Quando o Sempai Wenzel me convidou para participar do intensivo que o Sensei realizaria no Rio de Janeiro, confesso que me perguntei “ O que vou fazer lá?”
É claro que estou acostumado à maneira gentil do tratamento que o Sempai dispensa a todos os alunos das unidades do Rio de Janeiro e foi com esta idéia que entendi o convite. Após passar dois finais de semana fora de casa e dos treinos por motivo de trabalho, devo dizer que a minha vontade naquele final de semana era ficar em casa, curtir a família e por em dia certas coisas. Porém, no treino de quinta-feira, no Centro, o Sempai Kenzo reiterou o convite e fiquei sabendo que meus companheiros Barroso e Mozart também iriam. O último ‘empurrão’ veio de minha esposa que, compreensiva e estimuladora como sempre, me falou que eu não poderia perder esta oportunidade.
E lá fomos nós, após uma aula estimulante no sábado na Urca, subimos a serra em direção ao Intensivo.
Após chegarmos e nos instalarmos nos diversos quartos, fomos convocados pelo Sensei para uma reunião. Nos foi apresentado então a programação para o dia seguinte. Neste momento me perguntei, será que conseguirei acompanhar a rotina estipulada. Alvorada às 05:00, corrida às 05:15, prontos e equipados (do e tare) no ônibus às 06:45... Olhei para os meus companheiros e percebi o mesmo pensamento, mais um desafio a ser vencido.
Necessitaria de muitas linhas para relatar todos os momentos importantes daquele domingo na serra, momentos de camaradagem, respeito, admiração, cobrança e estímulo constantes. O suor e o cansaço vinham e iam incessantemente, após ter quebrado minha shinai, entendi a intensidade do que estávamos realizando e a oportunidade que teria perdido se não participasse deste encontro.
Já no final da tarde, após um treino geral de luta em que tive a chance de cruzar espadas pela primeira vez com o Sensei, chegava ao fim o nosso Intensivo. Nunca esta palavra fez tanto sentido para mim.
Depois desta experiência me senti mais jovem e revigorado (apesar do extremo cansaço físico) e extremamente agradecido pela forma como fui tratado pelos Sempai , pela atenção dada pelo Sensei a todos nós e pela oportunidade de aprender e trocar experiências com todos.
Apesar de não ter procuração para falar pelos meus companheiros Barroso e Mozart, tenho certeza que compartilhamos o mesmo sentimento e, como o Sensei nos chamou naquela parada na subida da serra, os “Sempai da Vida” agradecem a oportunidade dada pelo Instituto Niten de seguirmos aprendendo e nos conhecendo enquanto trilhamos o Caminho.
Arigato Gozaimashita!
Fernando J F Alves – Unidade Rio de Janeiro.
De Petrópolis, só trago lembranças boas.Passei boa parte da minha infância nos períodos de férias entre a região serrana do Rio.Incluindo aí Teresópolis e Friburgo.Lugar onde tive meus melhores amigos,onde pude conhecer muito a natureza e os animais ainda que eu não tenha muita habilidade com biologia.E das inesquecíveis caças à sapos(não ninguém matava ninguém ali.Se quiserem posso explicar futuramente.),descobertas de insetos dos mais intrigantes possíveis ,sem falar na coroa do imperador D.Pedro I no museu imperial.Até hoje sou capaz de ficar horas admirando sua beleza sem cansar. Só vendo pra saber como é.
E foi assim que esse domingo ganhei mais uma memória feliz.Um intensivo do Niten. Apesar de estar com meu dedo quebrado isso não foi barreira para ir até o fim.Afinal ainda tinha outros 4. Talvez alguns pensem que feliz fui eu de estar de certo modo livre das shinaizadas ou broncas ou seja lá o que for.O que não era verdade pois se errasse seria igualmente corrigida. Mas senti uma certa inveja de ver meus amigos e companheiros de espada vencerem seus limites, soltarem muito kiai,superarem bolhas,cortes no pé,inchaço no braço, cansaço físico e chegarem num ponto que você já não pensava , só agia. Foi assim o dia inteiro desde as 5 da manhã quando começamos a fazer um cooper para aquecer pro treino.
Que fui fazer lá então? Bom, consegui fazer uma boa série de exercícios com shinai: jogeburi,nanameburi,tsuburis,zen shi sho men uti e mais um monte. Depois fiquei a acompanhar o intensivo tirando diversas fotos e filmando um pouco. Ao longo da semana estarei mexendo nelas pra ajustar tamanho, formato e uma série de coisinhas. Foi bom porque pude ver e aprender muito. Vi muitos erros q eu mesma cometo e vi também exercícios que me deixavam impressionada pela habilidade dos sempais em realizá-los.E o melhor, é que não há segredos basta treinar.
No final saímos de lá mais fortes, mais unidos e agora um passo adiante de onde estávamos anteriormente. Mais do que isso agradecer ao pessoal que veio de longe treinar com a gente vencendo horas de cansaço pós viagem; como o sempai Tamieti que veio dirigindo desde BH, o Colato e o Vitor que vieram de ônibus lá de Vitória,o Sensei que saiu direto de SP pra passar 48hrs treinando e o Rodrigo lá de Viçosa.
Suzana
No último dia 26 (sábado) os alunos da unidade Rio de Janeiro tiveram a oportunidade de cruzar suas espadas com o sensei Jorge Kishikawa. Estiveram presentes cerca de 50 alunos, todos com o mesmo fim: Treinar e aprender com os ensinamentos do sensei.
O sensei lutou com a maioria dos alunos, inclusive com as crianças, e puxou treino com os alunos de 6º kyu, cobrando deles rigorosamente postura, kiai e perseverança na seqüência de exercícios.
Após, os alunos treinaram entre si men-utshi, men-men-men e kirikaeshi, com muito Kiai e mantendo a postura.
Depois teve apresentação de Katas do estilo Niten Itchi Ryu, pelo sensei e pelo coordenador responsável pela unidade Rio de Janeiro, sempai Wenzel, em que foi demonstrada a exteriorização do Ki, através de seus golpes sinceros e rápidos.
No final, o sensei falou sobre o Kakejiku, mostrando o kanji “Tchu Bun Do Yo Shi Ka Fu”, que traduzido para os alunos quer dizer “no amanhecer, se a verdade for entendida, ao entardecer poderei morrer feliz”.
Durante sua exposição, o sensei traçou um paralelo entre a escrita e a espada, afirmando que em ambas, no momento da execução, não podem ocorrer erros. Na escrita, um traço mal feito não pode ser reparado, pois o tempo no qual foi realizado já passou e sua marca não poderá ser apagada. Em relação à espada, o erro é pago com sangue. O corpo é que sofre com o erro. Portanto, no momento da verdade não podem ocorrer erros.
O sensei Jorge Kishikawa asseverou ainda que tanto na escrita quanto na espada há formas básicas que devem ser aprendidas para que haja a evolução técnica. Não adianta aprender técnicas mais avançadas se o básico não foi compreendido, pois não serão executadas de forma satisfatória. As técnicas básicas influenciam inclusive no desempenho da luta, que além de ficar prejudicada, terá essa carência notada pelo oponente. Como disse o sensei, “para ganhar a luta, é preciso saber atacar”.
Foi dito também que como no cominho da espada, na vida cotidiana de cada um, os atos praticados na busca do objetivo devem ser violentos (definidos), sérios, urgentes e sinceros. Após, terminado o treino, o sensei viajou com os monitores para Petrópolis para o treino intensivo no domingo.
O treino realizado com o sensei Jorge Kishikawa na unidade Rio de Janeiro foi de grande importância, pois os alunos puderam aprimorar e entender ainda mais sobre a técnica da espada e seu caminho árduo. Domo arigatô sensei e sempai Wenzel.
Ricardo Minner
Por Fernando JF Alves
“Perto de completar dois anos no Caminho, muitas foram as vezes que senti vontade de mandar um e-mail para o Niten.
Quase sempre o motivo era uma vitória pessoal, uma superação ou simplesmente para falar de minha satisfação por fazer parte desse grupo.
No entanto, diante dos relatos que lia no E-gan, acabava achando que meus comentários teriam pouco a acrescentar aos belos, e às vezes emocionantes, depoimentos que ali estavam.
Porém, após o evento de lançamento do livro SHINHAGAKURE, no Rio de Janeiro, senti que deveria externar o que estou sentindo.
Sou oficial da Força Aérea Brasileira e estou acostumado a organizar e participar de muitos eventos. Sei das dificuldades e responsabilidades que os envolvem, da quantidade de recursos mobilizados e do número de coisas que podem dar errado. Tudo isso, mesmo quando os responsáveis são profissionais experientes e tarimbados.
Os coordenadores do Rio, todos jovens de menos de vinte anos, conseguiram realizar o evento com sucesso. Como verdadeiros samurais que são, receberam a missão e a cumpriram. Foi uma demonstração de que o Niten forja espíritos fortes, prontos para qualquer combate, seja com uma espada nas mãos , seja na realização de um vento como este.
Após a noite de autógrafos o Sensei convidou Coordenadores, Monitores e alguns alunos para comermos uma pizza. Ver naquela mesa os jovens Coordenadores e Monitores diante do Sensei me fez recordar meu tempo de cadete, em que compartilhar uma refeição com nosso comandante era honra para poucos. Senti-me jovem como eles, com vontade de aprender, sem medo de errar, sabendo que quando se dá o melhor de si não é necessário temer o resultado de qualquer batalha.
Fiquei orgulhoso de ver tanta responsabilidade e comprometimento com um ideal em pessoas tão jovens. Este é o motivo de escrever este e-mail. Dizer da minha alegria de constatar que o Instituto Niten é uma verdadeira escola de formação de caráter e espírito, onde se forjam jovens que, empunhando a espada que dá a vida, em abundância, certamente terão muito a contribuir para fazer de nosso país uma nação melhor para todos.”
Nos dias 12 e 13 de dezembro de 2004 o Sensei esteve no Rio de Janeiro para fazer treinos.
Alunos e Coordenadores de outras localidades compareceram para adquirir e prestigiar os ensinamentos do Mestre Jorge Kishikawa na unidade Barra. Veja algumas fotos:
Por Ricardo Silva
Após o inesquecível Torneio Brasileiro por Equipes 2004, muitos participantes aproveitaram o feriado para aprimorar suas técnicas em mais um treino sitiado no belíssimo Estádio do Maracanã.