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Nessa última sexta-feira (09/08/2013), o Sensei, aproveitando esta ter sido a semana em que 68 anos se completaram desde a explosão da bomba nuclear em Hiroshima, nos reuniu para mostrar-nos um audiovisual, Hadashi no Gen, sobre a situação de residentes da cidade durante a Segunda Guerra Mundial. Conforme o vídeo avançava, o Sensei nos contava o que acontecia na história, visto o áudio estava em japonês e não havia legendas.
A história contada era a de uma família japonesa cujo pai, que era também o patriarca, dizia ser inútil continuar lutando na guerra, que ela só trazia sofrimentos. O espírito nacionalista que se passava na cabeça de todos, no entanto, fazia com que ele (e toda a família, por consequência) fosse tratado como traidor da pátria.
Ao assistir alguns poucos filmes japoneses no passado, sempre senti que neles haviam algo a mais em relação à grande parte das produções "hollywoodianas", mas nunca tinha realmente compreendido o quê. Ontem, ao ver a convicção do pai da família, que, após ser detido e torturado por se posicionar contra a guerra, teve a oportunidade de se libertar bastando simplesmente mudar a sua posição na frente de toda a sua família, mas decidiu manter-se firme a seus ideais e proteger sua honra, mesmo que isso significasse continuar sendo torturado; ao ver as crianças suportarem seu sofrimento para não preocupar seus pais, oferecerem-lhes parte do seu tão esperado alimento com que chegaram a sonhar por causa da fome, fazerem "loucuras" como atacar um chefe local por prender seu pai e ameaçar sua mãe, ou então ao tentarem pescar um peixe (com as mãos vazias!) após ouvirem o diagnóstico médico em que sua mãe, grávida, corria perigo por falta de nutrientes, lembrei-me do primeiro e do terceiro voto do Hagakure, "Nunca ser superado no caminho do Samurai" e "Promover a devoção filial". Talvez sejam mensagens desse gênero algumas das coisas que sempre tenham passado em branco e só comecei a perceber agora que comecei a treinar e aprender no Niten. Acredito também estar mais próximo de entender os significados de "estar com o espírito bom/ruim", comentado pelo Sensei e pelos Senpais e também o quarto voto do Hagakure, mas creio não tê-los compreendido o suficiente para poder comentá-los.
Ao estudar algum confronto histórico em que até milhões de pessoas chegam a morrer, ou acontecimentos como o ataque em Hiroshima em que mais de 250 mil pessoas são dizimadas em questões de segundos, a minha reação, até então, era ficar surpreso com números tão altos de pessoas, seres humanos vivos, sendo mortos no conflito.Após assistir a este vídeo e ouvir alguns comentários e explicações do Sensei sobre o filme e seu contexto (a guerra), percebi que, até o momento, não parava para considerar o sofrimento pelo qual cada indivíduo, militar e civil, deveria ter passado ao ser privado das suas necessidades básicas até eventualmente sucumbir, nem o sentimento deixado em sua família. Tão pouco considerei o desespero destas pessoas ao serem arrastadas a estes confrontos ou então o quão bravamente lutaram pelo que deviam proteger. Marcou-me quando o Sensei pausou o filme para descrever a situação brevemente e disse: "Eles estão treinando com lanças de bambu. Eles acreditam que conseguem vencer a guerra desse jeito. Mal sabiam que uma bomba como aquela os esperava." (Shitsurei Shimashita por não me lembrar das palavras exatas). Pelo visto, eu ainda não era capaz de distinguir, por de trás das informações, o caráter humano, pois a impressão que tive, ao ler no Café que mais de 250.000 seres humanos morreram na explosão, antes e depois de ver o filme foi diferente.
Por tudo, Arigato Gozaimashita Sensei