Mangas de Samurais - Entrevista Marcelo Salles - Instituto Niten Ir para o Conteúdo
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Entrevista

Falamos com Marcelo Salles


Redação Niten

A Redação Niten entrevistou Marcelo Salles, editor da linha de Mangá da Editora Conrad, que falou de Vagabond e das novidades da editora.

Como é apostar em séries de mangá com a temática dos samurais? O sucesso é garantido?
Então, garantido, garantido, não é. Mas é um nicho que é bem forte, que sempre tem uma venda boa e a Conrad tem tido muito sucesso sim com a publicação de títulos para esse público, com essa temática.

Vagabond é um dos mangás de maior sucesso aqui no Brasil, assim como no mundo inteiro. Qual o diferencial desta série?
O diferencial acho que está na arte, né, na arte do Takehiko Inoue que todo mundo elogia muito. É aquela arte ultra-realista. E a história também, ele conseguiu pegar a história do Musashi, colocar o ponto de vista dele e criar uma história interessante, uma história pessoal mas que ao mesmo tempo é universal. Acho que é por ai o diferencial do Vagabond.

Blade: A lâmina do Imortal é tida como uma série que deu uma nova cara aos mangás sobre samurais. Como se caracteriza essa mudança?
Quando eu cheguei, Blade já era publicado. Eu não cheguei a editar Blade, mas eu li. Vou dizer assim por cima porque eu não tenho um conhecimento mais a fundo do Blade. Mas acho que o Blade rompia com essa coisa da tradição nas histórias de samurai e tentava deixar aquele universo mais `punk`, trazer essa coisa não-tradicional para a história. Então isso que acho que deu uma revigorada nesse tipo histórias de samurai. Foi bem original, foi bem elogiado e bem recebido por causa disso.

Comparações da série Yuki – Vingança na Neve o filme Kill Bill são muito frequentes. Quais são os pontos em comum dessas obras?
Falando assim é meio difícil, deixa eu ver... com certeza a violência né, a violência está presente nos dois. O Yuki tem essa coisa da mulher que vai atrás de vingança, e isso com certeza é um ponto de contato com Kill Bill. E tem a estética, que talvez tenha inspirado muito o jeitão da história. Não vou ter como influência direta, mas eu acho que a história da mulher em busca de vingança é o tema recorrente nas duas.

A relação com uma obra consagrada ajuda na divulgação da série?
Ajuda. Ajuda porque muitas vezes os jornais trazem uma matéria e eles gostam desse tipo de coisa. Jornais, revistas gostam de fazer essas associações, então ajuda. Pra gente ajuda. Mas para os fãs não sei se vai mudar muito.

Qual o público atingido por essas publicações? Varia bastante em cada uma delas?
Então, o público varia sim, mas ele está naquela faixa de principalmente homem, adolescente vai ... seria mais ou menos dos 12 aos 25. O Vagabond é o que atrai mais adultos também, por ser uma história mais elaborada, ter uma arte mais refinada. O Yuki também é um mangá mais adulto mas foi o que vendeu menos dos dois. O Blade talvez atraia mais um pessoal um pouco mais jovem.

Quem lê essas obras acaba aprendendo e desenvolvendo interesse em conhecer a história e cultura japonesa?
Ah sim, com certeza, disso eu não tenho dúvida. O Vagabond principalmente né, várias pessoas vão querer ler Musashi (o livro), vão se interessar por descobrir mais esse universo. Às vezes pode rolar o efeito contrário também né, quem se interessa pela cultura acaba chegando no mangá do Vagabond. É algo que pode ocorrer.

Há previsões de mais algum mangá de samurais que será lançado pela Conrad?
Então, a Conrad agora está passando por uma mudança, a gente foi comprado pela IBEP, semana que vem a gente está de mudança para a nova sede. E isso vai mudar muita coisa, vai ter injeção de capital, dinheiro, a gente vai publicar mais títulos, com certeza vamos publicar títulos de samurai. Ainda não posso adiantar qual, porque a gente ainda está refazendo o nosso cronograma, mas com certeza vai entrar.


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