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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    02-mai-2013

    Hidensho 31 - Gyakute


    "Último dia de Shugyo (treinamento intensivo), como de costume treino matinal no Hokkaido.
     
    Lá estava eu e Sensei para mais um treino, no quinto dia de treino minha ansiedade começou a diminuir um pouco, quando estamos na frente do Sensei geralmente não ficamos relaxados, estamos sempre tensos, dessa vez me senti um pouco mais confortável e como seria nosso último treino matinal teria que dar o melhor de mim.
     
    Após Sensei utilizar diversos Kamaes (posição de combate) na luta, me apresentou outro segredo, o Kamae invertido (Gyaku) fiquei surpreso quando ele pegou a shinai (espada de bambu) com a mão invertida e apontando para baixo, pensei comigo, agora vai ficar fácil. Parti pra cima disparando golpes e Sensei como grande mestre que é, defendia e atacava rápido e eficaz, em questão de minutos havia me aplicado 10 golpes consecutivos. Vi o impossível acontecer: Sensei conseguia fazer 3 coisas ao mesmo tempo, defendia-me, imobilizava e aplicava Men (crânio), depois utilizou uma técnica mortal aplicando Tsuki (estocada na garganta). Ali, naquele momento meu lado de conforto caiu por terra, fui pego de surpresa por um Kamae inimaginável e eficiente, um Kamae que aos meus olhos parecia insuficiente contra uma Shinai.
     
    Saio feliz pelos dias de Shugyo, pelos ensinamentos, pelos segredos do Caminho, pelas conversas e, com toda a certeza, digo a todos os alunos do Niten que estamos sendo treinados por um mito que um dia se tornará uma lenda assim como foi Miyamoto Musashi Sensei.
     
    Terminei o Shugyo emocionado por ter treinado esses dias ao lado do que há melhor no Mundo em Kenjutsu."
    Terres - Porto Alegre


     
    Antigamente, quando eu era criança e ainda existiam as salas de cinema no bairro da Liberdade, íamos para assistir aos domingos. Cine Niterói, Nippon e Joia...

    Muitos dos filmes de samurai, chamados de "jidai geki", apresentavam técnicas que hoje são executadas em danças ou teatros e que nada tem haver com a realidade dos combates de kenjutsu. Apenas "técnicas" surgidas da imaginação de seus diretores.
    E uma delas era a de segurar o cabo com a mão invertida "gyakute", ou seja, com a ponta mais próxima ao dedo mínimo.
    Aparecia nas telas. E muito.
    Durante muito tempo isto ficou na minha mente como sendo um "chanbara", ou seja, "teatrinho".
    Qual não foi a minha surpresa há alguns anos, constatar que esta técnica realmente existiu o que, como todas as outras, induziram-me a testá-la em combate. A surpresa ainda maior foi constatar que se trata de uma posição desconfortável à primeira vista, mas durante alguns anos de treinamento, torna-se eficaz e assustadora contra o oponente.
     




    Do do Sensei




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