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Ao tomarmos a página 39 do Livro dos Cinco Anéis em:
"A espada longa deve ser uada em espaços amplos e abertos, e a espada curta, em espaços fechados "
e a página 40 em:
"É mais vantajoso usar duas espadas do que .....ou quando seu adversário está confinado num pequeno espaço, como o interior de uma casa"
chegamos à conclusão de que em espaços fechados ou no "en" ( O Livro dos Cinco Anéis 3 - En ) é vantajoso utilizar a espada curta ou as duas espadas, perante a espada longa. Ou seja, todo aquele que se propõe a aprender a estratégia, tem que passar pelo aprendizado com a espada curta e com as duas espadas.
Agora, a luta pega mesmo quando um dos combatentes entra com a espada curta e o outro com as duas espadas.
É ver um embate entre um tigre e um leão.
Disse Miyamoto Musashi que "É mais vantajoso usar duas espadas do que uma quando se enfrenta vários inimigos ao mesmo tempo ou quando seu adversário está confinado num pequeno espaço, como o interior de uma casa."- O Livro dos Cinco Anéis pag 42 - Ed Conrad.
Isto vamos ver no próximo torneio brasileiro a ser realizado no mês que vêm em Ibiúna.
Que tal um contra dez?
Não perca.
Em relação ao domínio das técnicas com a espada curta, Miyamoto Musashi (Musashi Sensei) era enfático:
"Isso porque, no caso de perder a vida numa luta, é inconcebível morrer sem fazer uso pleno de todas as armas, deixando uma delas presa a cintura" - O Livro dos Cinco Anéis pág 38 - ed Conrad
No Instituto Niten, obedecendo às normas da CBKEN (Confederação Brasileira de Kenjutsu), o praticante aprende a combater com a espada curta (wakizashi) assim que é graduado à faixa vermelha (4º kyu).
Uma das técnicas utilizadas é a de imobilizar os braços do oponente, conferindo-lhe um yuko*.
Na parte de katas do Niten Ichi Ryu ( O Livro dos Cinco Anéis 1 - Musashi: Uma só mão), assim que recebem o shoden*, ou seja, concluído o estágio da espada longa, aprendem os katas com a espada curta.
Seja contra espada longa, naginata*, duas espadas ou qualquer arma, defendermos as nossas vidas até esgotar as últimas possibilidades!
O pessoal pergunta:
- Por que o círculo no meio da quadra no combate de kenjutsu?
Dentro das normas da CBKEN (Confederaçao Brasileira de Kenjutsu), temos o círculo denominado "en", a partir do qual os oponentes iniciam o combate.
Entre outros propósitos, temos que o objetivo a ser alcançado é que os combatentes aprimorem as técnicas em espaços estreitos e a curta distância.
Temos mais uma vez que o combate no kenjutsu, praticado no Instituto Niten, molda-se aos ensinamentos do grande mestre Miyamoto Musashi :
"A espada longa deve ser usada em espaços amplos e abertos, e a espada curta, em espaços fechados - isso é o que precisa ser aprendido antes de tudo" - O Livro dos Cinco Anéis, pag 39
Ainda na pág 39 ( O Livro dos Cinco Anéis 1 - Musashi: Uma só mão ) do livro dos Cinco Anéis que :
"....não faz sentido segurar a espada longa com as duas mãos.16
16 (comentário na lateral) É uma forte crítica à tecnica de outras escolas que pregam o uso das duas mãos para empunhar a espada longa desde o início da luta. Musashi defende a vantagem de treinar com as duas espadas e assim aumentar a eficiência dos golpes desferidos com uma mão"
Percebemos, desta forma, que o combate no kenjutsu, para Musashi Sensei, não se restringia às quatro paredes do dojo*, mas a todo momento e em qualquer lugar: a cavalo, em pântanos, arrozais encharcados, regiões pedregosas, aclives ou declives íngremes, em meio a multidão, e até deitado.
Realmente não faz sentido, como diz Musashi Sensei, segurar a espada longa com as duas mãos, tanto é que esta, que é minha, vou deixar para o meu próximo livro:
"Temos duas mãos: Uma para comer e a outra para lutar."
Miyamoto Musashi (Musashi Sensei) escreveu:
"Será necessário, portanto, primeiro treinar o domínio da espada longa com uma só mão." - O Livro dos Cinco Anéis pág 38 - Ed Conrad.
No mundo em que todos faziam, sem mesmo saber o porquê, o treino segurando a espada com as duas mãos, Musashi Sensei foi contra.
Sabe, depois de ler esta linha, fechei os olhos, respirei e cheguei a esta conclusão:
- Segurar com duas mãos a espada longa, é de fato, "atar as mãos à espada".
Se você parar para pensar, é o único estilo que no primeiro dia de aula, se aprende segurando a espada longa com apenas uma mão: sassen*, ukenagashi* e por ai vai.
Bem vindo ao Niten Ichi ryu.
Bem vindo à um mundo diferente.
O grande mestre, Musashi...
Hoje, no cafe da manhã com os meus filhos, conversavamos sobre mentira, enquanto eu lia uma citação.
Que o menino feio mente, o bonito não. Falamos dos amiguinhos que mentem, do menino e o lobo e deixando fluir a conversa até que eles mesmos concluíram que mentir era coisa de menino feio.
Ganhei o dia.
A mentira destrói a relação de confiança. É prova da falta de inteligência. Quando se mente é o raciocínio perverso que está atuando, obstruindo o emanar da sabedoria búdica.
Infelizmente, no mundo atual, pelas circunstâncias, permite-se a predominância da mentira. Devemos tomar o máximo de cuidado, pois a mentira é uma lâmina afiada que corta o coração e destrói a relação das pessoas. É irmã do hikyo na furumai ( 9 de março - Hikyo na Furumai ).
Como já dizia um monge antigo, Kaikaiyoudan-shu Nissen:
"O estupido mente, o sábio nao. Porque sabe que a mentira tem pernas curtas. Não saber esta logica é caracteristica do estupido."
É incrivel como tem tanta gente que ainda não aprendeu a fábula...
"Limpar Redondo o que é Quadrado
Alguns varrem o tatame de maneira circular. Outros varrem de forma quadrada.
Qual dos dois tipos você contrataria?" - Shin Hagakure - pag 51
Recebi um email de minha aluna
Konbanwa Sensei!!
Shitsurei shimasu. Aqui é Patricia, de Campinas, eu estudo Direito na PUC-Campinas e estava na faculdade quando vi esse quadro na sala dos funcionários de limpeza. Achei muito interessante, e por isso decidi passar ao Sensei.
Espero que o Sensei também o ache interessante.
Domo arigato gozaimashita!
Ao que respondi:
Patrícia, achei interessante, sim.
A intenção daqueles que colocaram o quadro foi boa.
Observo, no entanto, que shitsuke é educação, disciplina, ensino.
Obviamente que funcionários de limpeza também devem ter perseverança, pois aqueles que não a tem tendem a limpar o tatame de forma redonda.
"Onze de setembro "ou "11 de setembro".
Já é quase que uma palavra do dicionário. De enciclopédia.
Em poucas palavras: "a data em que o mundo parou para ver como se faz uma catástrofe com um só homem com a proporção de uma bomba atômica".
Voltávamos de um treino matutino, regados a muito combate e kihon* para almoçar em um restaurante por kilo. Ao chegarmos lá, ficamos perplexos e abismados com o horror, o desespero e o caos. Estáticos.
Silêncio. Só vendo, assistindo... Nada a se fazer. O dia que mudou o mundo.
Lembro-me de dois grandes mestres que participaram da segunda grande guerra e compartilhavam do mesmo pensamento: o de que cada um deve cuidar de si e não esperar a ajuda de outros. Levantavam duras críticas ao Japão, que apesar de já passado mais de meio século, continua na condição de país sem nenhum poderio militar1. Inofensivo.
Interessante ouvir estas palavras no meio a multidão que clama pela paz e pelo não armamento.
Assim como todos, são mestres que buscam a paz, mas diferente de todos, que acreditam na guerra.
Vamos refletir antes de falarmos qualquer bobagem.
Hoje, acendo o meu incenso para todas as vítimas do "11 de setembro"...
Tenho recebido emails me perguntando, na condição de professor de kendo1 , o que eu acho de fotos publicitárias de kendo, mostrando posições não ortodoxas como jodan* e nito*, e não o tchudan*.
Na realidade, o treinamento no kendo ( e o Do*, como o próprio nome sugere) não é isso.
Os mestres no Japão são enfáticos ao ensinar que a posição que se deve treinar, uma vez kendo (diferente do kenjutsu*), é o tchudan. Basta ir ao Japão e ver as academias de polícia, as universidades mais renomadas e os mestres mais graduados. Ler manuais,livros ... Enfim, no kendo, a ênfase é no tchudan.
Em kendo, deve-se segurar com ambas as mãos na empunhadura e voltar a ponta para a garganta do oponente. Pé direito a frente e pé esquerdo atrás levemente levantado.
O praticante que não treina em tchudan não é levado a sério, pois propõe-se que tudo deve ser aprendido a partir desta posição.
A aprovação em exames de graduação superiores é quase inexistente para aqueles que não fazem o tchudan.
Não devemos explorar imagens que não condizem com a realidade a que nos propomos só para angariar alunos.
Então o que acontece? Ninguém mais quer treinar no tchudan? Ninguém mais quer treinar kendo?...