Estava livre, mais leve. Talvez neste momento pudesse vencer qualquer um. Pelo menos tenho certeza que sem aquele fardo invisível consegui dar mais um passo no caminho.
Durante algum tempo eu pude ir sentindo a ansiedade e antecipação para este evento. Como uma tempestade se formando no horizonte.
Os dias passavam e cada vez mais o sentimento aumentava, o próprio mundo parecia diminuir o passo e se encolher diante do que estava por vir.
Finalmente o dia chega e a antecipação cresce exponencialmente. O corpo já não aguenta mais e se quer se mexer, agir... explodir. Mas ainda é preciso esperar um pouco.
Em retrocesso vejo que estava mais ansioso por este dia do que imaginava, não que pensamentos sobre o evento estivessem sempre na mente, mas assim como não é preciso perceber que o céu está sempre ali em cima, azul em seu esplendor, não era preciso pensar sempre para saber que ele estava ali, em algum lugar.
Finalmente a chuva e os trovões começam, uma tempestade com uma força sem igual. Gritos e tambores, força e energia percorrendo cada centímetro em cada canto. Mas anda não era a vez de agir e o corpo ficava na agonia de não poder finalmente extravasar toda a energia acumulada.
Ganhei, perdi, aprendi e me diverti. Não é fácil ganhar, ainda mais difícil é aceitar as derrotas que vem. Mas finalmente percebi todo o peso que tinha se acumulado sem perceber quando fiz minha última luta e sabia que não haveria uma próxima. Estava livre, mais leve. Talvez neste momento pudesse vencer qualquer um. Pelo menos tenho certeza que sem aquele fardo invisível consegui dar mais um passo no caminho.
Domo Arigatou Gozaimashita.
Shitsureishimashita,
Sayonara
Adriano