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"Não pude dizer durante o jantar do Gashuku, mas quando procurei o Niten pela primeira vez, buscava somente
Logo na aula experimental, encontrei algo muito mais valioso do que eu esperava encontrar: os Momentos de Ouro. Para mim, são como peças que faltavam em minha vida. É como se alguma força além de minha compreensão fizesse com que cada Momento de Ouro seja exatamente o que eu preciso ouvir na ocasião, que ao aplicar no dia-a-dia, me tornam uma pessoa melhor, e me ajudam em diversas ocasiões."
A vida é um quebra-cabeça onde cada peça é importante para completar o todo. Nenhuma é mais importante ou menos importante que a outra.
Eu costumo montar começando pela base e pelos cantos.
Encontrado-as, começo a completar o todo. Sem pressa, sem dúvida e sem preocupação.
Estas peças "de Ouro" são interessantes: estão nas bases e nos cantos.
Assim é o Niten: os alicerces estão longe da vida mundana e a peça-chave é o mestre.
O frio está aí e, para compensar, trouxe um Café com Sensei com uma grande barra de
Sendo assim, sugiro que só deguste quando tiver bem acomodado:
Subir a Montanha
¨Mesmo lendo o Shin Hagakure é preciso uma compreensão muito grande para entendê-lo na íntegra, que muitos, inclusive eu, não temos. Como resultado minha percepção sobre a missão do Niten e do Sensei ficou fragmentada, pois, não compreendia as entrelinhas do livro e a simples leitura não foi suficiente para mover o espírito.
Segunda feira, vim fazer Shugyo (retiro com o mestre) com o objetivo de ser mais útil à minha unidade e à minha família, tenho tantos defeitos que já percebia o trabalho que dava para quem convive comigo e me sentia ruim com isso. Cheguei à ADM meio perdido e não fiz nada de notável até o fim do dia.
Terça feira, o Sensei me convidou para acompanhá-lo ao médico. No caminho me perguntou um pouco sobre minha família, se eu brincava muito quando era criança (respondi que não porque tinha entendido se eu brincava com o meu pai, porem agora pensando melhor eu brincava sim um pouco com meu irmão, não dei uma boa resposta). Também falou sobre como a espada lhe proporcionava uma boa saúde ao constatar que a do Sensei está ótima e que não precisaria voltar a fazer os exames até o ano que vem. Falou me também da importancia de cumprir o terceiro voto: promover a felicidade aos pais.
Neste dia, o que mais me marcou foi quando o Sensei falou sobre o sentimento que os Samurais sentiam na época em relação às lutas reais. Achei que entendi suas palavras, mas agora pensando melhor percebo que realmente só entenderei quando for cortado.
Quarta, fizemos um treino no período da manhã que fiquei tão exausto que não sei como o Senpai Wenzel conseguia lutar sem abaixar o seu Ki (energia), Ken (técnica), Tai (corpo) por tanto tempo, e acompanhei o Sensei na visita a Sorocaba.
Quinta feira ao voltar de Sorocaba continuei com as tarefas do shugyo até o treino da noite. Nos Momentos de Ouro, o Sensei me pediu que relatasse como foram os dias anteriores, e pelo que senti acho que queria me ensinar a fazer um relato o qual eu já fazia em alguns esboços no papel. Mas pensando bem, acho que Sensei me fez para relembrar tudo o que tinha passado e para me ensinar a falar as coisas direito em público.
Na hora de dormir o Senpai (veterano) Raul estava muito triste por falhar com o Sensei. Me disse que achava que seria mandado embora. Baseado na experiência em acompanhar o Sensei a Sorocaba falei que a questão não era falhar ou não e sim não demonstrar avanço pois dessa forma, mesmo o Sensei gostando dele sentiria que estava perdendo tempo.
Sexta feira, durante a manhã, o Senpai Raul me falou que recebera um saco de arroz do Sensei, ele estava muito feliz e com o espírito renovado. Fiquei pensando no por que o presente era um saco de arroz, ainda não descobri mas imagino que tenha algum significado. Depois acompanhei o Sensei até o aeroporto, acredito que o Sensei percebeu que eu ainda não entendera os principais ensinamentos me passados a respeito de agregar pessoas ao meu redor e de desenvolver meu potencial humano e por isso me chamou para carregar as suas malas. No caminho, o Sensei comentou sobre os muitos pontos em que posso melhorar mentalmente e espiritualmente para ter sucesso na vida. Farei o meu melhor para corresponder às expectativas do Sensei.
Após o Shugyo passei a entender as entrelinhas do Shinhagakure, entendi o significado da "espada que da a VIDA" e também do que é um verdadeiro Sensei. Nunca tive um Sensei que fizesse tanto por seus alunos. Começar a subir a montanha talvez tenha sido a minha melhor decisão até hoje. Não existem mais dúvidas sobre o Caminho que devo seguir e sobre o que devo fazer para virar um crisântemo reto.
Foi uma benção ter feito este Shugyo. Para continuar com o meu amadurecimento, pedi a minha mãe que me colocasse como um dos secretários de seu consultório. Mudei. ¨ - Kiryu (Unidade Campinas)
Havia um rapaz na antiga China que ninguém dava nada por ele. Sem brilho nos olhos, sem instrução, vazio, fútil e pobre. Um desses indivíduos que poderia ser visto como uma "desgraça divina".
- Aquele lá não vale nada. É um pobre coitado - eram as únicas palavras que podiam ser ditas a seu respeito.
Um belo dia, este rapaz decidiu subir a montanha. Era um lugar inóspito, onde vivia o mestre.
Primaveras se passaram e o rapaz desceu da montanha. Estava diferente.
- Nossa! Mas o que aconteceu com ele? Está todo diferente!- na aldeia era a notícia da hora.
Olhar aguçado e postura de guerreiro. Retornou com uma mudança notória.
Diante de tal transformação, perguntaram qual o segredo que o mestre havia lhe passado.
Descobriram que não havia segredo. O convívio com o mestre transformou o em um sábio. Havia superado todos os da aldeia.
Na minha adolescência, enquanto lá no Japão, os jovens corriam atrás da bola de beisebol e aqui no Brasil nem a língua queriam aprender, eu "subi as montanhas": fui conviver com os mestres. Os últimos samurais.
Estes mestres me aceitavam de muito grado, pois fui para a maioria, o neto que eles não tiveram.
Este convívio de quase quatro décadas na "montanha", moldaram o meu caráter. E é isto que torna a comunidade Niten uma montanha única da qual não existem mais outras.
Aqui, a transformação ocorre a partir do segundo dia.
KyogyoJisho, ir do nada para voltar completo.
No ShinHagakure, pag. 51, está escrito:
"Cada estágio tem o espírito apropriado. Agora
Uma vez estando ao meu lado, verá muitas paisagens interessantes no Caminho
Portanto, pegue as malas e vamos lá."
Hoje, temos as palavras de quem, literalmente, veio pegar as minhas malas:
"Esta foi a primeira vez na vida em que fui ao Rio de Janeiro. Há algumas semanas atrás, recebi o convite do Sensei para carregar as malas durante sua viagem para lá, onde ocorreria Gashuku (treinamento intensivo) no domingo, dia 14.
Mas antes de dizer sobre o convívio com o Sensei, devo dizer algumas palavras sobre o espírito dos samurais do Rio de Janeiro. São pessoas atentas, sempre de prontidão, bastante unidas, divertidas. E com um Senki (energia da guerra) incrível. Conhecia alguns dos colegas de lá de outros gashukus e eventos mas, ao entrar em sua fortaleza, pude sentir um espírito forte, um ambiente onde o Hagakure Shiseigan (votos dos samurais do Niten) é expressado com intensidade. Agradeço à toda a Unidade RJ por me receber e inspirar neste treino especial (e adicionalmente ao Senpai Wenzel, pela ótima dica de visita à arquitetura modernista do MAM).
Sobre o tempo passado com o Sensei, foi uma convivência certamente bem diferente, e muito rica.
Incrivelmente, o Sensei não fica parado. Também não diminui seu ritmo. Acompanhar o mestre por alguns dias, vendo alguém que corta pela raiz e imediatamente todos os problemas que aparecem pelo Caminho, que nunca falta com o zanshin (prudência), que conversa com todos os alunos como se conhecesse de perto a cada um num convívio diário. Que cuida da "família Niten" enquanto cuida da própria família, sem medir esforços. Pude ver a marcialidade mais uma vez em primeira mão, um mestre que sabe guiar e cobrar de seus discípulos na mesma medida.
Quando se está com o mestre, o importante é saber ouvir, mais do que falar. Nesse período, o Sensei, além de se preocupar com o que acontecia comigo e com os treinos das Unidades por onde passei, me contou sobre várias estórias do Niten, o passado da Unidade RJ, curiosidades do meio militar, sobre sua família. Falou sobre quão importante é o treino com nihonto (espada legítima), e o quão importante é ter a experiência de se cortar (e então prosseguir com o treinamento). Aprender sobre tudo isso só é possível se você permanecer de copo vazio na mente, e copo cheio de cerveja.
Não cabe aqui falar de todos os ensinamentos, transmitidos tanto na fala quanto no silêncio. Até porque muitas coisas ainda demorarão um tempo para processar em minha mente. Me considero privilegiado por esses dias preciosos de convívio." - Unidade Curitiba - Shindi Sakaguti
Sempai Wenzel e Kenzo com o Consul interino Hiroaki Sano
Sempai Kenzo recebeu o prêmio do Sr. Hirofumi Ikesaki (Presidente da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade) e do nosso Coordenador Geral, Sempai Wenzel
Vereador Aurélio Nomura e Raul Takaki (Presidente do Jornal Nippak)
Comemorando já quase 15 anos de convívio de Hélio Kenzo com o Sensei e o Senpai Wenzel.
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- JORNAL NIPPAK -
PRÊMIO PAULISTA DE ESPORTES HOMENAGEIA ATLETAS E DIRIGENTES NA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Texto destacado:
Caminho certo – Hélio Kenzo Dino, de 29 anos, é outro que agradece por ter conhecido o Kobudo, que literalmente significa “arte marcial antiga”. Paulista radicado desde o primeiro ano de vida no Rio de Janeiro, onde se formou em Administração de Empresas e trabalha atualmente na área de Recursos Humanos em uma multinacional da Noruega, Kenzo descobriu a tradição guerreira dos samurais através do Instituto Niten, fundado pelo Sensei Jorge Kishikawa.
“Em 2001 um amigo disse que tinha iniciado treinamento de Kendô. Fui conferir e vi que, na verdade, era Kenjutsu e outras artes marciais de Kobudô. Fiquei apaixonado e depois disso nunca mais parei”, conta Kenzo, lembrando que praticou judô dos 4 aos 12 anos.
“Fiquei fascinado pela forma como a cultura e a disciplina japonesas são transmitidas no Instituto Niten. Outra coisa que me atraiu no Kobudo foi o Kiai (grito), que também tem no judô, mas que no Kenjutsu não só é importante como também agrega energia e coragem”, diz Kenzo.
Um dos alunos mais mais antigos da Unidade Niten na Cidade Maravilhosa e hoje um dos coordenadores da mesma Unidade, Kenzo afirma que é uma honra ter sido indicado para receber o Prêmio Paulista de Esportes.
“Fico muito feliz pois significa que meu Sensei e meus Senpais me consideram um membro útil ao grupo, que é algo que sempre busco. Significa também que estou no caminho certo”, garante Kenzo.