"O Hara fica situado no baixo-ventre, três dedos abaixo do umbigo encontra-se o ponto Hara. Ele é um ponto de equilíbrio, tanto físico quanto emocional. O praticante de qualquer luta que tem um bom Hara é derrubado com muita dificuldade, mas muita mesmo!”
Me chamo João Vitor Rocha, sou da unidade de Salvador e gostaria de compartilhar a passagem de um livro que estou lendo. (...)
Esse é um relato sobre um acontecimento da Segunda Guerra Mundial: “Durante uma conferência após regressar de uma visita à Alemanha, a líder da União das mulheres japonesas mencionou os impressionantes preparativos de contra-ataques aéreos que vira naquele país, acrescentando: 'Nós não temos nada daquilo, mas temos outra coisa: temos HARA'. O intérprete ficou enormemente embaraçado. Como iria traduzir aquilo? O que poderia fazer além de simplesmente dizer 'barriga'? Houve silêncio seguido de risadas. Embora apenas alguns poucos ocidentais tivessem compreendido o que ela tentara dizer, os japoneses sabiam que a conferencista se referia àquela força que, apesar de não oferecer nenhuma proteção contra o poder de destruição das bombas, ainda assim era capaz de produzir uma serenidade interior a partir da qual emana a maior capacidade de resistência possível.” Esse relato foi dado por Von Durkheim e se encontra em uma passagem do livro “O arqueiro zen e a arte de viver”.
Lendo essa passagem fiquei muito curioso em conhecer mais sobre o HARA. No mesmo livro o autor dá alguma noção sobre esse termo no Japão e de como ele é amplamente usado no cotidiano da sociedade japonesa. O Hara fica situado no baixo-ventre, três dedos abaixo do umbigo encontra-se o ponto Hara. Ele é um ponto de equilíbrio, tanto físico quanto emocional. O praticante de qualquer luta que tem um bom Hara é derrubado com muita dificuldade, mas muita mesmo! Juntei esse conhecimento aos minutos de ouro, a essa crise financeira, a chegada de Baba Sensei e sua comitiva, enfim, tentei imaginar minha vida com meu Hara desenvolvido e percebi quantas coisas perco por não ter um bom Haraue no nosso caso poderia ser comparado ao Koshi. (...)
Como o Sensei nos fala no Shinhagakure: ki ken tai un... desejo a toda comitiva japonesa: ki ken tai un e no caso adicionaria o Hara.
Domo arigatô gozaimashitá Sensei, por proporcionar a nós brasileiros encontros com as técnicas samurais entre: treinos semanais, gashukus, campeonatos nacionais e comitivas japonesas para cruzarmos espadas, fazermos amigos e treinarmos, treinarmos e treinarmos.
Atenciosamente,
João Vitor Rocha.