Konbanwá mina-san! No dia 17 de Dezembro tivemos o Bonenkai (confraternização de fim de ano) de 2010!
Visualizar todas as fotos desse dia em tamanho ampliado
Santos - GoiâniaEsse é um katá que me fascina por sua complexidade, pelo aprimoramento que nos proporciona desde a primeira vez que o praticamos e também por sua beleza. Domo arigato gozaimashita, sensei! (Continua)
Simonassi - Vitória-ESOmedetou a essas jovens samurais. Dá para ver a energia emanando dos golpes!
E o olhar no útimo Kamae?
não lembra um pouco o ``lanius excubitor`` de Musashi sensei? (Continua)
Em Novembro, os alunos do Niten organizaram uma confraternização em um restaurante japonês.
"Terça-feira, feriado de Dia de Finados. Chuva. O dia chamava por marasmo e preguiça. O almoço, na casa de minha tia, saiu mais tarde e o treino começaria mais cedo, confesso que tudo parecia querer me deixar em casa, me deixar indisposta.
Quando me despedi de meus parentes para voltar para casa para me arrumar para ir ao treino, todos me olharam surpresos, dizendo: “É feriado!”, ou “Está chovendo!”, ou “Mas já?”. Para mim seria um dia normal de treino, exceto pelas ilustres visitas que receberíamos da Unidade de Brasília.
Quando eu e o Teko chegamos ficamos surpresos: os visitantes já haviam chegado e, para nossa comoção, já estavam nos aquecimentos. Indagamos-nos sobre o horário, se estávamos atrasados, mas, na verdade, era um treino de Niten Ichi Ryu espontâneo antes do treino oficial marcado para se iniciar às 17h.
Preparei-me para entrar no Dojo* e comecei a praticar os katas* de Niten Ichi Ryuu com um dos alunos de Brasília. Achei muito estranho esta parte, pois, quando praticamos este estilo é fundamental o contato visual olho a olho, mas ele ficava olhando para tudo e para todos, menos para mim. Valorizei a importância do acompanhamento e das broncas dos senpais* que me corrigiram neste kata.
Início do treino oficial. O Narabe*, para mim, foi meio confuso, afinal, não sabia se deveria organizar conforme sempre fazemos nos treinos rotineiros, ou se poderia, simplesmente, me posicionar ao lado de algum dos visitantes desconhecidos (até então). Optei por este último, já que nenhum senpai se pronunciara a respeito.
Ademais a este detalhe, achei o treino bastante organizado apesar da quantidade enorme de pessoas: havia, pelo menos, uns 17 a 20 alunos e senpais da Unidade de Brasília ali, conosco. O senpai Ricardo separou os alunos de kenjutsu, de Iaijutsu e de Jojutsu e designou monitores para cada modalidade. Fizemos os aquecimentos e suburis* rotineiros, e, para mim, alguns que me eram novidade. Mas a surpresa maior foi quando ele entregou a nós, praticantes de ittou*, as kodachi*: teríamos a bela oportunidade de praticar com Nitou*!
Dificuldades e problemas de coordenação motora à parte, foi maravilhoso. Lembrei de um trecho que li do Go Rin no Sho, de Musashi sensei: “Na minha escola o aluno iniciante deve treinar desde o início o uso simultâneo das duas espadas. No início é muito difícil manejar as duas espadas ao mesmo tempo. No início todo aprendiz estranhará o peso da espada longa e terá dificuldade de brandi-la, mas devo lembrar que tudo é difícil no começo.”
Além do treino, demonstraram a modalidade de Jojutsu para nós, igualmente formidável, assim como o Iaijutsu. Futuramente, se me for possível, quero praticar esta arte “aparentemente” inofensiva! Adorei a camuflagem da arma como um objeto de uso comum.
O shiai*. Bem... quando ouvi o senpai Taddeo gritar: “Ganbatte*, Akemi!”, fiquei tão nervosa... senti o peso dos olhares e a confiança de todos por sob meu men*. Não fui confiante o suficiente, não soube avançar sobre o oponente como o senpai tanto insiste para com minha pessoa, mas aprendemos com nossos erros. Perdi a “batalha”, mas ganhei em experiência. Era minha primeira vez em um shiai e o senpai Ricardo, e foi durante o processo que soube sobre algumas diferenças entre o Keiko* e o Shiai. “Não há tempo para toalhas quentes”, lembrei-me agora... Apesar de ter levado vários “mens” neste shiai em, talvez, 3 minutos, foi uma energia diferente e revigorante.
Perder ou ganhar não era o objetivo, mas, sim, aprimorar.
Na realidade, ao final do treino todos fomos vitoriosos: vencer um dia apático, a distância e a indisposição (Treinar indisposto!) para treinar com alunos de outra Unidade, sentir a força de seus kiais*, ver a diversidade e a união deste grupo, tão grande, mas tão unido, me fizeram entender o realmente significa a palavra sinergia."
- Akemi Tsuruda, sobre o Intercâmbio: Niten Brasília visita Goiânia.
*dojo = local de treino
*kata = modo tradicional, sequência de movimentos
*senpai = colega que pratica há mais tempo no Niten
*narabe = formação em fila no início do treino
*suburi = exercício de aquecimento com a espada
*ittou = uma espada
*kodachi = espada curta
*nittou = estilo que utiliza duas espadas simultaneamente
*shiai = luta com arbitragem
*ganbatte = palavra de incentivo
*men = proteção para a cabeça, ou golpe na proteção da cabeça
*keiko = luta sem arbitragem
*kiai = energia, demonstrada principalmente através do grito
Miná-san*, no dia 02 de Novembro de 2010, em pleno feriado chuvoso de Finados, as unidades do DF e GO realizaram um intercâmbio das artes samurais aqui em Goiânia.
Treinamos com muita energia, e houve demonstrações de vários estilos.
Iaijutsu (acima) e Jojutsu (abaixo).
Domo arigatuo gozaimashitá* aos senpais* Ricardo, Patrick, Silvana e demais senpais e alunos de Brasília por mais essa visita tão especial e por todo aprendizado proporcionado! Sayonara*!
Visualizar as fotos em tamanho ampliado
"Essa foi minha primeira oportunidade de participar de um grande evento do Niten, com o sensei, várias unidades e senpais* presentes. Mesmo tendo lido e ouvido falar bastante sobre esse tipo de encontro, fiquei extremamente impressionado com a energia ali presente: um ambiente extremamente saudável, leve, amigável, de ajuda mútua, de sorriso e gentileza, mesmo se tratando de modalidades marciais de guerra e de dias de grandes competições.
Um ambiente também de eficiência, onde todos ajudam com o que podem para tudo ficar pronto rápido e bem feito, para que todos possam aproveitar ao máximo a programação: treinar, observar, competir e aprender.
Tantos samurais reunidos buscando coragem, discernimento, técnica, perfeição... e uma série de outras virtudes, para que possam levá-las para a vida e aplicar nos estudos, no trabalho, na família... é no mínimo emocionante! Companheiros de Caminho, desde os mais novatos, com energia e força de vontade atingindo seus objetivos e vencendo competições; até os mais antigos, buscando os mais alto níveis de perfeição técnica e concentração.
E também, observar e conversar com o sensei é um grandioso aprendizado por si só... a sua seriedade, seu conhecimento e o carinho que tem pelos alunos. Isso tudo me fez aprender muito e me faz sentir feliz e honrado por fazer parte dessa grande família que é o Niten.
Sayonara, domo arigato gozaimashita!"
Pedro Santos, sobre o 9º Torneio Brasileiro por Equipes de Kobudo.
*senpai = praticante mais antigo
Veja as fotos de Goiânia na galeria de fotos do Niten, para acessar é simples basta clicar no link ao lado https://niten.org.br/gallery e navegar pelos álbuns.
"Tudo começou com uma tarde de sono para conseguir dirigir durante a madrugada por longos 600 KM, partindo de Goiânia com destino a Ribeirão Preto. Com toda a responsabilidade de transportar e fazer chegar com segurança quatro samurais, contando comigo cinco, todos ansiosos com destino ao 9º Torneio de Kobudo. Porta-malas lotado de Bogus* bukuros*, shinais* bokuros, kimonos*, Hakamas* e nos olhos de cada um o brilho da felicidade de ter a certeza de muito aprendizado e troca de experiências com Senpais* (先輩) e Kohais* (後輩) de todo o Brasil e principalmente com o Sensei Jorge Kishikawa.
Viagem tranqüila, um RedBull em Goiânia outro em Uberaba, chegamos enfim a Ribeirão Preto após seis horas e meia de viajem. Configuramos o GPS (apelidado carinhosamente de Gilda) para nos guiar até o Hotel (Prince Hotel).
No sábado, primeiro dia de torneio eu e Senpai Taddeo fomos de pé do hotel até o COC local onde estava sendo realizado o Torneio. Após uma hora e meia de caminhada com muita conversa e uma parada para um café com pão de queijo, chegamos ao COC.
Clima de torneio é sempre sinônimo de muita energia. Era treino de Niten Ichi Ryu. O ginásio tremia com os Kiais*. Treinei com um Kohai de Campinas onde tive a oportunidade de aperfeiçoar a técnica sob a supervisão do Senpai Gilberto. Confesso que às vezes por um segundo durante o treino eu desviava a atenção para o Dojo* e me deparava com dezenas de samurais treinando com tanta garra e energia, que eu sentia que realmente era um treino para combate, em que estaria em jogo a vida de cada um.
A presença do Sensei cria um clima formal. Afinal nosso Sensei a pessoa em que nos espelhamos estava ali presente com muitos ensinamentos a nos passar, às vezes com um simples olhar.
No inicio da tarde, após um rápido almoço, formalidades de praxe, hinos nacionais do Brasil e Japão, iniciou-se oficialmente o 9º Torneio Brasileiro de Kobudo.
Durante o torneio na tarde de sábado, o Sensei me chamou para conversar, onde perguntou sobre a unidade Goiânia, falou sobre o lançamento do Shin Hagakure, arrumou meu Hakama, bateu em meu ombro e me convidou para assistir ao treino de Katori Shinto-ryu, que aconteceria no domingo pela manhã.
Minha luta foi no final da tarde, lutei contra um colega de São José do Rio Preto e consegui vencer com um Men ipon. Na segunda luta, por falta de zan shin* perdi com um Dô iuko*. Isso mesmo falta de zan shin, demorei muito a virar e virei sem kamae*.
Após o primeiro dia de torneio fomos ao hotel tomamos um banho para tirar o suor do corpo, entretanto sem esfriar o espírito e partimos para o Birodô*. Regado a Chopp gelado (com várias opções de sabores, dentre eles café e rapadura.) e comida saborosa exercitamos mais um pouco de Bushido.
No domingo assistir ao treino de Katori foi uma experiência incrível. É um estilo que eu nunca havia visto. Fiquei maravilhado com os Katas*, extensos e aparentemente difíceis.
Após o encerramento oficial do Torneio, fizemos fotos com o Sensei e com o Senpai Wenzel e retornamos para Goiânia com o carro bem mais pesado devido a bagagem de ensinamentos e experiências que adquirimos durante esses dois dias ao lado do Sensei, dos Senpais e de tantos colegas de caminho.
Arigato Gozaimashitá"
- Edson Carlo, sobre o 9º Torneio Brasilieiro Individual de Kobudo.
*shinai = espada de treino
*bokuro = mochila ou capa para equipamento de treino
*bogu = proteções para treino
*kimono e hakama = roupas de treino
*senpai = aluno mais antigo
*kohai = aluno mais novo
*kiai = energia, demonstrada principalmente através do grito
*dojo = local de treino
*zan shin = espírito alerta, atenção
*do youko = golpe que vale meio ponto na proteção do abdômen
*kamae = postura com a espada
*birodo = confraternização depois de treinar
*kata = sequência de movimentos, forma tradicional
*arigato gozaimashita = muito obrigado
Iniciamos 2010, o ano do Tigre, com o Hatsugeiko (primeiro treino do ano) com meditação Zazen.