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Há 100 anos, chegaram os primeiros japoneses no navio Kasato maru, desembarcando no porto de Santos.
Daquela época até os dias de hoje, muita história para contar.
Nestes dias, enquanto dava entrevista a um jornal, apesar de não pertencer às primeiras gerações dos primeiros que chegaram aqui, lembrei-me de uma que compartilho com você.
Meu pai, recém formado em engenharia no Japão, veio a trabalho numa multinacional americana aqui no Brasil. Nos tempos em que era moleque, quando tinha os meus 7 e poucos anos morávamos na Grande São Paulo e vivia, por um lado, entre colegas brasileiros e, por outro, descendentes de japoneses. Meus primeiros colegas foram brasileiros. E eram amigos do peito.
Mesmo assim, naquela época (estou falando dos anos 70) sofri preconceito. Provocavam-me com adjetivos pejorativos como japonês de olho rasgado e outros. Faziam gozações imitando um japonês e por aí vai. Só faltavam jogar pedra. Isto foi até o final dos anos 80.
Não guardo mágoas deste período, e fico contente duplamente.
Primeiro, ao ver que, hoje, apás 100 anos, o Brasil recebe de braços abertos a comunidade do Sol Nascente. Basta ver a TV, abrir um jornal. Centenário. É o assunto do dia.
Em segundo, apesar de não ser das mais agradáveis de se contar, por ter vivido e sentido na pele um pouco do que os pioneiros passaram nesta terra para chegarmos até o que somos hoje.
Todo descendente de japonês, deve ao menos tentar compreender o que é, de fato, 100 anos.
100 anos de luta.
. . .
Como tem passado?
Natal, Ano Novo , festas, férias?
Comeu bastante, descansou bastante?
Duvido. Duvido que tenha comido o suficiente. Descansado o suficiente.
Não, não vou começar o ano falando de coisas difíceis logo no nosso primeiro Café.
Prefiro não falar nada. Não ver nada. Não fazer nada.
É.
. . .
Isto mesmo: ". . ." . Silêncio.
Antes de começar qualquer coisa, pense. Medite. Sinta. Reflita. Mas pense mesmo. Reflita mesmo!
Assim não ficará confuso nas suas ações do dia-a-dia. Assim, as possibilidades de se perder no meio da guerra do estudo, do trabalho, e nas suas relações interepessoais serão menores.
Assim, não passará em vão o ano de 2008.
De qualquer maneira, estou contente em revê-lo(a).
Um brinde a 2008!
. . .
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