra e raça, características próprias de um verdadeiro samurai. De fato, foi uma superação física, mas daquelas que acompanham quem já treina e usa a estratégia há tempos.
Mais uma lição presenciada: faça o que tem que ser feito, mas procure fazê-lo usando a estratégia. Como e onde aprender estratégia? A resposta você já sabe!
Domo Arigato Gozaimashita ao Sensei por mais este exemplo!"
"Sensei a direita executando o Sekiguchi ryu com wakizashi (espada menor)"
Findo o Gashuku deste fim de semana ( CS - Gashuku 1 - O Gaijin com olhar de tigre), recebi o email deste aluno, que por sinal, levou o troféu de campeão no Rio de Janeiro:
"Como da última vez o Gashuku deste meio do ano aconteceu no templo Nikyojji, lugar com uma energia diferente, ao meu ver mais pura e mais zen. E era essa energia mais zen que precisava para poder escutar e observar melhor o que aconteceu neste Gashuku.
Ao contrário do que se passou no anterior senti que este era muito para se observar e aprender do que se praticar. A exemplo, pude ver rapidamente pela primeira vez, pois tinha de colocar o bogu para a última etapa dos treinos, o Sensei praticar o tameshigiri e antes mesmo dele falar sobre o porque do Jodan nito ficar inicialmente pouco acima da altura dos olhos já tinha percebido, a diferença no resultado dos cortes.
Quanto ao Hidensho ( CS - Hidensho - Palavras Iniciais ) combate, foi verdadeira luz para orientar a prática de todos que o assistiram: o que fazer para ser mais efetivo no combate usando todos os recursos dos kamaes. Posturas dificeis como o katategedan (katate= uma mão, gedan= ponta apontada para o solo), ao meu ver, tiveram algumas posturas e golpes básicos desvendados.
Mas acho que o que mais gostei neste Gashuku foram os Momentos de Ouro sobre o shugyo ( CS- Shugyo com o Sensei 1 - Melhorar o mundo ) do Sensei e do senpai Sanches, contado de uma forma diferente: como que uma conversa de dupla que acabou de voltar de viagem para seus amigos. Todos nós reunidos para escutar os acontecimentos e surpresas desta viagem de aprimoramento.
Dos Gashukus que participei, este foi ao meu ver um pouco mais diferente, aprendi mais escutando e observando.
Arigato Gozaimashitá Sensei . "
Kalawatis (Unidade Rio de Janeiro)
Ao que respondi:
"Kalawatis,
gokurosama pelos dias de Gashuku
quem não viu e nem escutou ficou 5 anos lá atrás do Caminho..."
"De acordo com o esperado, os katas do bushido são baseados nas virtudes. Particularmente, considero inviável transmitir em palavras os conceitos das virtudes e dos katas do Bushido
(etiquetas ensinadas no Niten) porque eles precisam ser incorporados por nós não apenas pela razão, como estamos acostumados a fazer por meio das palavras, mas também pelo coração, pelo estômago, pela postura corporal, pelo espírito... O que estou querendo dizer é que só conseguiremos incorporar os katas e as virtudes treinando, vivendo-os! Para chegar lá, entendo que requer treino e convívio com o mestre por toda a vida, com a maior frequência possível (diária?).
Alguém pode se perguntar: Ok, concordo, mas na prática, onde e como vou treinar os katas e, consequentemente, as virtudes?
Resposta óbvia: aqui no Niten!!
Permita-me compartilhar um exemplo pessoal que pode ser útil a você.
Fomos levados, o Sensei e eu, para jantar com os mestres de Jô(bastao) em Sendai (Japão), era o jantar de boas vindas generosamente oferecido a nós. Osato Sensei, Mano Sensei, Sempai Araki e mais três alunos de Osato Sensei compunham conosco a mesa no restaurante japonês.
Pois bem, eu "sabia" de um kata de convívio, na cabeça, mas me distraí durante o jantar e o Sempai Araki, que estava próximo de mim, agiu sozinho em um determinado momento, ou seja, "vacilei" e errei esse kata básico! Resultado: harakiri, mais conhecido por nós como " sapinhos". É o método que usamos aqui no Niten para aprender, através do corpo. Apesar de não garantir que eu acerte sempre nas próximas confraternizações, certamente já me sinto mais "esperto" e melhor preparado para a próxima, afinal, também não estou querendo "sapinhos" por isso novamente!
Se você tem dúvidas a respeito deste kata, onegaishimasu, pergunte aos seus sempais como deve ser feito, preferencialmente antes do início do evento, para você já poder começar a treinar!
Domo Arigatou Gozaimashita, desejo-lhe sucesso na prática deste kata!"
"Um Chop em Frankfurt - Escala para o Japão"
"Para obtenção do Shoden (pergaminho inicial do estilo Hyoho Niten Ichi Ryu de Miyamoto Musashi), treinamos com a Tachi Seiho (katas com a espada maior) este kata que apresenta um ataque horizontal sobre o Dô (abdome), disferido pelo Uchidachi (atacante).
Onde se defende de um ataque juntando os pés, com uma defesa levando o corpo para a frente.
Para o Chuden (2º pergaminho), treinamos com a Kodachi Seiho(espada menor) o mesmo kata, mas que agora apresenta um ataque vertical sobre o Kote (antebraço direito).
Eu costumava treinar da mesma maneira da Tachi Seiho, com a defesa levando o corpo para a frente.
Durante o treino o Sensei demonstrou para os outros Shodens a execução do kata por duas vezes.
Na primeira vez eu estava um pouco distante, e achei estranho, pensei "será que o Sensei fez a defesa indo pra trás?", e corri para me posicionar mais próximo antes do Sensei executar o kata novamente.
Na segunda vez (com o Sensei ao meu lado), não consegui distinguir se tinha ido pra frente ou pra trás. Fiquei alguns segundos repassando o kata mentalmente sem uma resposta. Então pedi ao Sensei para que fizesse mais uma vez.
O Sensei rindo me disse "consegui te iludir não é Massao?" e entrou em posição para o kata. Não podia deixar este "golpe" passar em branco.
Uma posição serena, a mão esquerda em guarda sobre a bacia, a mão direita com a espada menor apontando para o oponente, a perna direita ligeiramente flexionada à frente... não preciso, mas conto mentalmente os 5 passos do Uchidachi para se aproximar do Sensei antes do ataque... quando vejo um relâmpago.
O movimento não é duro, de ir para a frente. É muito mais suave.
Em décimos de segundo, o pulso se desloca, tirando o antebraço exposto do raio de ataque.
Em seguida as espadas se chocam na defesa, e ao mesmo tempo a perna esquerda se desloca rapidamente para a frente, enquanto a perna direita se desloca ligeiramente para trás, juntando os pés.
É tão rápido e suave que gera uma ilusão de uma defesa para trás, mas na verdade o corpo mantém sua base firme no centro. Que confunde alguém que não esteja com o olhar apurado.
Não sei dizer se foi exatamente este movimento ou se foi minha impressão, mas esta idéia da ilusão na luta se mantém em minha mente.
Me questiono quantas vezes estas e outras ilusões não foram feitas num dos duelos de Musashi Sensei para enfim fazer parte dos makimonos(pergaminhos) e dos "Hidenshos".
Resta treinar agora para absorver os ensinamentos de hoje, e, quem sabe um dia, conseguir utilizar uma técnica deste calibre numa luta."
Massao (Unidade Sumaré)
"Sensei, neste gashuku vivi experiências que jamais esquecerei! Percebemos que quando vivemos momentos de extrema atenção e concentração, tendemos a ter "flash backs" de pontos exatos do tempo;
Desde a saída do templo, tenho convivido com estes insights:
- do treino do Jo, quando, pela primeira vez, tive a honra de fazer dois katas com o Sensei! ( um dos momentos mais marcantes de toda minha trajetória no caminho, INESQUECÍVEL)
- do tameshigiri, sensação indescritível de dividir o aparentemente indivisível, e a constatação do verdadeiro poder da shinken e também a consciência de que tenho muito ainda a aprender para compreender muitos dos maravilhosos mistérios da arte do kenjutsu e iaijutsu.
- do convívio com magníficos colegas que buscam aprimoramento pessoal, e o fazem com uma compaixão ímpar.
Enfim, como ainda me sinto maravilhado por estas experiências, o olhar do Sensei era vigoroso, como havia sido na demonstração pela manhã, um olhar de tigre! Que nos demonstra como andar, apesar de parecer levitar; que nos ensina a
avançar, apesar de parecer invencível e nos mostra pelo olhar toda sua determinação.Fiquei pensando que em uma vida passada
o Sensei foi um samurai vigoroso que devia intimidar seus adversários pelo olhar, assertivo e sereno, de quem sabe o que fazer
e buscar a invencibilidade.
Parafraseando as palavras do Senpai Sanchez: um "Gaijin" (ele fez o gesto das aspas) que encanta e intriga os mestres japoneses e parece engolir a todos com sua energia intensa e positiva.
Domo Arigato Gozaimashitá Sensei!
Ivan (unidade - Belo Horizonte/MG)
"...demonstração pela manhã"
(Clique para ampliar)
"Aqui estamos, o Sensei e eu, em um Gashuku (concentração) de três dias no Japão, um Gashuku de Iai com treinos de Jô (bastâo) inclusos.
Este Gashuku não estava nos nossos planos originais, antes da viagem. Isso importa porque no planejamento da viagem, o Sensei programou cada etapa de modo estratégico! Como? Ponderando os recursos* necessários em cada fase, os períodos de "descanso" físico, a logística, enfim, como tirar o máximo de nós em cada etapa, pensando no que já passamos e o que ainda temos para passar, para viver...
Apesar do programa diferente do esperado, quando se está em guerra (ou poderíamos dizer: na vida), os imprevistos se apresentam e temos que lidar com eles!
Pois bem, no terceiro e último dia de Gashuku, o Soke(sucessor) do nosso estilo decidiu promover um shiai entre dois times: japoneses versus gaijins(estrangeiros)! Dois times de oito samurais cada.
O Sensei e eu ficamos no time dos gaijins (o meu caso era óbvio mas, o do Sensei, quem sabe ou pode afirmar?).
De qualquer modo, o fato é que o Sensei, pelo fato de ser o capitao da equipe, tinha um oponente de muito peso (metaforicamente falando), tratava-se de também de um dos professores responsáveis no Gashuku e coordenador de um dojo importante no Estado/Província onde nos encontrávamos.
Eram duas sequencias quaisquer para cada praticante. O shiai estava sendo atentamente acompanhado por pelo menos mais 100 espectadores, todos praticantes de Iai, participantes do Gashuku que estava acontecendo num grande ginásio.
Na minha percepção, havia um toque de tensão no ar, do tipo "teriam os gaijins condições de representar perigo aos japoneses?".
Os três juízes ficavam parados, imóveis, um tempão sem piscar, com um impressionante nível de atenção, acompanhando os menores detalhes de cada dupla. Sério, era quase como se cada juiz estivesse ali executando as sequências que acompanhava.
Terminadas as duas performances do professor e do nosso Sensei, os juízes deram seu veredicto: 2 x 1 em favor do referido professor. Mas com um detalhe fundamental: o voto para o Sensei foi dado por ninguém menos que Fumitaka sensei, filho do Soke do estilo e, pela ordem natural das coisas, futuro Soke. Ou seja, tivemos um contexto que foi um tanto desconfortável para muitos dos presentes, afinal, na avaliação do futuro Soke do estilo para aquelas apresentações, um "gaijin" (aspas indispensáveis), o nosso Sensei, superou uma referência importante para o estilo no Japão!!
E agora? O que isso significa? Honestamente não me sinto em condições de avaliar os desdobramentos do fato no Japão. Do "nosso lado", o dos gaijins, arrisco dizer que a mensagem é continuarmos treinando, com firmeza, com garra, com fúria, a exemplo do Sensei, pois penso que o espírito samurai que cultivamos dentro de nós aqui no Niten independe de nacionalidade, raça, religião ou qualquer outro rótulo que possamos pensar. Aqueles, como Fumitaka sensei, que estiverem em condições de enxergar e reconhecer isso, o farão!
Omedetô ao Fumitaka sensei pela transparência, omedetô ao Sensei pelo feito e Domo Arigatô Gozaimashita por nos treinar no Espírito Guerreiro!
*entenda por recursos necessários além da bagagem, o tempo, a energia individual de cada um e a conjunta da dupla. Os recursos fazem parte da estratégia...
Extra! Últimas notícias!! Últimas notícias do shugyo no Japão: o Sensei quase arrumou confusão com outro cliente do restaurante do hotel! São por volta de 19h15min. Fomos, o Sensei e eu, ao restaurante do hotel para o jantar (aqui no Japão o pessoal costuma jantar cedo!).O fato de eu não comer carne animal causa mais trabalho ao Sensei do que um carnívoro comum daria a ele, afinal, ele está sempre se preocupando com o que eu vou pedir para comer, pois aqui, parece que existem pouquíssimos vegetarianos e praticamente todas as refeições são preparadas com algum tipo de carne.Eis que o Sensei gentilmente pergunta à atendente do restaurante, no balcão, se há alguma opção vegetariana para o gaijin que vos escreve. Antes que a mulher respondesse qualquer coisa, um dos clientes do restaurante, que já estava aparentemente meio bêbado, em uma mesa próxima, solta uma dessas exclamações bem provocativas do tipo: "iiiii gente, mas quem o cara pensa que é para ter esse tipo de frescura aqui??...".Pessoal, não sei não, mas se estivéssemos agora no século 17 aqui no Japão, acho que teriam sido suas últimas palavras!! Eu quase conseguia ver o saque mortal da katana do Sensei cortando o corpo do elemento em dois pedaços (zup!!). Pelos olhos do Sensei, na minha fantasia, teria sido um corte horizontal, separando apenas a cabeça do resto do corpo, que tombaria lentamente sobre a mesa do café da manhã... Bem cinematográfico!Mas um mestre, é um mestre! Fração de segundo depois da provocação, o Sensei se centrou de que não valia a pena ir tirar satisafação e arrumar confusão alí. Gentilmente pediu à atendente que fizesse um omelete para mim e voltou para a mesa, sereno, elaborando o ocorrido...Para mim ficou muito forte a reflexão de que quase todos os dias nos deparamos com decisões difícieis. Graças ao nosso treinamento no Niten, acredito que temos melhores condições que a média das pessoas para escolher entre o certo e o fácil.Sensei, shitsurei shimashita pelas preocupações com a minha alimentação e domo arigatou gozaimashita pela generosidade!
"Em Funajima, ilha onde se travou o duelo entre Miyamoto Musashi e Sasaki Kojiro"
"Hoje testemunhei mais um fato que caracteriza a perda progressiva do código samurai no Japão.
Código este que curiosamente (e felizmente para nós!!) vem sendo resgatado pelo Niten do Brasil, provavelmente um dos pouquíssimos lugares no mundo onde esse resgate está ocorrendo! Chegados à cidade de Saga almoçamos rapidamente. O Sensei pediu um táxi para irmos ao local onde Tsunetomo Yamamoto e Tashiro Tsuramoto, autor do Hagakure, se encontraram durante anos para o primeiro contar ao segundo as histórias que falavam dos katas do bushido durante uma parte do período feudal do Japão.
O táxi chega rapidamente ao hotel e seguimos. O impressionante foi que o taxista, um jovem senhor da própria região, simplesmente não conhecia o local, nem ouvira falar do Hagakure! Foi o Sensei quem mais ajudou o taxista a encontrar o caminho. (pois é, até taxista japonês o Sensei ajuda no caminho! E no Japão!!).
Chegamos a uma estradinha estreita, mal dava para o carro passar. Chovia um pouco, foi difícil encontrar o lugar, mas chegamos! O taxista ficou aguardando no carro para não perdermos tempo chamando outro no momento da volta.Trata-se de um bosque de vegetação bem verde, pelo menos nesta época do ano, composta de árvores, arbustos e farta em musgos pelo chão, principalmente sobre as pedras, inclusive nos degraus da trilha em aclive que nos levou ao monumento de homenagem ao Hagakure. O cheiro de mata verde e úmida era bem presente, aquele local me transmitiu muito bem-estar e tranquilidade. Quero crer que as conversas entre Yamamoto e Tsuramoto fluiram ajudadas pelo ambiente favorável do lugar...
O Sensei, lépido como de costume, já me indicou o local para a foto, posicionou-se um pouco à frente do monumento e aguardava que eu concluísse o posicionamento da câmera sobre uma das pedras e sob um dos nossos guarda-chuvas (dica de viagem com o Sensei: zele sempre muito bem pelo equipamento que ele te confiar!). Circulamos pelo local enquanto o Sensei me contava que os manuscritos do ex-samurai (aliás ambos Yamamoto e Tsuramoto foram samurais que tornaram-se monges) foram encontrados somente após a sua morte e felizmente hoje estão disponíveis a nós!
O acesso que temos aqui no Niten ao aprendizado dos katas do bushido é raro! Acho razoável inferirmos que, se nem o taxista local conhecia a existência do Hagakure, provavelmente poucos hoje no mundo estão resgatando esse código de conduta tão importante! Domo Arigato Gozaimashita Sensei por mais essa contribuição para os nossos caminhos!"