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"Geralmente tendemos a participar de um Torneio somente quando estamos bem. Num bom momento.
No entanto, creio que deveríamos repensar sobre nossa participação também e talvez, principalmente, quando não estamos num bom momento, seja físico, técnico e psicologicamente.
Nestas condições e praticamente sem treinar há mais de um ano, posso dizer que os benefícios colhidos como um todo, foram incontáveis.
Lutei contra adversários, mas também contra os meus medos, meu cansaço, minha insegurança e contra o meu ego.
Omedetou à equipe do Rio, principalmente aos novatos que tiveram uma bela participação.
A estes, também arigato pelo incentivo. Com sua enorme energia e Kiai, transformaram meu cansaço em pura energia, no momento certo.
Mostraram o verdadeiro espírito de grupo. E puderam experimentar também, o “algo mais” que existe por traz dos nossos treinos no Niten.
Domo arigato ao Sensei e ao Senpai Wenzel pelo incentivo e também palavras apropriadas."
Impieri, 70 anos - unidade Tijuca/RJ
Impieri ao lado do Sensei e Sempai Wenzel
"Querido Sensei Jorge Kishikawa,
Primeiramente, gostaria de muito agradecer a todos os ensinamentos que o torneio nos possibilitou receber.Foi a primeira participação minha e de meu filho e para ambos foi uma experiência importante tanto individualmente quanto para a união de nossa família. Fui atleta de tênis de mesa por muitos anos e lembro-me do esforço de meus pais em tentarem prover a mim e à minha irmã uma atividade esportiva com o intuito de passar valores como respeito ao sensei e ao colegas de treinamento, como lidar com a vitória e a derrota, a ter disciplina nos treinos se quiser obter resultados, como lidar com a competitividade, enfim, aprendizados que o esporte pode trazer a uma pessoa, se ela for bem orientada. Meu pai praticava tênis de mesa comigo e isso nos aproximou muito. Muitas conversas significativas na formação do meu caráter surgiram a partir do tema do esporte e agradeço muitíssimo aos meus pais por terem me proporcionado essa experiência em minha vida.
Agora, como mãe, estava em busca de algo que me aproximasse do meu filho como o tênis de mesa me aproximou de meu pai. Tentei o tênis de mesa mas meu filho não se entusiasmou. Buscava algo que pudéssemos fazer juntos, um mundo que nos aproximasse. Reparei que os filmes prediletos dele envolviam o uso da espada. Ele conhece todas as cenas de luta com sabres de luz do Star Wars e brincamos muito juntos imitando os personagens, com ele me orientando como se fosse um diretor de cinema sobre o que eu devo falar e que "golpe" proferir. Minha família, por ter coincidentemente o mesmo sobrenome do Musashi sensei, já tinha em conversas informais sobre temas relacionados à vida dele. No entanto, não conhecíamos o Niten. Quando fui ao Niten pela primeira vez, no dia 20/08, por indicação do Senpai Donegá, foi algo realmente iluminado. Foi um dia especial de apresentações. Ao ver as crianças e adultos interagindo, o carinho e a importância dada a eles nessa apresentação, percebi que havia uma proposta séria de legado. Quando se demonstra uma preocupação tão legítima com as próximas gerações, não era preciso ninguém me dizer que se tratava mais que um esporte. De fato, não considero a proposta do Niten um esporte e fico feliz que tenha tido a chance que meus pais não tiveram de uma alternativa ao esporte para vivenciar e passar valores importantes para a formação do caráter dos nossos filhos. Percebi as virtudes penduradas no dojo e o comportamento tanto dos alunos como dos Senpais. A recepção carinhosa do Sensei também foi marcante nesse dia.
Enfim, concluí rapidamente que finalmente teria encontrado o que buscava. Inscrevi a mim e ao Tiago imediatamente, sem a menor dúvida. Em seguida fiz questão de levar meu sobrinho que, por influência do Tiago, também se encantou. De fato, meu filho adora o Kenjutsu. Lembro-me que mesmo febril não queria perder o primeiro treino de forma nenhuma. O orgulho que ele tem de empunhar a Shinai, vestir o kimono e o hakamá realmente me surpreenderam.
Ontem, jantando com meus pais, minha irmã e meu cunhado, eu comentava sobre minhas reflexões sobre o torneio, os aprendizados que tive - falarei um pouco sobre isso mais adiante - e as crianças (Alex e Tiago) brincavam enquanto estávamos conversando. Muitas associações foram feitas e diferenças percebidas com o que vivemos no tênis de mesa e o que estamos tendo a oportunidade de proporcionar aos meninos através do Niten. Falamos muito sobre as virtudes, da beleza do trabalho do Niten, da amplitude que o instituto tem conquistado na América Latina, das diferentes buscas das pessoas que resolvem ingressar. Foi um jantar especial como há muitos anos não tínhamos em família. Senti-me como aos 10 anos conversando com meu pai. Ao ir embora, no carro, o Tiago me diz: "mamãe, gostei da conversa que você estava tendo com o vovô e a vovó. Eu ouvi tudo!". No caminho até chegarmos em casa, fomos falando sobre pontos da conversa, dúvidas que ele tinha. Foi realmente edificante. Se não fosse pelo torneio, pelo trabalho do Niten como um todo, essa reaproximação não teria ocorrido. Por isso agradeço muitíssimo!
No que diz respeito ao meu aprendizado individual, tive vários, mas gostaria de destacar um. Devo confessar que minha veia atleta é muito forte. Lembro-me perfeitamente do Sensei me dizendo duas frases: (1) Não se preocupe em ganhar. A correção da sua postura é seu inimigo a vencer; (2) Vá mais devagar, Márcia. Não precisa ter tanta pressa em aprender. Mesmo sabendo que estou há pouco tempo treinando (cerca de 2 meses), resolvi dedicar-me ao torneio. Não queria "perder". Utilizei parte de minhas férias para poder estar em todos os treinos que eu pudesse, li o Bushido, o Shin Hagakure e assisti a muitos filmes de Samurais. Corri 8 Km quase que todos os dias para não ter problemas com falta de fôlego, fiz suburis no parque. Como ainda não tenho segurança técnica, não arrisquei a treinar sozinha os Katás para não ampliar vícios. Durante os treinos venci algumas lutas e, com a consciência que a chance era mais de perder do que ganhar, sentia que tinha feito o meu melhor no preparo para o combate. Por ironia do destino minha equipe foi campeã mas eu perdi todas as lutas. Receber um omedetou sem ter feito nenhuma contribuição de vitória em combate foi quase uma humilhação para mim. No entanto, sabia que deveria receber com a maior gratidão possível em respeito às minhas colegas que cobriram minhas falhas e fizeram a equipe ser campeã. Minha mãe filmou minha luta. Estava nítida minha agressividade. Perdi por excesso de força. Ter perdido foi o maior aprendizado possível pois agora sei o que significa a frase: "Kenjutsu é espada, não força". Percebo que o uso da força é o emprego inadequado da energia. Uma lição que certamente levo para minha vida também...
Arigatou gozaimashita!Márcia - Unidade Vila Mariana
Kenjutsu
Jitte
Kenjutsu
Iaijutsu
Naginata
Comitiva de Manaus e Coordenador Fujimura
Comitiva de Guarulhos
Coordenador Morais e Sempai Wenzel
Comitiva de Belo Horizonte
Comitiva de Ribeirão Preto
Thaíde e seus companheiros de Shugyo, da esquerda para a direita: Meloni (SP), Costa (RJ),Fugita (SP), Wenzel, Thaíde, Fujimura (SP/Florianópolis), Vaz (RJ) e Gilberto (SP)
Foram dois dias revivendo a minha infância e dos dos outros descendentes de japoneses. 1º – Massao e Mitsuo ( Ana Rosa) 1º – Bispo e Fugita (Ana Rosa) Alexandre (Ana Rosa) 1º – Mateus e Yori (Guarulhos) 1º – Bruna, Márcia e Karine - Técnico: Gilberto (Ana Rosa) 1º – Marques, Massao e Mitsuo (Guarulhos) 1º – Edgar, Osmar e Cesar (Guarulhos) 1º – Jonathas e Pinheiro - Técnico: Madeira (Manaus) 1º – Sanzio e Aguilar - Técnico: Drawin (Belo Horizonte) 1º – Tessari, Morais e Marchese - Técnico: Chiarella (Ribeirão Preto) 1º – Chiarella, Brandolim e Donegá (Ribeirão Preto) 1º – Marques, Massao e Mitsuo (Guarulhos) 1º – Fabio e Stelini (Piracicaba) 1º – Bispo, Fugita e Gilberto (Ana Rosa) 1º – Danilo e Holschuh (Campinas) 1º – Bispo e Fugita (Ana Rosa)
Arigato a prefeitura municipal de Guarulhos e a todos que estiveram comigo nestes dias incríveis de guerra.Resultados do torneio
Jojutsu 0 e 7º Kyu
2º – Yamashita e Mendes (Campinas)
3º – Jobe e Viviane (Brasília)
Honra ao Mérito: Khun (Brasília)Jojutsu 6º kyu
1º – Bruna e Fukuta (Ana Rosa)
2º – Iris e De Palma (Ribeirão Preto)
3º – Fujimura e Marques (Florianópólis)
3º – Gaston e Saieva (Argentina)Jojutsu 5º kyu e acima
2º – Chiarella e Brandolin (Ribeirão Preto)
3º – Holschuh e Guilherme (Campinas)Kenjutsu Yoyonen
Alex (Vila Mariana)
Hiromitsu (Ana Rosa)
Tiago (Vila Mariana)
Takemitsu (Ana Rosa)
Yoshimitsu (Ana Rosa)Kenjutsu sem bogu
2º – Amargos, Silvério, Calazans (Sumaré)Kenjutsu Feminino
2º – Laura, Saieva e Mariana - Técnico: Fugita (Argentina)
3º – Karina, Clarissa e Nuria - Técnico: Cristiano (Vila Mariana)
3º – Alana, Mariana e Maiara - Técnico: Costa (Niterói)
Honra ao Mérito: Moreira (Ribeirão Preto)Kenjutsu Kobudô
2º – Holschuh e Guilherme (Campinas)
3º – Edgar, Osmar e Aguilar (Guarulhos)
3º – Fonseca, Karina e Del Rio (Belo Horizonte)Kenjutsu Senior
2º – Impieri e Del Rio (Volta Redonda)Kenjutsu 0 e 7º kyu
2º – Jefferson, Cardoso e Luigi - Técnico: Meloni (Vila Mariana)
3º – Brito e Jorge - Técnico: Wellington (Ribeirão Preto)
3º – Tadeu, Giovani e Zambon -Técnico: Cristiano (Sumaré)Kenjutsu 7º e 6º kyu
2º – Thalles, Gonçalves e Ridolfo - Técnico: Mendes (Ana Rosa)
3º – Mike, Osmar e Cesar - Técnico: Edgard (Guarulhos)
3º – Felipe, Araújo e Vitor - Técnico: Alexandre - (São José dos Campos)
Honra ao Mérito: Renato (Tijuca)Kenjutsu 5º e 4º kyu
2º – Demberg, Venturelli e Meloni - Técnico: Mendes (Ana Rosa)
3º – Del Rio, Madeira e Fujimura - Técnico: Fabrício (Manaus)
3º – Takei, Urbanavicius e Gaston - Técnico: Alessandro (Salvador)
Honra ao Mérito: Del Rio (Volta Redonda)Kenjutsu 3º kyu e acima
2º – Fugita, Gilberto e Wenzel ( ADM)
3º – Fabricio, Bispo e Mendes (Ana Rosa)
3º – Adeval, Drawin e Fonseca (Belo Horizonte)Naginata
2º – Donegá, Tessari e Brandolin (Ribeirão Preto)
3º – Alessandro e Oliveira (Porto Alegre)
3º – Osmar, Del Rio e Aguilar (Guarulhos)Iaijutsu 0 a 6º kyu
2º – Luigi e Zambom (Sumaré)
3º – Felipe, Araújo e Alexandre (São José dos Campos)
3º – Mitsuo, Marques e Laura (Guarulhos)
Honra ao Mérito: Osmar (Guarulhos)Iaijutsu 5º kyu
2º – Fonseca, Drawin e Adeval (Belo Horizonte)
3º – Costa e Wenzel (Tijuca)
3º – Kimura, Fujimura e Jefferson (Florianópolis)Jitte
2º – Bispo e Fugita (Ana Rosa)
3º – Fonseca e Drawin (Belo Horizonte)
3º – Mendes e Kimura (Ana Rosa)Kusarigama
2º – Guilherme e Wenzel (Tijuca)
3º – Danilo e Holschuh (Campinas)
3º – Edgard e Osmar (Guarulhos)
*Relembro que amanhã (01/11) o Niten ( CS 25 de Agosto - A Liga 2 - Curto e Intenso) vai estar no programa A Liga na Rede Bandeirantes as 22h15.
Dando continuidade ao que escrevi ontem (CS 24-10 O Resgate 10 - A Dinâmica Real do Combate), deixo as palavras de um aluno que resolveu pegar duas horas de avião e chegar aqui para colocar em prática o "dar vida aos katas antigo
"Fiz hoje de manhã o meu primeiro treino com bogu no shugyo (treinamento espiritual com o Sensei). Duas horas e pouco de muito, muito cansaço. Não fazia idéia do quanto estou fora de forma. Mas o impressionante é que, tanto ou mais que o cansaço físico, o cansaço mental e o medo do fracasso são os grandes adversários a serem vencidos.
Tive a honra de poder lutar – se é que pode se chamar de luta o que eu consegui fazer – com o Sensei durante mais de uma hora. Ele me mostrou e lutou comigo usando todos os kamaes (posição, postura) que eu sou habilitado a fazer. E é impressionante como nas mãos do Sensei todos os kamaes fazem jus ao nome: Fortaleza. Depois o Sensei me fez usar cada uma das posturas, para que eu pudesse tentar aplicar o que ele havia feito e também para me mostrar os pontos fracos destes mesmos kamaes, até então imbatíveis. E o Sensei quebrou a minha frágil fortaleza de todos os jeitos, seja com flechas e mísseis por cima, torpedos por baixo, estocadas, ataques aos flancos... às vezes parecia que o golpe vinha de mais de um ponto ao mesmo tempo.
Começo a perceber que cada uma das posturas antigas possui uma essência, um propósito. No entanto, as variáveis possíveis em cada uma delas são inúmeras e talvez nem todos os katas do mundo dêem conta de todas as possibilidades de estratégia. Por isso lutar com bogu: É o único jeito de provar quais as técnicas que realmente funcionam em um combate de verdade. Que eram técnicas cruciais à sobrevivência nos tempos em que, no Japão, vida e morte eram decididas no fio da espada.
Mas para conseguir lançar mão de todo este arsenal não basta ter o conhecimento. Começo a perceber o quanto essa coisa que chamamos de ki, que parece tão abstrata, mas permeia toda a nossa existência é essencial para a realização correta das técnicas. E é justamente nos momentos de maior exaustão que é necessário puxar toda essa energia... se não, mesmo sabendo o que deve ser feito, vai ficar parado levando golpes. Isso aconteceu muito comigo hoje. Fiquei feliz em alguns momentos que consegui reagir um pouco, mas está longe, muito longe de ser o bastante.
Saio do treino com a sensação de que o Caminho é de fato infinito. Os Samurais nos deixaram um legado muito vasto e precioso de técnicas de combate, de forma que chega a ser um pecado se limitar a poucas. Minha vontade hoje é conseguir descobrir as minúcias de cada kamae que eu estudo e também conseguir aprender muitos outros. Com isso, espero fazer parte do propósito do Sensei e do Niten: Dar nova vida às artes antigas, tesouro que os Samurais preservaram até os dias de hoje."
Takei - unidade Salvador
Em busca das minúcias de cada kamae