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A segunda tem relação direta com o estilo Tenshin Katori Shinto, cujo nome oficial é Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu (天真正伝香取神道流), um dos estilos mais antigos de kenjutsu no Japão sendo o único reconhecido como um tesouro nacional.
Esta história trata dos acontecimentos que antecederam este reconhecimento. Ela foi contada por meu mestre e atual representante oficial do estilo, o sensei Otake Risuke.
Estamos na década de 60. Tudo começou quando foi sugerido um projeto de lei para reconhece-lo como tesouro nacional do Japão. Entretanto, um coronel questionou a eficácia do estilo que pretendia receber a maior das honras e quis uma comprovação do seu valor. Com isso, o mestre do sensei Otake Risuke, sensei Hayashi Yazaemon que, na época, era o representante oficial do estilo, se viu em uma situação delicada, pois o fundador do Tenshin Katori Shinto, sensei Iizasa Choisai Ienao, proibiu a sua aplicação em duelos e agora, por uma ordem superior, havia a necessidade de aplicá-lo em um combate real. Uma vez que essa situação se tornou irreversível, foi definido um combate entre um praticante do estilo, o sensei Otake Risuke, e um de kendo, um militar considerado o seu melhor praticante. O embate se realizaria em 40 dias.
O coordenador Lucas de Sorocaba disse:
"Neste sábado (20 de fevereiro) ,logo após o treino em Sorocaba eu e mais 2 alunos fomos diretamente para Santos para treinar com os colegas de São Paulo e de outras unidades. Foram 2 horas e meio de estrada logo após um treino de Kenjutsu, algo de certa maneira cansativo só de pensar para muitos, mas que nós nos dispusemos a fazer com muito prazer.
Tudo correu bem na estrada e acabamos chegando exatamente no horário de inicio do treino, subimos as escadas correndo e já tiramos nossas armas dos bukuros para estarmos prontos para o Narabe.
Foram duas horas de treino muito valiosas. Primeiro por termos treinado os katas do Niten Ichi Ryu em uma quadra macia, que nos possibilitou verificar o quanto precisamos melhorar em katas como o Sassen, que aprendemos há tanto tempo, mas que ainda temos muito o que melhorar. Treinar ao lado de colegas que me mostraram como tenho ainda muito a praticar.
Em seguida uma hora inteira de katas de Naginata, muito dinâmicos, muitos rápidos. Esses katas exigiram o máximo de nossas energias sob o forte calor em Santos, um desafio completo ao corpo e ao espírito.
Após o treino tivemos a chance de nos banhar nas quentes águas de Santos e confraternizar com os colegas que puderam ir a Santos. Conversei muito com o Victor Ragusa, aluno que conheci no Shinenkai em Santos como interessado e que me deixou muito contente ao se mostrar muito firme nos treinos agora como aluno. Entre uma conversa e um mergulho algo para matar a sede e o calor, inclusive algumas caipirinhas que foram compartilhadas entre os alunos que apreciavam e também pelo Sensei. Mas porque comentar especificamente que o Sensei apreciou a caipirinha?
No caminho de volta da praia para o ônibus um fato me deixou espantado.
Ao passar ao lado de um campo de futebol de areia a bola veio diretamente em direção ao Sensei que caminhava calmamente acompanhando seu filho para o ônibus. Foi uma daquelas situações em que não deu tempo nem mesmo de esboçar um grito de cuidado, pois foi muito rápida. A bola vinha lateralmente em direção ao Sensei, aparentemente fora do campo de visão, com endereço, acertaria o Sensei como um Men.
Para a surpresa de todos os que estavam em volta o Sensei se abaixou no ultimo momento, deixando a bola passar a poucos centímetros do Men. Todos soltaram exclamações de espanto. Um exemplo prático de como estar alerta a tudo a sua volta, preparado para o combate a todo o momento, mesmo depois da caipirinha!
Eu me fiz uma pergunta, quanto é necessário evoluir na técnica e no caminho para ter toda essa percepção do ambiente? Para poder evitar o golpe certo no ultimo momento?
Após o rápido Birudô partimos de volta Sorocaba, mas nas 2 horas e meia seguintes essas perguntas ficaram vagando pela minha mente.
A nós resta continuar firme nos treinamentos, aprendendo ao máximo com os ensinamentos dentro e fora do Dôjo para quem sabe um dia cheguemos próximos disso.
Arigatou gozaimashita Sensei por esse exemplo simples e claro de Senki!"
Acabo de ver que colocaram um trecho da reportagem sobre Jojutsu no site do programa Alternativa Saúde. A matéria completa vai ao ar hoje, às 22hs.
A primeira delas é o célebre duelo de Funashima entre Miyamoto Musashi, o maior samurai da história do Japão, e Sasaki Kojiro, um samurai muito famoso e conhecido também por sua arrogância. Este é o maior duelo samurai da história que há gerações povoa o imaginário dos japoneses e é nele que Musashi obteve a sua mais importante vitória.
Kojiro possuía uma habilidade nata e uma peculiar espada de lâmina reta que tinha aproximadamente um metro de comprimento, apelidada por ele mesmo de "Varal". O duelo realizou-se na Ilha de Funashima e atraiu uma grande multidão para o local, apesar da proibição oficial de expectadores. No local, só poderiam ficar os duelistas e testemunhas. Kojiro chegou na hora marcada enquanto Musashi chegou horas depois em um bote já com a maré baixa para que, caso houvesse uma emboscada contra sua vida, ele pudesse escapar em segurança. Ao perceber a chegada de Musashi, Kojiro correu em sua direção possesso de raiva e ofendido devido ao enorme atraso de seu adversário. Musashi desceu do bote e fez a postura do Wakigamae colocando a sua bokken, “espada de madeira” na água para ocultar o seu tamanho ligeiramente maior ao “Varal” de Kojiro. Iniciado o combate, Kojiro partiu ao ataque, mas, em um contra ataque rápido, Musashi o venceu utilizando o toraburi, “o bote do tigre”, um salto lateral seguido por um golpe frontal bem na cabeça de Kojiro que caiu vencido. O toraburi também é praticado no Niten e está preservado no Gorin No Sho, O Livro dos Cinco Anéis, de Miyamoto Musashi.
A partir de hoje, deixarei palavras decorrentes de conversas sobre o Wakigamae e, que espero, possa acrescentar ao seu conhecimento.
Uma das formas mais pragmáticas de se “escrever”, golpear, com a espada é aquela em que a pena, “espada”, fica abaixada, escondida à direita do corpo e as mãos ficam na altura da cintura. Com isso, não é possível que o adversário saiba o tamanho da espada e a “escrita”, trajetória, do golpe. Essa postura de combate é chamada de Wakigamae (脇構え), palavra composta por “Waki” (脇), “região abaixo da axila”, e “Kamae” (構え), “postura”, em uma tradução aproximada, mas o kanji significa literalmente “fortaleza”. Quando nos referimos à uma fortaleza, pensamos em um local inexpugnável, impenetrável que oferece perigo apesar de uma aparente vulnerabilidade.
No “Instituto Niten”, treina-se o Wakigamae e ele está presente em inúmeros estilos antigos. Atualmente, me dedico de forma mais intensa ao seu estudo para testar a sua eficácia em um combate real. Entende-se como combate real o feito com equipamento de proteção, bogu, e espada de bambu, shinai, em que os movimentos, katas, não são ensaiados. Este estudo mais intenso tem sua origem ligada a duas histórias reais que me deixaram intrigado e curioso.
Como foi o Carnaval para você?
Para mim, ótimo.
Se descobri mais alguma estratégia no combate? ( 21jan2007-Peixe Lanterna )
Infelizmente, que acrescente de novo , não.
Tive o prazer de refletir sobre alguns conceitos (que achei que dariam certo e que para mim foram inconclusivos) ao cruzar espadas com o Sr. Nin ( 01fev - Santos1, Kampai! ) pela 2ª vez.
Mas o Caminho é assim mesmo. Nem sempre acontece do jeito que a gente quer.
E daí os mais atentos vão me perguntar:
-Mas então, porque foi "ótimo"????
Porque, neste Carnaval, acabei de revisar o SHIN HAGAKURE*.
Você nem imagina. Deu um trabalhão! Pudera. O novo vai estar com o dobro do número de verbetes e mais algumas coisas.
Foi ótimo, Shin!