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Matéria no Globo do Niten Jacarepaguá

por Meriguetti - RJ/Jacarepaguá - 12-jul-2016



O jornal o Globo visitou o Dojo de Jacarepaguá e conversou com os Coordenadores Meriguertti, Gouveia e Aristeu.
Confira um trecho da reportagem abaixo:

Academias de Jacarepaguá ensinam como se tornar Samurai

RIO — Tom Cruise não foi “O último Samurai”. Nem eles estão extintos, como pretendia a Restauração Meiji, o movimento governista do final do século XIX que buscava modernizar o Japão, conforme mostra o filme. Mais do que isso, eles estão entre nós, e desenvolvem sua filosofia em Jacarepaguá, assim como os ninjas, outra linhagem de guerreiros.

Os samurais treinam no Instituto Cultural Niten, que surgiu há 23 anos em São Paulo, mas tem várias unidades em Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Portugal e Uruguai. O fundador e coordenador da instituição no Rio de Janeiro, Wenzel Böhm, explica que eles seguem os ensinamentos do Sensei Jorge Kishikawa, um ex-lutador de Kendo que pesquisa os antigos Samurais e, inspirado nos ensinamentos do mais importante deles, Miyamoto Musashi, desenvolveu uma metodologia para seus alunos seguirem o Bushido, que é a filosofia de vida dos guerreiros.
Segundo o professor Pedro Erber — PhD em literatura asiática pela Universidade de Tóquio e curador da exposição “A emergência do contemporâneo: a vanguarda no Japão, 1950-1970”, em cartaz no Paço Imperial a partir de quinta —, os samurais pertenciam a uma classe social de guerreiros que serviam aos senhores feudais, líderes militares que recebiam do imperador o título de Shoguns. Também existiam os samurais que não pertenciam a nenhum clã, e por isso recebiam o nome de ronins


O professor Aristeu Silveira ensina o iaijutsu, a arte samurai de sacar a espada. Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo




Marcos Gouveia e Leonardo Meriguetti ensinam o Kenjutsu, que é praticado com espada de bambu e armadura. Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

O defensor público Leonardo Meriguetti é fundador e coordenador da unidade do Instituto Niten da Taquara, inaugurada há um ano. Ele acrescenta que os samurais seguiam um rígido código de honra, que incluía o haraquiri, o ritual de suicídio em caso de desonra — que poderia ser até uma derrota em batalha. Atualmente, explica Meriguetti, os guerreiros do Niten também seguem um código de honra, mas o haraquiri ficou no passado.
— Não nos limitamos à técnica. Fazemos o caminho do guerreiro e o usamos como aprendizado e crescimento diário — diz.
Meriguetti é professor de kenjutsu, uma técnica de lutas com espadas, substituídas nos treinamentos por bambus, e que se vale de armadura para proteger o corpo contra os golpes aplicados na cabeça e no tronco. Apesar de seus 13 anos de prática, ele ainda ajuda no osoji, a preparação do dojo, que é a área de treinamento, incluindo a instalação das flâmulas que representam as virtudes do samurai e a limpeza do chão.
— Todos os ensinamentos que passamos e recebemos não são apenas para o dojo; são para a vida — enfatiza.
Faz parte da filosofia desenvolvida pelo Niten expandir o conhecimento. Foi por isso que há um ano Meriguetti fundou a unidade da Taquara, onde ele mora, e que atualmente tem 11 alunos nas disciplinas de kenjutsu e iaijutsu (desembainhamento da espada). As aulas são às segundas-feiras, no Clube Português.
A novidade no bairro atraiu o jovem João Pedro Pastorello, de 15 anos. Fã de desenhos japoneses e de animes (como quase todos que entram neste universo), ele descobriu o instituto pela internet e viu que “era isso o que queria”. Há dois meses, ele começou a fazer o iaijutsu.
— A gente aprende muita coisa que aplica na vida. Não é só o golpe — afirma.
O analista de sistemas Marcelo Jesus é fã de artes marciais. É faixa preta do 4º dan no Karatê e tinha vontade de praticar o kenjutsu muito antes de a unidade ser inaugurada.
— Não tinha um lugar perto da minha casa, e quando chegou, os horários de aula não se encaixavam com os meus. Como os treinos mudaram para as segundas-feiras, deu tudo certo — diz.
Outro docente do Niten é o engenheiro mecânico Aristeu Silveira, também professor da FGV, que tem 47 anos de experiência com artes marciais. Ele é instrutor de iaijutsu, e ensina as técnicas de sacar a espada para se defender ou atacar. Mesmo antes de entrar para o Niten, considerava-se um samurai:
— Eu vivo e respiro isso.
Também faz parte dos ensinamentos do Sensei Kishikawa que os mais experientes apoiem as novas unidades do Niten. É o que faz o funcionário público Marcos Gouveia, morador de Bangu, que coordena o instituto em Nova Iguaçu e, quando pode, vai a Jacarepaguá ajudar nos treinamentos. Por isso, ele também se considera um samurai.
— A gente sempre busca viver com retidão, honra e lealdade, tentando fazer o melhor em tudo — afirma.


Objetivo do kenjutsu é dar golpes com espadas de bambu na armadura do adversário. Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo


Os samurais atuais usam proteção em todo o corpo. Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

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