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O que o “Instituto Niten” faz desde a sua fundação em 1993 é resgatar essa cultura de 700 anos de história e estudá-la com o objetivo de aproximá-la ao máximo à época dos samurais do passado, sobretudo, no que se refere à emoção do combate samurai e ao prazer de praticar essa arte responsável por influenciar uma cultura por gerações. Arte que, assim como a poesia, é fruto do conhecimento e de um intenso estudo de estilos do passado.
No passado, se aplicavam os katás do kenjutsu em combates e duelos reais de vida ou morte. Hoje, são praticados com uma armadura de proteção, bogu, e com uma espada de bambu, shinai, em que todas as posturas e estilos de combate são válidos com exceção aos que comprovadamente comprometem a segurança do praticante.
Arte e estratégia, dois assuntos de tamanha importância , que devem fazer parte de todo aquele que busca o desenvolvimento interior.
O 9º TBKO (Torneio Brasileiro de Kobudo) já está pegando fogo.
Exponho aqui no nosso café as ultimas notícias de lá:
Não há palavras para demonstrar o meu sentimento para com um grande companheiro de treinos que há muito tempo não via.
Pois bem, encontramo-nos na entrega do 54º Premio Paulista. Estava em cadeira de rodas, magro, mas lúcido. Fora acometido por uma moléstia e estava recebendo o Premio pelo Kendo.
Quando nos encontramos, apesar de não poder balbuciar palavras, Masuaki Takahashi, 6º dan, abriu um grande sorriso e apertou a mão bem forte.
Emocionamo-nos.
Neste momento disse a ele:
-Você me vai fazer falta. Era o único que nunca me negou um treino naqueles tempos!
O que naquele momento, acenou -me com a cabeça, comovido.
Nossa trajetória começava lá pelos anos 80. Apesar de dirigir a academia Saga, a minha família (meus pais e meu irmão Roberto), a convite do já falecido mestre Haruka Yamashita, por sinal, um grande mestre e apoiador de minha família, fomos os primeiros, ao lado de Takahashi, a fundar a então academia Kabukan.
Nos primórdios desta, como em qualquer outra, havia apenas uma meia duzia de praticantes e um deles, excetuando-se a minha família, era Takahashi. Havia tempo suficiente para um "pega".
Nos fins de 80, Kabukan passou por reforma. Que eu me lembre, foram uns dois anos. Finda a reforma, mais da metade não retornaria. Foram fundar a sua "própria" academia. Ao meu ver, deslealdade (e maldade) ao mestre Yamashita, e que justo na época fora acometido de insuficiência renal e passava pelo piores momentos de sua vida: o sofrimento da dialise.
Mestre Yamashita não merecia aquilo.
Voltamos. Ele, nós e mais alguns.
Desta forma, mestre Yamashita pôde dormir em paz...
Com Takahashi nossos "pegas", tanto lá , quanto no Pira iam longe.
Arremessava-o ao longe , estocava , batia , mas ele nunca desistia.
Ao contrario, me desafiava e não se dava por vencido. Na época era o único, alem do meu irmão, pois os outros não apreciavam um "pega".
Um companheiro de lutas que gostava de treinar e vai deixar saudades.
Que Buda esteja com ele.