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Recebi esta mensagem da Exma. Sra. Nilza Itajay e transcrevo para você:
"Gostaria que fosse transmitido ao Sensei Jorge Kishikawa o grande prazer que tive em participar do VI Torneio Brasileiro de Kobudo, representando o Dr. César Gonçalves, Subsecretário de Turismo do Governo do Distrito Federal.
Vocês podem ficar certos que fiquei realmente impressionada com a leveza e a graciosidade, apesar de ser uma luta, dos Samurais brasileiros que conseguiram captar do Sensei Jorge Kishikawa o amor que ele tem por essa arte marcial.Parabéns a vocês todos do Instituto Niten."
Falei ontem nos Momentos de Ouro, aqui na Unidade Ana Rosa (Hokkaido) sobre Saishi Sai ni Taoreru.
Eis que me deparo, hoje no meu café, com uma reportagem. É com o Tom Zé, cantor e compositor que teve entre seus sucessos mais famosos Estudando o Samba(1976), além de fundar a Tropicália com Gilberto Gil em 1967.
- Se você pudesse mudar algo em você, o que seria? - pergunta o repórter.
- A prepotência. - retorna Tom Zé, sem hesitar.
Muita coincidência, mas foi com esta palavra que fechamos os Momentos de Ouro.
Gostei da reportagem, Tom Zé.
Falei de um ex-aluno que se passava por um expert de naginata em seu blog.( Nama Heiho - 11 de maio ).
Escrevi no Shin Hagakure - Pensamentos de um Samurai Moderno, lançado em 2004, quando ainda blog eram poucos e orkut nem existiam:
SE VOCÊ TEM TEMPO PARA LER E ESCREVER EM BLOGS OU FÓRUNS, VÁ TREINAR QUE ESTÁ FALTANDO TREINO |
Com o advento da Internet, muitas informações inúteis têm tomado o tempo daqueles que procuram a Verdade. Mais que inúteis, muitas são informações falsas, escritas por personagens que se camuflam covardemente atrás de um nome virtual. O Samurai que busca a Verdade em sua técnica não deve perder tempo com isso e deve treinar exaustivamente. Caso contrário, não chegará a lugar nenhum, muito menos descobrirá a essência das coisas. |
Não me sinto o Profeta, mas hoje, passados já 03 anos, trago a você um artigo da revista Época que confirma o que eu já dizia:
Convenhamos, aquele que acredita em blogs e orkut, se não é tolo, é definitivamente, um péssimo estrategista.
Espero que o seu Dia das Mães tenha sido tão bom quanto o meu.
Vi num certo programa de TV um dos apresentadores dizendo que "estou aqui para fazer virar em grandes momentos, os momentos mais felizes". Ele, sim, tem que fazer isto, por ser apresentador de TV.
O Dia das Mães não é dar presentes, ligar holofotes ou levar a refeições suntuosas. Basta um jantar (e almoço, dependendo de quantas mães você tem), uma pequena flor, e a presença de todos os membros da família. Com saúde e alegria. Sem mágoas. É tê-la ao seu lado. De corpo e alma...
E, antes de encerrar o nosso cafezinho de hoje, te pergunto:
- Ontem a sua mãe ficou feliz de verdade?
Fiquei hoje de traduzir o "Nama Heiho wa Ookega no Moto".
Já faz uns 5 anos quando ouvi falar de uma certa apresentação de um grupo de espadas no Rio de Janeiro, que os "demonstrantes", um em frente ao outro, após o cumprimento começaram a fazer katas1 com espadas com fio.
Eis que, num determinado momento, um deles (ou talvez, os dois), foram um de encontro ao outro e, literalmente, se cortaram.
A partir daí , acho que você já imagina o cenário.
Bem, mas estas e outras cenas acontecem em locais onde os praticantes, ávidos em demonstrar a sua técnica e a sua força, acabam por se machucar - entre si e aos outros.
Infelizmente, o You Tube, Orkut e fóruns têm incentivado muitos principiantes (a maior parte deles exibicionistas) a cometer mais erros e exporem os seus "Nama Heiho".
Só para você ter idéia, vou te contar o caso de um ex-aluno, também do Rio de Janeiro, franzino e que não tinha jeito com a espada. Sua postura de combate, tanto física quanto espiritual era depreciável. O jeito de lutar, a forma de se portar, não agradava a ninguém. Se vencia, era de uma forma "covarde" e, no nosso termo: "suja". Como era de se esperar, vivia trazendo problemas para o coordenador. Eis que um dia, aparece no seu blog como "o entendido no uso da naginata2", aconselhando e ludibriando seus amigos e todos aqueles que entravam no seu blog. E olha que ele nunca havia pego a naginata! Estes e outros casos tiram o foco, o dinheiro e o tempo das pessoas, e faz com que as consequências sejam fatais e irreparáveis, como os da espada com fio: "ookega no moto".
Apesar de que muitos de nossos alunos já devem estar acostumados a ouvir, digo que o combate de kenjutsu é como jogar xadrez.
O combatente tem que primeiro conhecer as armas, posições e técnicas do adversário: espada curta, longa, duas espadas, outras armas; posições com a espada ao alto, baixa, direita, centro e mais 60 delas.
Depois disso, tem que armar a "jogada", de acordo com as peças e a movimentaçao que ele lhe apresentar. Se vier com a espada baixa, você espera; se vier com as duas espadas, em jumonji*, você entra pelo centro e por aí vai, e não tem fim.
Somente depois de saber utilizar as várias armas e posições de combate, e aplicando a estratégia adequada para a situação estará preparado para vencer o adversário.
Por isto, em kenjutsu, o aprendizado é longo... são mais de 60 posições, "trocentas" técnicas e infinitas formas de agir.
É longo. E prazeroso, principalmente quando damos o esperado xeque-mate.
Um aluno ao qual tenho muito carisma e consideração, me enviou o seu relato sobre o Torneio Brasileiro de Kobudô ( 02 de maio - Torneio Brasileiro em Brasilia). Estava visivelmente feliz e maravilhado por ter participado do evento:
"Konnichiwa Sensei!
Imagino que a volta a SP tenha sido segura e sem incidentes.
Gostaria de dizer o quanto este torneio foi significativo para mim. Há muito tempo eu não via a espada que dá a vida se manifestar com tanta grandiosidade! Gostaria de deixar meus maiores parabéns à toda a organização e execução do torneio.
Além da organização primorosa, os treinos de confraternização - realizados durante os dias principais - e os espectáculos de abertura e encerramento - principalmente os momentos finais de celebração -, transformaram o evento em puro ouro espiritual.
Fiquei profundamente comovido......."
Ao qual respondi:
Que bom que gostou do evento.
Lembre-se, no entanto que , nem sempre vamos fazer espetáculos, o que não é o nosso objetivo.
Somos guerreiros, antes de tudo.
Encerramos a nossa edição do Torneio Brasileiro Individual de Kobudô neste feriado.
Ao meu ver, um grande sucesso.
Mas por trás deste sucesso, sei que há o esforço de todos os nossos alunos kobudokas.
Ter na capital federal em pleno feriado prolongado nada menos que 170 participantes não é nada fácil...
Convencer os familiares, primeiro a não viajar, e segundo a ficar dias e noites sem dormir para realizar o evento. Aos de outras unidades, o investimento do tempo e do "bolso" além de não ficar com os familiares? Não, não é facil.
Imagino que, como tantas outras guerras, balas perdidas devem ter acontecido. Todos que suaram, aprenderam.
Aprenderam a combater com a espada, os katas do kobudô, e principalmente, voltam renovados nos katas do bushidô.
É por isto que, enquanto vou tomando o meu último gole, chego a minha sempre mesma conclusão - o de dar a eles o melhor da arte samurai, sem dúvidas, sem perda de tempo.
Parabéns aos organizadores de Brasília!
A todos os meus alunos kobudokas e familiares que tornaram possíveis estes dias maravilhosos,
gokurosama.
Falamos sobre Kobudo durante esta semana.
Dia do Samurai em São Paulo, em Ribeirão Preto e Torneio Brasileiro de Kobudô realizado em Brasília .
O que então siginifica Kobudô?
Ko: antigo, tradição | |
Bu: marcial, samurai | |
Do: caminho, arte |
Ou seja, caminho marcial antigo. Arte samurai de tradição.
Tradição de pelo menos ter sido fundada, ou idealizada, como queira dizer, até o final do período Edo -1868.
Os que vieram depois fazem parte do universo Budô, assim digamos. Temos então o ju-do, ken-do, aiki-do e seus fundadores.
No Japão, a Nihon Kobudo Kyokai é a entidade que oficializa, divulga e legitima os vários estilos de Kobudô. É um pouco trabalhoso e complicado por se tratar de estilos antigos, alguns com até mais 700 anos de história. Mas não impossível.
Por isto, quando recebo alguma pergunta sobre este ou aquele estilo, este ou aquele mestre, uma das formas de verificar a veracidade e legitimidade de questões ligadas ao Kobudô, recorro à Nihon Kobudo Kyokai.
Dúvidas não podem ficar no ar, pois tirar o tempo dos outros com mentiras e falsidade ideológica é, de longe, o maior pecado.