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Ainda , depois de 18 anos após fundar o Niten, pessoas não entendem o por que de estarmos lapidando as técnicas antigas.
Para compreender o sentimento que se passa em cada aluno que aprende as técnicas antigas, seja do kenjutsu, iaijutsu, jojutsu e outras é preciso entender que, certamente, no coração do aluno que as aprende tenha havido alguma conexão com o passado. Alguma encarnação anterior , talvez...
Para compreender a razão pela qual me dedico exaustivamente em resgatar as técnicas de combate dos antigos samurais, o kenjutsu, este vídeo será oportuno.
Meu desejo como mestre é que apareçam bons "artesãos"como este. Para perpetuarmos a tradição guerreira dos samurais.
"Não há sentido em se fazer a arte se ela, a cada dia, se afasta do passado".
Meu aluno de Curitiba expressou contentamento ao receber um professor de kendo, com estas palavras: Imagino e sei como é o sentimento de cruzar espadas, tanto pela parte de meu aluno, como da parte do Sr. Yaedu.
"Sábado (08/10/2011) recebemos no Dojo de Curitiba um Senhor chamado Yaedu Minou, 75 anos e 4° Dan de kendo, um dos responsáveis por difundir o Kendo em Curitiba.
Tudo começou com um comentário que fiz num jantar na casa da minha vizinha de que eu treinava kenjutsu, foi quando ela falou que conhecia um senhor que treinava kendo e que era super bem graduado. Conversei com ele por telefone durante umas 2 horas mais ou menos, parecia que nos conhecíamos fazia muito tempo.
Até então, Sr. Minou e eu não nos conhecíamos pessoalmente, ele perguntou o endereço de onde nós treinávamos, disse que nos faria uma visita qualquer dia que tivesse treino.
Sábado 7:15 da manhã, eu estava colocando as coisas no carro pra ir pro dojo quando recebi uma ligação dele dizendo que iria aparecer para treinar conosco. Como manda a etiqueta japonesa, Sr. Minou chegou 2 horas antes do treino de kenjutsu, observou todo o treino de Iaijutsu e Jojutsu, fez alguns comentários mas não quis interromper o treino.
Na hora do treino de Kenjutsu, pedi para que ele tivesse a mente aberta para as técnicas que ele veria no treino. Ele disse que estava ali para conhecer e aumentar seus conhecimentos com novas técnicas para golpear o oponente.
Sr. Minou estava tão ansioso que não queria fazer os kihons (fundamentos básicos) como todos, queria logo um keiko (treino com armadura). Fui até o Senpai Rocco para ver se ele autorizava que tivesse um keiko entre nós dois desde o inicio do treino. Fomos autorizados.
Fiquei boquiaberto com sua agilidade, energia e firmeza nos golpes, fui surpreendido com golpes de antecipação e naquela hora eu vi que Sr Minou estava lutando pra valer. Troquei de kamae algumas vezes e então ele ficou na defensiva, nessa hora quem havia surpreendido na luta era eu, golpeei ele em lugares que ele não esperava e me antecipei em algumas ocasiões.
Cruzamos espadas o treino todo, com pausas para ele descansar afinal ele não treinava há um tempo. Em uma dessas pausas o Sr. Minou disse que não havia acreditado que eu daria tanto trabalho para ele, afinal, ele é um 4° Dan e eu apenas um 4° kyu.
Ao final do treino agradeci por tudo que ele de certa forma me ensinou e ele por sua vez também me agradeceu por eu ter mostrado técnicas que ele jamais havia visto. Sr Minou disse que um dia vai conseguir lutar como eu, honrado no mesmo instante retribui o elogio dizendo que seria uma honra chegar na idade dele e lutar com a mesma intensidade e energia que ele lutou.
O maior exemplo de que cruzar espadas fortalece o guerreiro, é que formamos ali, naquele momento, laços de amizade que jamais teríamos se tivéssemos nos encontrado em qualquer outra ocasião.
Uma Honra para mim que jamais vou conseguir explicar só com palavras.
Honto ni Arigato Gozaimashita Sensei por trazer para nós ensinamentos da Espada que dá a Vida."
Varasquim - unidade Curitiba
Uma alegria indescritível.
É louvável o seu interesse e disposição em descobrir as técnicas que originaram o kendo, de forma que estendi meu convite, através de meu aluno , para que este viesse a São Paulo.
Devemos, a exemplo do Sr. Yaedu, buscar novos conhecimentos.
"Geralmente tendemos a participar de um Torneio somente quando estamos bem. Num bom momento.
No entanto, creio que deveríamos repensar sobre nossa participação também e talvez, principalmente, quando não estamos num bom momento, seja físico, técnico e psicologicamente.
Nestas condições e praticamente sem treinar há mais de um ano, posso dizer que os benefícios colhidos como um todo, foram incontáveis.
Lutei contra adversários, mas também contra os meus medos, meu cansaço, minha insegurança e contra o meu ego.
Omedetou à equipe do Rio, principalmente aos novatos que tiveram uma bela participação.
A estes, também arigato pelo incentivo. Com sua enorme energia e Kiai, transformaram meu cansaço em pura energia, no momento certo.
Mostraram o verdadeiro espírito de grupo. E puderam experimentar também, o “algo mais” que existe por traz dos nossos treinos no Niten.
Domo arigato ao Sensei e ao Senpai Wenzel pelo incentivo e também palavras apropriadas."
Impieri, 70 anos - unidade Tijuca/RJ
Impieri ao lado do Sensei e Sempai Wenzel
"Querido Sensei Jorge Kishikawa,
Primeiramente, gostaria de muito agradecer a todos os ensinamentos que o torneio nos possibilitou receber.Foi a primeira participação minha e de meu filho e para ambos foi uma experiência importante tanto individualmente quanto para a união de nossa família. Fui atleta de tênis de mesa por muitos anos e lembro-me do esforço de meus pais em tentarem prover a mim e à minha irmã uma atividade esportiva com o intuito de passar valores como respeito ao sensei e ao colegas de treinamento, como lidar com a vitória e a derrota, a ter disciplina nos treinos se quiser obter resultados, como lidar com a competitividade, enfim, aprendizados que o esporte pode trazer a uma pessoa, se ela for bem orientada. Meu pai praticava tênis de mesa comigo e isso nos aproximou muito. Muitas conversas significativas na formação do meu caráter surgiram a partir do tema do esporte e agradeço muitíssimo aos meus pais por terem me proporcionado essa experiência em minha vida.
Agora, como mãe, estava em busca de algo que me aproximasse do meu filho como o tênis de mesa me aproximou de meu pai. Tentei o tênis de mesa mas meu filho não se entusiasmou. Buscava algo que pudéssemos fazer juntos, um mundo que nos aproximasse. Reparei que os filmes prediletos dele envolviam o uso da espada. Ele conhece todas as cenas de luta com sabres de luz do Star Wars e brincamos muito juntos imitando os personagens, com ele me orientando como se fosse um diretor de cinema sobre o que eu devo falar e que "golpe" proferir. Minha família, por ter coincidentemente o mesmo sobrenome do Musashi sensei, já tinha em conversas informais sobre temas relacionados à vida dele. No entanto, não conhecíamos o Niten. Quando fui ao Niten pela primeira vez, no dia 20/08, por indicação do Senpai Donegá, foi algo realmente iluminado. Foi um dia especial de apresentações. Ao ver as crianças e adultos interagindo, o carinho e a importância dada a eles nessa apresentação, percebi que havia uma proposta séria de legado. Quando se demonstra uma preocupação tão legítima com as próximas gerações, não era preciso ninguém me dizer que se tratava mais que um esporte. De fato, não considero a proposta do Niten um esporte e fico feliz que tenha tido a chance que meus pais não tiveram de uma alternativa ao esporte para vivenciar e passar valores importantes para a formação do caráter dos nossos filhos. Percebi as virtudes penduradas no dojo e o comportamento tanto dos alunos como dos Senpais. A recepção carinhosa do Sensei também foi marcante nesse dia.
Enfim, concluí rapidamente que finalmente teria encontrado o que buscava. Inscrevi a mim e ao Tiago imediatamente, sem a menor dúvida. Em seguida fiz questão de levar meu sobrinho que, por influência do Tiago, também se encantou. De fato, meu filho adora o Kenjutsu. Lembro-me que mesmo febril não queria perder o primeiro treino de forma nenhuma. O orgulho que ele tem de empunhar a Shinai, vestir o kimono e o hakamá realmente me surpreenderam.
Ontem, jantando com meus pais, minha irmã e meu cunhado, eu comentava sobre minhas reflexões sobre o torneio, os aprendizados que tive - falarei um pouco sobre isso mais adiante - e as crianças (Alex e Tiago) brincavam enquanto estávamos conversando. Muitas associações foram feitas e diferenças percebidas com o que vivemos no tênis de mesa e o que estamos tendo a oportunidade de proporcionar aos meninos através do Niten. Falamos muito sobre as virtudes, da beleza do trabalho do Niten, da amplitude que o instituto tem conquistado na América Latina, das diferentes buscas das pessoas que resolvem ingressar. Foi um jantar especial como há muitos anos não tínhamos em família. Senti-me como aos 10 anos conversando com meu pai. Ao ir embora, no carro, o Tiago me diz: "mamãe, gostei da conversa que você estava tendo com o vovô e a vovó. Eu ouvi tudo!". No caminho até chegarmos em casa, fomos falando sobre pontos da conversa, dúvidas que ele tinha. Foi realmente edificante. Se não fosse pelo torneio, pelo trabalho do Niten como um todo, essa reaproximação não teria ocorrido. Por isso agradeço muitíssimo!
No que diz respeito ao meu aprendizado individual, tive vários, mas gostaria de destacar um. Devo confessar que minha veia atleta é muito forte. Lembro-me perfeitamente do Sensei me dizendo duas frases: (1) Não se preocupe em ganhar. A correção da sua postura é seu inimigo a vencer; (2) Vá mais devagar, Márcia. Não precisa ter tanta pressa em aprender. Mesmo sabendo que estou há pouco tempo treinando (cerca de 2 meses), resolvi dedicar-me ao torneio. Não queria "perder". Utilizei parte de minhas férias para poder estar em todos os treinos que eu pudesse, li o Bushido, o Shin Hagakure e assisti a muitos filmes de Samurais. Corri 8 Km quase que todos os dias para não ter problemas com falta de fôlego, fiz suburis no parque. Como ainda não tenho segurança técnica, não arrisquei a treinar sozinha os Katás para não ampliar vícios. Durante os treinos venci algumas lutas e, com a consciência que a chance era mais de perder do que ganhar, sentia que tinha feito o meu melhor no preparo para o combate. Por ironia do destino minha equipe foi campeã mas eu perdi todas as lutas. Receber um omedetou sem ter feito nenhuma contribuição de vitória em combate foi quase uma humilhação para mim. No entanto, sabia que deveria receber com a maior gratidão possível em respeito às minhas colegas que cobriram minhas falhas e fizeram a equipe ser campeã. Minha mãe filmou minha luta. Estava nítida minha agressividade. Perdi por excesso de força. Ter perdido foi o maior aprendizado possível pois agora sei o que significa a frase: "Kenjutsu é espada, não força". Percebo que o uso da força é o emprego inadequado da energia. Uma lição que certamente levo para minha vida também...
Arigatou gozaimashita!Márcia - Unidade Vila Mariana
Kenjutsu
Jitte
Kenjutsu
Iaijutsu
Naginata
Comitiva de Manaus e Coordenador Fujimura
Comitiva de Guarulhos
Coordenador Morais e Sempai Wenzel
Comitiva de Belo Horizonte
Comitiva de Ribeirão Preto