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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    27-ago-2014

    Vamos ver no que Dá

    Há uma certa ansiedade para todo aquele que resolve iniciar em alguma prática marcial.
    E com razão.
    Diferente de ser apenas um jogo sem consequências, esta pode sair cara: uma lesão ou algo deste gênero.
    Outro aspecto é que em muitos locais, vai ter de rolar no tatame com "pitbuls" ou mestres arrogantes. Nada agradável mesmo.
    O cúmulo do surreal chega ao ponto de que em regiões longínquas das grandes capitais , se chega a permitir uma luta "livre" entre você (que acabou de se inscrever) e um faixa marrom. Surreal.
    Sendo assim, convido a você  assistir então a ver o que se passa aqui no Templo dos Samurais (e não uma academia).
    Um lugar onde você aprende a viver como a água, lutar como o Fogo e respirar como a Árvore.
    Como nos mostra o vídeo, "Vamos ver no que Dá":


    14-ago-2014

    Cuspir na Porcelana

    Hoje vou lhe dar um conselho através das palavras de um jornalista que esteve aqui comigo:

    "Durante a semana que passei treinando em São Paulo, lembrei de diversas situações passadas que adquiriram novas luzes para orientar o futuro.

    Em uma delas, após uma apresentação na Livraria Cultura de Brasília, uma moça se aproximou de um dos monitores e o cumprimentou. "Gostou da apresentação?" Ele perguntou à pessoa que era sua conhecida. Ela respondeu "muito bonita. Pena que seja tão belicista". Diante dá expressão pasmada do monitor, ela começou a desfiar um discurso sobre estímulo a violência, etc.

    Difícil explicar o que é a espada que dá a vida a quem não está preparado para consumir o biscoito fino que é oferecido a quem faz o caminho. E quem o trilha muitas vezes não entende. Assim são os casos de quem, talvez feridos no próprio ego, não percebem que esta parte de nós mesmos é o verdadeiro inimigo. E atolados na lama da autocomiseração se revolvem acreditando se libertar e estimulam a espiral de ódio que determina a roda maldita que gira sempre no mesmo lugar.

    O Sensei afirma:
    -"Não tem consciência de que este é o caminho da infelicidade, e do fundo de sua frustração tentam cuspir na porcelana que os alimentou".
    - Cunha (Unidade Brasilia)


    Porcelana do período Meiji - doado pelo Shihan Otake Risuke - acervo do Sensei



    Falando em uma linguagem simples: Não são todos que compreendem o verdadeiro caminho.
    Os que não compreendem são como mulheres que são levadas no "papo" pelas palavras dóceis daquele sedutor. Perdem tempo em treinamentos exaustivos que levam a colecionar medalhas e graduações. E, quanto mais se graduam, menos deixam de viver. A família, os filhos, os netos e até a religião é esquecida (longe de falar como um monge). Quando acordam (e se acordam), perceberam que os seus 20 anos se foram à toa.
    Também há os que (e você haverá de lembrar alguma cena de algum filme hollywoodiano) como aquela mulher abandonada, continuam correndo atrás e caluniando aquele seu ex-companheiro.

    Mas então, por que isto ocorre, se ela já está com o outro?
    Das duas uma: ou porque ela ainda gosta do ex (o que não tem jeito), ou porque o outro não é tão bom assim (não satisfaz plenamente?), pois se assim fosse já teria deixado de lado. Seria uma mulher feliz...

    Seja lá o que for, são todos atos indignos de infelizes "cuspindo" na porcelana que os alimentaram.

    Ouça com atenção esta música e cuide-se para não ser infeliz e não ser alvo desta piada:



    ¨andando em linhas tortas¨

     


    13-ago-2014

    Gashuku 4 - Estaca zero

    "Rever o Sensei após 10 anos desde o meu primeiro contato com o Kenjutsu foi voltar no tempo.
    Percebi que, mesmo passados tantos anos, a filosofia, a cultura e, principalmente, os ensinamentos transmitidos pelo Sensei Jorge Kishikawa, permanecem inalterados. O que muda é o tempo, os acontecimentos em torno de nossas vidas. Porém, durante os dois anos iniciais do NITEN em Sorocaba, mesmo tendo me afastado dos treinos devido ao meu trabalho, o que retive de conteúdo e estratégia nos treinos me foram muito úteis no cotidiano, fosse em nível profissional como pessoal.

    Para quem não está acostumado com a cultura japonesa, nem sempre ouvir as palavras de quem tem o que dizer, podem ter um significado maior, até porque em nossa cultura Ocidental, uma grande parte despreza a reflexão interior que promove mudanças em nós mesmos. Isto porque nem sempre queremos reconhecer nossas falhas como o primeiro caminho a ser seguido.

    Hoje treinando Iaijutsu, ao ser avaliado pelo Sensei, tive um bom desempenho inicial, mas por um erro na empunhadura da espada, voltei à estaca zero. Nada mais justo. O olhar clínico do Sensei não deixa escapar nada. Portanto, se cometo um erro fatal a vida nos ensina que podemos não ter uma segunda chance senão estivermos atentos ao oponente.

    E foi assim que, entre uma ponte separando os 10 anos do início dos treinos com o momento atual,
    percebi que a cultura Niten em muito acrescentou ao meu modo de viver, pensar e agir. Mas ainda é preciso aprender mais e ouvir as sábias palavras do Sensei.

    Domo Arigato gozaimashita¨
    - Galhardo - Unidade Sorocaba



























    12-ago-2014

    Gashuku 3 - Novidade

    "Acredito que o goshinjutsu foi uma novidade para muita gente. Quando eu via os senpais(veteranos) treinando, tinha muita vontade de aprender. Fiz os katas poucas vezes para conseguir aprender e algumas partes simplesmente não "funcionavam".
    Acredito que num primeiro momentos ficamos mais preocupados com as defesas e golpes sem a espada e até mesmo com a segurança dos colegas.
    Com o Sensei e o senpai Yoshimitsu revisando os katas, orientando e mostrando os detalhes da postura, dos golpes juntos as articulações e como sacar a espada, aos poucos os katas começaram a fazer sentido e funcionar. No final, já não estava mais deixando a espada escorregar da bainha e já prestava mais a atenção para manter distância da espada do colega."
    - Ana Lucia (Unidade Ana Rosa)










    "Como um relâmpago, Sensei desvia do golpe mortal, agarra o oponente e ,anulando a gravidade ao seu redor, arremessa o inimigo ao chão sem dar tempo para reação o finaliza sem piedade com a espada curta. Memorável foi a execução dos katas ,as técnicas de torções e arremessos que foram mostradas só evidenciam que o caminho do guerreiro é longo e que precisamos treinar, treinar e treinar para quem sabe num futuro distante consigamos também mudar as leis da física como nosso mestre inalcançável." - Siqueira (Unidade Santos)










    "Além das técnicas, o jeito do tai-a-tari e dos golpes mais precisos, o ponto alto foram as 2 horas de Kogusoku.
    Um treino puxado este, exigindo concentração e disciplina.
    Um pequeno diferencial desta vez foi o auxílio ao Sensei pelo Professor Yoshimitsu. Nosso pequeno Professor, atento a todos, enriqueceu nosso treinamento."









    07-ago-2014

    Gashuku 2 - Sensacional!

    ¨Achei a experiência do Gashuku sensacional!!!
    Como eu sou um aluno com 1 mês de experiencia acho que foi exatamente o que eu procurava pra mim, eu não procurava uma arte marcial eu procurava conteúdo e foi exatamente o que eu encontrei.
    Passei a maior parte do tempo conversando com os alunos e fazendo parte das atividades do Gashuku. Quis fazer isso justamente porque eu acredito que conhecendo os alunos poderia conhecer o mestre.
    Entrei no Niten com o objetivo de um dia quem sabe nessa vida ou na outra eu possa me tornar um mestre e esse Gashuku ajudou a reavivar meu sonho mais uma vez e me sinto agora mais confiante.
    Espero um dia poder retribuir a todos a experiencia que eu tive e fico ainda mais feliz de pensar que é só o começo!¨ 
    - Pinto (Unidade Rio de Janeiro)


    Estas palavras superaram minhas expectativas e você entenderá o por que:
    Um: porque era de se esperar que o motivo maior tivesse sido a busca por lutas, katas e tudo que entendemos por ¨arte marcial¨. Mas não. Ele procurou um algo mais que não fosse a arte marcial: CONTEÚDO. E encontrou.
    Outro: todos nós, em certas passagens pela nossa vida temos os nossos sonhos apagados. Problemas acontecem e se não tivermos uma ¨bússola¨ ou uma força maior, desistimos. ¨Ajudou a reavivar o meu sonho¨, se pensarmos bem, este Gashuku foi para ele TRANSFORMADOR.
    É motivo para alegrar. Sensacional.























    06-ago-2014

    Gashuku 1 - Esculpir com Maestria

    A previsão do tempo para o fim de semana dizia que seria um Kangeiko. Em japonês, um kan (frio) + keiko (treinamento), ou seja, um treinamento no frio do inverno chuvoso.
    O sol veio para nos acenar e o Gashuku então teve o melhor para ser trabalhado: nem tão frio , nem tão quente.
    E, como não deveria deixar de ser, o Kenjutsu combate foi amplamente trabalhado.
    Com a participação de todos os extremos do continente como os argentinos, gaúchos, paraenses e cearenses acredito que os detalhes que permeiam o Kenjutsu Combate foram alcançados.
    A importância de se fazer um Kamae (posição ou postura de combate) correto, impecável e sem erros será a via para a invencibilidade e corrigir é o papel do mestre. No caso aqui, são mais de várias dezenas de Kamae, o que demanda um conhecimento adquirido por décadas.
    Os detalhes que foram passados no dia reverberarão a aqueles que estiveram, lembrando que o Kenjutsu combate possui em todo o seu treinamento a busca por uma reverência impecável, um Sonkyo (apresentar armas) complexo e apresentação do Kamae que exige do praticante muita meticulosidade.
    Michelangelo entende o que eu quero dizer:



    "Assistir ao Sensei corrigindo os kamaes (posturas) de cada um dos alunos, em graduações diferentes e enfileirados foi um momento muito especial.



    Ao analisar e corrigir os pés, mãos, cabeça, tronco e a empunhadura dos shinais, o Sensei ia moldando, ou quase modelando uma fileira de samurais prontos para a guerra!



    O Sensei fez isso por mais de uma vez, com quarenta, talvez cinquenta alunos, e de um a um era como se o Sensei fosse um general, que esculpia com maestria seu grupo de soldados.



    Como replicadores dos ensinamentos do Sensei e do método KIR, presenciar tanto zelo e experiência, como neste caso, é inspirador.



    Quem sabe com anos de treino e muitos gashukus, poderemos também esculpir rapidamente os kamaes mais precisos e eficientes que tanto almejamos desvendar!"
    -Ivan (Unidade Juiz de Fora)

    01-ago-2014

    O Céu te vê

    "Konbanwa Sensei, Shitsurei shimassu,
    Hoje conversei com meu amigo S.K, que é vice presidente da Administração da Associação local aonde treinamos.
    Em conversa, comentei que sou aluno do Niten e que pratico Kenjutsu na Associação. Segue comentário dele:

    "Kenjutsu é bom! Muito bom! Os alunos tem muita disposição, não só física, mas disposição em ajudar e pela educação. Ele puxa muito na disciplina e na polidez dos alunos, e vejo isso na Associação. Todos vêm, pois os alunos são sempre muito educados e prontos para ajudar.

    Fiquei até sem graça e agradeci o elogio. Foi uma agradável surpresa saber que nossas virtudes são conhecidas também fora do Dojo.
    Domo Arigatô Gozaimashitá Sensei,por através do treinamento e disciplina sermos reconhecidos como exemplos de educação e prontidão dentro e fora do Dojô.
    Sayounará " -
    Kenji (Unidade Ana Rosa)

    Dizia se que um pescador jogava tarrafa as escondidas na aldeia de Akogui (um local proibido para tal pratica), quando não havia ninguém.
    Com o tempo e não se sabe por quê, a sua fama tomou conta não só da própria aldeia, mas da enseada inteira.
    Chegou a tal ponto que utilizamos até nos dias de hoje, o termo ¨tal elemento é de Akogui¨, indicando um tom pejorativo a tal pessoa.
    Se por um lado, há elementos que seguem a risca os ensinamentos, existem outros que, de maneira ¨torta¨, desvirtuam e são expulsos.
    Por isto, não se iluda.
    Se você for um desses que ¨joga a tarrafa¨ na calada da noite, o céu está te vendo e um dia toda a sua mentira virá à tona.




    "Komei Seidai: Publicamente Transparente e Estritamente Correto"


    Agradeço aos meus alunos que praticam os ensinamentos à risca. 




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