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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    11-fev-2014

    Ideia em fato - Globo Portugal

    Em um mundo onde Liberdade é a palavra de ordem e ficar ¨preso¨ a determinada forma ou pensamento era coisa do passado, chegamos na Europa.
    Uma ideia que brotou há 20 anos, cujos alicerces estão intimamente ligados à antiga tradição e com os olhos voltados para o futuro, a liberdade de lutar, nasceu o Instituto.
    O Instituto: onde a palavra de ordem é o resgate das tradições e dar vida, personalidade e liberdade a todos que o procuram.
    Vida: Momentos de Ouro para mudar a vida;
    Personalidade: o que importa não é ganhar medalhas, mas pintar um bom quadro;
    Liberdade: assim como temos a opção de escolhermos nossos caminhos, também temos a liberdade para escolher nossas armas e nossos padrões de luta (kamae).
    Europa: não me leve a mal, mas para mim, é motivo de grande orgulho.
    Explico e você há de me compreender:
    -Não é todo dia que temos uma boa ideia;
     o bom ainda é quando essa ideia se torna um Fato.

    Arigato a todos os que me compreenderam e, em especial, aos que ¨carregam no peito¨, o Instituto lá na Europa.


    07-fev-2014

    R2 e o Shinhagakure

    Matéria Publicada no Jornal Diário do Grande ABC - Domingo, 2 de fevereiro de 2014








    "Jorge Kishikawa nasceu em São Paulo, mas visita o Japão há mais de 25 anos. Lá, conviveu com os últimos samurais e tem em seu currículo mais de 40 anos de treinamento com a espada. É da décima geração do estilo de Miyamoto Musashi. De família japonesa, começou a se interessar pelos valores de lá muito cedo. Procurou por pessoas com obstinação e decidiu conviver com os mestres. “Vê-los realizando determinada tarefa com perfeição, tentando diversas vezes até conseguir, acaba contagiando. É aquela velha frase: ‘Diga-me com quem tu andas e te direi quem és’. Eu andei com esse tipo de pessoa”, explica.
    Kishikawa começou a conviver com os mestres aos 19 anos, quando realizou treinamento intensivo por quase um ano no Japão. Precisou trancar o curso de medicina para rodar com vários mestres e conhecer a personalidade de cada um. “Depois dos treinos, ficava acompanhando, tomava café, almoçava e ouvia as histórias que os pais e avós contavam para eles”, recorda. Segundo o sensei, com o convívio é que se aprende a sentar, olhar, comer, ouvir e falar de forma correta. 
    Apesar de os samurais não se comportarem como guerreiros desde 1868, Kishikawa é considerado um, não por guerrear, mas por seguir essa filosofia de vida em tempo integral. “Há alguns anos, deixei de trabalhar como médico para me dedicar integralmente à espada”.
    O Instituto Niten existe há mais de 20 anos e expandiu pelo simples fato de encontrar ‘loucos’ como ele, pessoas brilhantes que acreditam na filosofia e levam adiante o trabalho em outras cidades. “Sempre tive em mente que a minha vida é ir para frente, faça chuva ou sol. Não considero o que faço como trabalho. É minha paixão. As pessoas vêm até nós e, depois de passar por mim, não querem parar de treinar. Então, passam a praticar na própria cidade”.
     
     
     
    O trecho da matéria onde se lê: 
     
    ¨ Procurou por pessoas com obstinação e decidiu conviver com os mestres. “Vê-los realizando determinada tarefa com perfeição, tentando diversas vezes até conseguir, acaba contagiando. É aquela velha frase: ‘Diga-me com quem tu andas e te direi quem és’. Eu andei com esse tipo de pessoa”, explica.
    Kishikawa começou a conviver com os mestres aos 19 anos, quando realizou treinamento intensivo por quase um ano no Japão. Precisou trancar o curso de medicina para rodar com vários mestres e conhecer a personalidade de cada um. “Depois dos treinos, ficava acompanhando, tomava café, almoçava e ouvia as histórias que os pais e avós contavam para eles”, recorda. Segundo o sensei, com o convívio é que se aprende a sentar, olhar, comer, ouvir e falar de forma correta. ”
     
    Adquiri conhecimentos que hoje em dia já não se vêem, ouvem e nem se fazem mais. Nem aqui, nem lá no Japão. 
    Explico:

    - Aqui, porque os descendentes, longe de sua terra natal, não tinham acesso a este tipo de cultura. Ou seja, cresceram com ¨cara de japonês¨, mas no fundo eram como cidadãos que nunca tinham estado no Japão.

    - Lá no Japão, porque já após a 2ª guerra o Japão foi perdendo a sua identidade (por imposição americana) e os jovens (hoje senhores dos 60 e 70 anos) estavam mais interessados em absorver a cultura americana que preservar a nipônica.
     
    Então esse era o cenário: na década de 80 e 90 lá estava eu. Sozinho ¨remando contra a maré¨ em busca do passado, do jeito que está escrito na matéria.
    Passaram se alguns anos e o Niten crescendo, tive que escrever o Shin Hagakure, uma espécie de regulamento interno aos nossos alunos, pois unificar os pensamentos, sentimentos e atitudes era preciso. O Shin Hagakure, superando as nossas expectativas, foi bem recebido até pelo publico em geral. Gente que não treinava e leigos que nem conheciam a cultura japonesa me enviavam mensagens de agradecimento e alegria, simplesmente por ter sido transformados pelo livro.
    A surpresa veio agora, no mês passado, quando recebi uma mensagem do nosso nobre apoiador,  General Akira Obara para conversarmos sobre o Shin Hagakure.
    Para não alongar, vou resumir o que ele disse:
    ¨ Estive lendo o Shin Hagakure e vi que é um livro profundo no tocante a cultura militar. Na cultura militar, termos o R2- Continências e Honrarias, o regulamento onde está escrito como se portar quando acompanhado de superiores e inferiores, além da forma de conduzir um missão e outros assuntos. Vejo o Shin Hagakure como sendo um ¨R2¨ que vai a fundo nas atitudes e que todos nós, principalmente descendentes de japoneses e também militares deveríamos absorver.
    Meus parabéns, me espanto em saber que o Sensei consegue levar estes ensinamentos aos seus alunos, pois hoje em dia não deve ser nada fácil..."
     
     
    Sim. É profundo porque não foram apenas 25, como escrito na matéria, mas 30 anos.
    30 anos ao lado dos Últimos Samurais é quase uma vida inteira para se escrever em um livro.
    E, não. Não é nada fácil, mas a esta altura do campeonato, quando o mundo não pode mais me mudar, continuarei tentando eu, mudar o mundo...
     
       

    06-fev-2014

    20Anos - Kusarigamajutsu


    Sensei Jorge Kishikawa - Kusarigamajutsu

    05-fev-2014

    Hidensho 42 - Sinfonia em 20 ipons

    "En mi 4to viaje a Sao Paulo, hoy tuve la suerte de entrenar nuevamente con Sensei y acompañar a Senpai Impieri durante su Shugyo.
    Para los que ya hemos pasado por esta experiencia, sabemos que debemos estar con todos nuestros sentidos en la lucha, porque los secretos de la espada son mostrados uno tras otro por Sensei.
    Hoy, tuve la oportunidad de ver a Sensei, como un maestro que conduce una Sinfonía, donde cada movimiento era ejecutado con un ritmo impecable, y donde Sensei casi como si leyese una partitura sabia exactamente que haría incluso dos movimientos antes de ejecutar mi ataque o defensa. Más aún, tuve la fortuna de ver a Sensei aplicando Hidensho, 10 golpes de Nito simultáneos, men y do con espada larga y corta al mismo tiempo, casi como un director que hace un movimiento para que toda la orquesta haga un gran sonido!!
    Luego, Sensei pidió que luchase con Naginata, algo completamente nuevo para mi. Sentí nuevamente la mente de principiante!! La misma sensación de cuando coloque bogu por primera vez o cuando tome shinai por primera vez.
    Y mas aun cuando Sensei lucho con naginata. Estaba ciego antes los movimientos precisos de Sensei. Así como cuando llegaron los españoles es sus carabelas y los indígenas no las veían dado que no entendían lo que estaba frente a sus ojos. Una vez mas fue desarmado solo por la energía que Sensei transmite en la lucha, llevando mas de 20 ippons seguidos.

    Creo que Hidensho no solo otorga una tecnica imbatible sino un espirito invencible. ¨

    Garrido (Unidade Chile)


                                    Xícara do acervo do Sensei


    Piano, sax, gaita ou bateria.
    Todos eles fazem parte de uma grande orquestra além de violoncelos, trompetas e flautas.
    Cada um deles, tal como os kamae (posição de guarda) do Kenjutsu (que são mais de dezenas), tem a sua beleza.
    Uma espada, duas espadas, adaga, alabarda e as variações infinitas que podem ser interpretadas.
    Estou falando de arte.
    Arte a aqueles que querem ouvir e daqueles que querem ver.
    Pois será perda de tempo mostrar uma pintura a um cego que não quer ver bem como tocar uma sinfonia para um surdo que não quer ouvir...




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