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"Faz pouco tempo que eu soube que o Intituto Cultural Niten é o único lugar do planeta Terra onde pratica-se Kenjutsu.
É isso mesmo, aqui no Japão parece que não há quem treine podendousar diferentes kamaes (posições de luta), diferentes armas (espada longa, duas espadas, espada curta, naginata) e diferentes golpes (todas as variações de men, dô, kotê, tsuki e sunê) em um combate com bogu (armadura de proteção). Já pensaram em quantas combinações diferentes são possíveis para uma dupla de oponentes? Temos um mar de possibilidades! Shugyo com o Sensei 9 - Conversas com um mestre
Tal como era na época dos samurais antigos... Pois bem, este é um privilégio nosso, nem mesmo os japoneses têm acesso a duelos tão completos nos dias atuais! () Graças à garra, empenho e determinação do Sensei, estamos resgatando os tesouros deixados pelos antigos samurais, principalmente na forma de katas. Katas de diferentes estilos e escolas, de diferentes épocas e geografias dentro do Japão, que estamos aprendendo, sob orientação do Sensei (aqui entra o Hidensho), a utilizar em combate!
Creio que com muito treino e sorte, quem sabe teremos a felicidade de descobrir a Verdade por trás de uma ou mais combinações de armas, kamaes e golpes... Faço votos que tantas possibilidades nos conduzam com mais e mais riqueza pelo Caminho da Espada, o Caminho do(a) Guerreiro(a)!
O que os Mestres no Japão pensam disso? Mesmo sem saber o idioma, graças às palavras ligadas aos nossos treinos e ao tom das conversas que presenciei, fico confortável em afirmar: testemunhei o Sensei divulgar, aos quatro ventos aqui no Japão, todo esse trabalho de resgate que está sendo desenvolvido no Niten.
Testemunhei o apoio unânime dos Mestres japoneses a tudo isso. (entre nós: acho que eles gostariam de estar fazendo o mesmo que o Sensei, mas no Japão seria bem mais complicado).
Testemunhei o empenho vigoroso do Sensei em trazer o Hidensho para nós!
Somos privilegiados minasan! E penso que nos cabe, entre outras coisas, zelar e agradecer por tudo isso!
Vamos treinar!!"
Sanches
As palavras de hoje são de um antigo aluno de Teresina e atualmente é um dos alunos e monitores da Unidade Fortaleza.
Esteve em Salvador (Cs - 09 de agosto de 2012 - Salvador 10 anos 1 - Chegamos Juntos! ) e resolvi coloca-las aqui com o titulo de Hidensho, pois revelam que o que mais o impressionou foi a sua descoberta do Hidensho* em combate.
*Hidensho= Shingi Hidensho (os Escritos Secretos da Mente e da Tecnica que tenho compilado ao longo dos anos)
Helano
"Espero que o Sensei e os senpais (veteranos) de sua comitiva tenham tido um retorno tranquilo e seguro.
Sensei, acho que eu poderia escrever bastante sobre muitas das impressões, descobertas e o entusiasmo que nos contagiou a todos na comemoração dos 10 anos de atividade da Unidade Salvador.
Ao mesmo tempo que tivemos a oportunidade de aprender e colocar em prática os katas vivos do Bushido(modo de agir e de ser no Instituto Niten), houve momentos de grande descontração, mas sem desatenção.
Isso me marcou muito!
Ao entrar em combate os Senpais Anderson (Fortaleza) e Édio (Salvador) tivemos a felicidade e honra de presenciar os kamaes(guardas) de kenjutsu terem uma dinâmica surpreendente.
Naturalmente, nós que treinamos no Niten, graças aos keikos (treinos) que cada um de nós tem com os mais graduados em suas respectivas unidades, já temos alguma idéia. Porém, ver o Sensei em ação é algo completamente diferente!
Ao começar pelas posturas básicas até as mais avançadas, víamos, estupefactos, como tantos golpes certeiros (ippons) brotavam de defesas e contrataques inusitados.
Fui instado a observar com mais atenção algo que sempre me intrigou, a movimentação de seus pés.
Puxa!!! Incrível como em um combate feroz, a movimentação era diferente.
Em alguns momentos, eu pensava que eles sequer tocavam o chão e em contrapartida, eram muito ágeis. Isso sem mencionar os tsukis (estocadas), mens (golpe sobre o cranio), do's (golpes sobre os flancos) e kotes (golpes sobre os antebraços) que surgiam da aplicação direta de katas Niten Ichi Ryu de Musashi Sensei (Miyamoto Musashi)! Em um determinado momento, tive algo como um "insight", vamos dizer assim... Hidensho*!Naquele momento pude ver como, de fato, os katas revelam-se mortais em combate. Instantaneamente, refleti um pouco sobre como deve ter sido difícil durante décadas mergulhar a fundo, passando por todos percalços, abnegação e infernos para resgatar e trazer ao povo brasileiro um tesouro que, assim me parece, virou quase apenas uma respeitada referência histórica em seu país de origem, o Japão.
Sensei, gostaria de fazer uma analogia, se me permite.
Por ser geólogo, sei muito bem como é esforço, a dificuldade e o investimento (em todos os sentidos) para encontrar uma gema preciosa. Não é fácil não. Me refiro no momento à gema mais preciosa e conhecida por todos, o Diamante. Esse mineral de composição simples à base de carbono, é formado no interior da terra a uma profundidade de quase 700 km!
Ou seja, vem do inferno, literalmente falando! E chega à superfície da Terra através de rochas vulcânicas muito especiais.
É muito raro Sensei!
O que vemos em joalherias para o deleite e desejo de muitos, vem de um trabalho hercúleo. Sua beleza e durabilidade chancelam toda a sua aura e mito. Do mesmo modo, Sensei teve que ir muito longe para "minerar" estes "diamantes" que são os autênticos katas e kamaes e estilos (ryu) da verdadeira arte samurai. E ao final, podemos ver que a beleza marcial encerrada nestas técnicas, são como diamantes de fato. Mas diferentemente, dessa gema preciosa, não se deve somente apreciar, mas senão buscarmos treinar com determinação e afinco afim de entender sua beleza verdadeiramente. Me contive, mas acho que acabei escrevendo mais do que deveria.Shitsurei shimashita pela longa mensagem, Sensei.
Omedetou gozaimassu Unidade Salvador pelos primeiros 10 anos! Ganbatte kudasai!" Helano Fonteles - Unidade Fortaleza
Retornei de Salvador após comemorar os 10 anos da Unidade.
Foram dias de muito sol, moqueca (o azeite de dendê vai dar estorias para contar), praia, treinamento e alegria.
Hoje, deixo as palavras do coordenador da Unidade Salvador sobre o evento e a partir de amanhã mais fotos e palavras dos que viveram intensamente estes 4 dias.
"Guerreiros" rumo a Salvador
"Ainda no calor do momento e arrumando os detalhes para ir puxar o treino de segunda, gostaria de dividir algumas palavras sobre os que estes três últimos dias representaram para mim. Foi a primeira vez que organizei um evento grande no Niten e posso assegurar uma coisa, foi uma guerra! Havia guerreiros de todo o Brasil: Salvador, Fortaleza (em peso!), Recife, Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte...
" o Brasil chega em Salvador"
E eu, no olho do furacão, pela primeira vez mobilizando e comandando as tropas para a guerra. Posso dizer que esses três dias de Gashuku (treino intensivo) foram um verdadeiro Shugyo (treinamento espiritual) para mim, mas com uma diferença: ao invés de focar apenas no meu treinamento e aprimoramento técnico e espiritual, minha missão primeira era garantir o bem-estar de todos.
Por isso, se eu tivesse que resumir todas as lições deste Gashuku em uma única palavra, ela seria, nas palavras do Sensei, omoiyari (pensar no outro). O aprendizado começou logo na sexta-feira na praia, quando tive de "pagar alguns sapinhos" na areia fofa porque não me certifiquei que nosso grupo retribuísse uma gentileza feita por um estranho na praia, que teve o transtorno de tirar diversas fotos nossas (muitas mesmo!).
"a praia dos sapinhos"
Continuaram as lições de omoiyari durante os dois dias ao observar a postura do Sensei, sempre quieta e com poucas – mas certeiras – intervenções para tornar momentos bons em inesquecíveis. Desde uma corrida na praia puxando kiai e com direito a mergulho no mar, até uma parada no Pelourinho (literalmente, paramos no meio do lugar para só observar, enquanto o sol se punha), em meio ao cronograma corrido do evento, para deixar que todos curtissem um pouco o clima do local. Coisas de um Mestre que ali, em sua introspecção, pensa o tempo todo em como fazer o melhor para todos.
"um por todos e todos por um!!!"
"O Mergulho na Praia"
"Visitando o passado"Após o jantar, apreciando uma cachacinha, mais uma lição. Todos nós esquecemos um dos katas mais básicos – e importantes – de quando se confraterniza e deixamos de olhar um colega (e seu copo)...mas umas flexões deram o chacoalhão do qual todo mundo precisava!
Estes foram apenas alguns exemplos. Houve outros, como sempre há na guerra, e aqueles que já participaram de uma sabem. E o Sensei estava sempre lá para corrigir os desvios de rota, seja com um sorriso, uma bronca, um conselho, uns sapinhos ou apenas silêncio bem direcionado e um olhar. Mas sempre uma lição para quem estivesse atento.
Sensei e Coordenador Takei
Hoje de manhã, após deixar o Sensei e alguns companheiros de São Paulo – que me deram ajuda e conselhos inestimáveis para o transcorrer do evento, por sinal – no aeroporto, eu conversava com um colega de Caminho de Salvador enquanto esperávamos o voo partir. Chegamos ambos a uma conclusão parecida: durante estes dias, tudo fluiu melhor quando paramos de nos preocupar com as consequências que nossos possíveis erros causariam a nós (como sapinhos) e nos preocupamos simplesmente em buscar o melhor para as pessoas ao nosso redor.E confesso que vislumbrei aí talvez a pontinha de um segredo. Algo que, quem sabe, seja aquilo que faz o sorriso do Sensei ser tão iluminado e sereno (e quem já viu sabe do que estou falando). Estes dias me fizeram lembrar de uma frase meio clichê que ouvi em algum lugar e que infelizmente as pessoas usam sem ter noção de sua real profundidade:”Viver realmente é viver para os outros”. É, talvez o Caminho para a Verdadeira Felicidade seja por aí mesmo. E graças ao Sensei, estamos juntos trilhando. Tropeçando bastante, caindo e levantando. Errando e acertando. Mas passo a passo, um dia chegamos lá. Juntos!
Domo arigato gozaimashita Sensei, por ter acreditado há dez anos que poderia levar o Caminho e encontrar Samurais na Bahia e em todo o Nordeste!
"Participamos aqui em Usa (município de Oita) da festa de confraternização para comemorar o primeiro ano de inauguração do novo Dojo do Niten Ichi Ryu em parceria com um templo Zen Budista.
A festa reuniu cerca de quarenta pessoas e fomos, o Sensei e eu, gentilmente convidados a participar da celebração.
Tudo impecavelmente organizado pelos participantes, que se dividiram nas tarefas (providenciar comidas, bebidas, pratos, talheres, mesas e tudo o mais necessário à comemoração) com muita naturalidade, pois nitidamente, já estão habituados a trabalhar coletivamente.
A comemoração começou com alguns discursos, proferidos, aparentemente, pelos participantes mais sêniores do Dojo. Após algumas falas nitidamente de agradecimentos e comemoração, chegou a vez do Sensei falar. Acompanhei o Sensei à frente dos participantes (cada palestrante ficava em pé, à frente, para discursar a respeito do evento). Dado que o Sensei fez o discurso em Japonês, eu estava limitado a prestar atenção à reação dos presentes.
Durante o discurso do Sensei, notei que houve um momento ímpar, daqueles em que algo acontece com capacidade para mudar o "tom" do ambiente. A partir daquele momento particular, várias pessoas mudaram seus rostos e posturas corporais. Havia uma coisa em comum nas mudanças, todos estavam com um semblante de "puxa vida, isto que está sendo falado é importante e nenhum dos "locais" lembrou-se de dizer!". Eis que havia sido o Sensei, alguém "de fora" estava ali para lembra-los de algo caro a todos, mas, que por qualquer motivo, havia passado despercebido pelos demais participantes.
Uma das participantes do evento comentou comigo depois (ela falava Inglês) que a colocação do Sensei no discurso havia sido muito importante para os presentes porque os fez pensar! Na minha percepção, a intervenção bem-vinda do Sensei havia funcionado como um "Men-Ippon" para muitos dos presentes, pois o Sensei trouxe-lhes uma consideração que estava faltando e nitidamente era necessária. Acho que o pensar pode até "doer" de vez em quando, mas é necessário para vivermos a vida de maneira melhor...
Depois a festa transcorreu na direção de uma confraternização com muita alegria e descontração. Atribuo muita contribuição ao sakê, que nos fez relaxar e descontrair para aproveitarmos mais o espírito fraterno da grande maioria que estava lá.
Domo Arigato Gozaimashita ao Sensei e aos colegas do Niten no Japão por mais essa rica vivência!!"
A família Niten Ichi Ryu
"Konnichiwá Sensei, tudo bem? Aqui tudo em ritmo acelerado de eleições, mas bem!
Sensei, escrevo hoje por conta dos olhos do Tigre.E não falo só daquela música que o Sensei comentou uma vez que escutava antes dos campeonatos mundiais. - Simoes (Unidade Curitiba)
Falo do olhar do predador. Aquele capaz de incutir o medo na alma do adversário. Mesmo que o rosto dele se mantenha impassível, o seu espírito já está quebrado.
Costumeiramente nós pensamos que isso existe apenas dentro do bushidô, e que as chamadas artes marciais "modernas" carecem dessa peculiaridade. Ainda mais fora do Japão, onde o caráter esportivo se sobrepõe à marcialidade.
Mas Sensei, que surpresa foi ver a Sarah Menezes lutando naquela final do Judô. Desde o ponto de entrada dela no ginásio até o início da luta com o olhar do Tigre, sem dúvidas, sem hesitações, obstinado e centrado em um único objetivo, vencer e derrotar a Romena.
A judoca simplesmente partiu para cima da adversária, no mais legítimo Ken no Sen, sem medir esforços para conseguir o golpe definitivo, o Ippon, fosse por golpes de projeção ou por finalizações de torção ou estrangulamento. Não fosse isso suficiente, no único momento em que perdeu o domínio da pegada, deixou a adversária iniciar o ataque e aplicou o contra-golpe, produzindo um Yuko, Tai no Sen.
A luta terminou com o apito, mas até esse momento, a Judoca buscava estrangular a adversária, como se ganhar de Waza-ari não fosse suficiente para a vitória. Ou era o Ippon ou nada.
E esse tempo todo, com o Olhar do Tigre, sedento pela vitória a qualquer custo, como se a própria vida dependesse disso.
A judoca Romena não tinha o mesmo olhar. Estava séria e compenetrada, mas não tinha nos olhos a gana de vencer, o espírito indobrável de conquistar a vitória, e numa luta onde as duas pessoas tem uma mesma categoria técnica, não houve dúvidas, a vitória veio do espírito guerreiro.
Mais importante do que a conquista esportiva da Sarah Menezes, Sensei, foi a imorredoura lição sem palavras que surgiu na luta.
Essas Olimpíadas começaram bem Sensei!
Domo arigatô gozaimashitá pelo tempo."
- E o que as Olimpiadas têm a ver com o Kenjutsu? - você deve se perguntar.
- Não sei. - vou te responder.
Mas de qualquer forma acho interessante este depoimento e acho que tem algo em comum: os olhos do tigre.
"Durante el entrenamiento de hoy en la mañana, Sensei uso el kamae hasso migi, tuve la vision de ver a Sensei siento atacado por un tigre, mas Sensei estando en kamae hasso, se veia tranquilo, como esperando el ataque, sin miedo, sin prisa... mirando a los ojos del animal.
Es paradojico como el cazador se combierte en ´presa.
Y como la presa puede intimidar al cazador... y vivir.
Detras de aquello hay una estrategia..."- Jaime (Unidade Chile)
"Terça-feira chuvosa aqui no Japão. Saímos cedo do hotel, Shigematsu Sensei, sempre disponível e atencioso foi nos buscar de carro.
Yoshimoti Sensei também foi até a estação para se despedir de nós. Posso dizer que foi uma honra e um privilégio conhecê-los. Havia um sentimento de serenidade, de tarefa cumprida e de muita gratidão ali, entre todos nós, pelo menos foi a forma como percebi... Uma experiência simples, mas daquele tipo que fica nos nossos registros pessoais e que levamos conosco pela vida à frente.
Enquanto eu estava no trem com o Sensei, muita coisa passou pela minha cabeça. Cada dia que passa aprecio mais o silêncio. Para a minha sorte, o Sensei é um mestre silencioso grande parte do tempo.
É claro que ele também brinca e descontrai, não me entendam mal. Mas fico na dúvida se algumas vezes ele brinca porque está com vontade de brincar e descontrair ou se o faz por nossa causa, abrindo mão de si, de sua vontade pessoal, para NOS deixar mais à vontade!
Vale pensar...
De qualquer modo, o convívio acaba sendo feito de ciclos, períodos alternados de silêncio e conversa. Acho que os de silêncio nos dão a chance de refletir e elaborar diversos sentimentos, pensamentos, percepções, ensinamentos do Sensei, lições aprendidas, enfim, momentos importantes no nosso caminho... Nós ocidentais, particularmente os latinos, somos provavelmente barulhentos demais, para além da conta, o que nos prejudica individual e coletivamente.
Aqui no Niten temos mais essa possibilidade, a partir dos exemplos do Sensei, podemos em convívio, todos nós, treinar o uso do silêncio para nosso benefício e o daqueles à nossa volta.
Posso dizer-lhes que está me fazendo muito bem e faço a vocês o sincero convite para treinarmos juntos mais isso: convívio mais silencioso, com menos barulho, menos ruído, menos distração para mantermos o foco no que é realmente importante. Pronto(a) para experimentar? Onegaishimassu!!
Domo Arigatou Gozaimashita novamente Sensei!!"
"Sensei Na caverna de Reigando, onde Miyamoto Musashi escreveu o Livro dos Cinco Aneis"
participantes de domingo
"...quanta informação nos foi passada..."
"Foram momentos marcantes de convívio com os companheiros da espada.
Em especial para mim, pois pude dividir esta experiência com outros 4 companheiros da minha terra. Contabilizamos 5 capixabas no Gashuku!
Na demonstração do Hidensho, fiquei de “queixo caído”. Ver as técnicas imortalizadas nos katas ganharem vida na luta do Sensei foi Fantástico.
Lutando com a espada longa, com a espada curta com duas espadas e em vários Kamaes possíveis. Mostrando como ficamos vulneráveis quando “fazemos somente o básico”. É para mudar nossos conceitos e nos fazer pensar.
Ficava revisando em minha mente trechos do Gorin No Sho enquanto assistia:
“A finalidade de todas as posturas é golpear o inimigo”
" Apesar de nem todos concordarem, eu particularmente não me incomodei em ficar sem banho durante o Gashuku. Com certeza os Momentos de Ouro sobre o shugyo no japão valem muito mais que um banho."
Uehara (Unidade Ana Rosa)
"nao me incomodei em ficar sem banho..."
"...as lutas com o Sensei sem palavras pra descrever... o Sensei é muito rápido e me surpreendeu utilizando a kusarigama e a naginata contra mim... uma lição de estar pronto para qualquer adversidade!"
Tengan (Unidade Santos)
"estar pronto para qualquer adversidade!"
"Não sei por que ainda me surpreendo como as coisas acontecem desde quando decidi entrar no Niten.
Sempre que tenho duvidas, questionamentos e mesmo medo de como as coisas vão evoluindo no Caminho, vem o Sensei, e no momento exato e precisão de mestre vai retirando pedra a pedra, não deixando o Caminho totalmente limpo, pois há pedras que tenho que tropeçar, para ajudar na minha longa caminhada e assim realmente aprender.
A impressão que tenho é que o Sensei consegue “ler os meus pensamentos” e com palavras certeiras responde-las, mesmo que eu não as pergunte..."
Bolivar (Unidade Belo Horizonte)
"No momento exato e precisão de mestre..."
"Entretanto as lições que realmente me chamaram a atenção foram vários pequenos "Momentos de Ouro" que não vou esquecer.
Desde conversas muito bacanas no biru-dô do sabado com alguns sempais do RJ e do ES, passando por dicas de sempais já conhecidos que são exemplo de mugá, satisfação de kohais por cruzar espadas conosco, deslumbramento e a gratidão do sempai Sanches sobre as experiências no nihon e a imagem que não sai da minha cabeça do menino de Nagasaki,
De coração Gokurossamá !"
Takeshi (Unidade Vila Mariana-Templo Nikkyoji)
"Pequenos Momentos de Ouro"
"Ver de perto os katas do Niten Ichi Ryu, Sekiguchi Ryu e Shindo Muso Ryu, executados pelo Sensei."
Pinheiro (Unidade Rio de Janeiro)
"Ver de perto os katas "
“O movimento dos pés deve sempre seguir o ritmo do caminhar. Eles não devem ficar saltitando, flutuando, nem podem estar presos ao chão”.
Nem consigo imaginar todas as horas árduas de treinamento que o Sensei teve que enfrentar para atingir este nível. E mais ainda, admiro sua generosidade em registrar suas descobertas para as futuras gerações."
Simonassi (Unidade Vitoria)
"...Fantástico!"
"Gostaria de compartilhar uma parte da grande experiência que foi esse Gashuku.
Nos Momentos de Ouro do Sensei, foi comentado sobre a conversa que o Sensei teve com um mestre Menkyo Kaiden de um estilo e 5º Dan de Kendo no Japão, onde o Sensei explicava para ele sobre o uso das técnicas do Kenjutsu no combate com Bogu. Confesso que me tirou boa parte do sono à noite este trecho dos Momentos de Ouro.
É um pouco triste pensar que alguém com tão alta graduação em um estilo, duvide da eficácia do mesmo em um combate real. No dia seguinte, o Sensei confirmou a conclusão que eu cheguei nas minhas reflexões, que ele treina pela tradição. Claro que manter a tradição é importante, mas acredito que Musashi Sensei não tinha a intenção de criar um estilo de Kenjutsu tradicional, antes dessa característica, ele queria um estilo eficaz.
Musashi Sensei inovou muito no seu tempo, com um estilo diferente do que a maioria era acostumado na época. Um estilo eficaz, e que devido à isso se tornou conhecido, atraiu praticantes, e só depois disso e de alguns séculos, podemos dizer que hoje é um estilo tradicional.
No Instituto Niten, assim como Musashi Sensei, também inovamos, trazendo para o combate com Bogu as técnicas antigas do Kobudo, algo que ainda não tinha sido realizado por ninguém, japonês ou gaijin. Imagino que isso pode ser tão inusitado que até o mestre japonês que conversou com o Sensei ficou na dúvida se isso era possivel. Imaginei algum Samurai antigo tendo uma conversa assim com Musashi Sensei: "Mas lutar com uma mão? Como assim? não vai funcionar!", "Lutar com as duas espadas ao mesmo tempo? Que loucura?".
Nos Dojos do Instituto Niten, recebemos um treinamento único, que nem no Japão poderíamos ter acesso. Devemos ter plena consciência disso, valorizar cada segundo dos treinos, e aproveitar ao máximo tudo o que nos é passado. É uma grande responsabilidade para todos os alunos.
Acredito que se Musashi Sensei soubesse que tantos séculos depois, seus discípulos de um mundo diferente e moderno, ainda estariam treinando buscando a eficácia do estilo, e não apenas a tradição, adaptando o combate com armadura de proteção, mantendo realmente vivo o seu estilo, ele ficaria muito satisfeito.
Talvez um dia, algum "sensei" japonês, também queira inovar e acabe levando de volta para o Japão o Kenjutsu com Bogu que treinamos aqui. Será uma ótima maneira de nós brasileiros agradecermos por tudo de bom que do Japão nos foi trazido. Devemos treinar firme, para mostrar aos japoneses que apesar de não estar no DNA do brasileiro, o Bushido está e muito, enraizado em nossos corações, pois aprendemos com o Sensei a lutar com o coração e com o espírito, não apenas com o corpo, não apenas com as armas.
Ricardo (Unidade Ponta Grossa)
Domo arigatou gozaimashitá Sensei, por ter essa coragem, e eu diria até, a ousadia de inovar utilizando o antigo e tradicional, trazendo para a nós esta "novidade" de mais de 700 anos."
Esta conversa aconteceu durante a minha ultima estada no Japão ( CS - 25 de Junho de 2012 - Shugyo com o Sensei 1 - Melhorar o mundo ) em uma conversa bem solta e descontraída.
Pelo fato de o mestre citado em questão ser um grande amigo de duas décadas, tive a oportunidade de mostrar a ele as descobertas que tenho feito ao longo de meu treinamento. Acredito que a amizade que existe entre nós tenha proporcionado este clima de abertura por parte dele, do contrário, não teríamos chegado a trocar as ideias e muito menos teria eu a chance de fazê-lo compreender sobre a eficácia dos katas antigos durante o combate com bogu.
Digo "amizade" por que há o risco do elemento "pré conceito" (Cs - 31 de Janeiro de 2008- Amigos sem preconceitos) impor se a frente por parte do ouvinte de kendo, pois as técnicas são limitadas. E aí a conversa não vai pra frente. Acredito que não seria diferente comigo, se pela primeira vez ouvisse algo semelhante.
A diferença é de termos sido abençoados (ou sermos sortudos) para estar abertos às inúmeras técnicas que seriam possíveis de se desfrutar, experimentar e obviamente, conectarmos ao passado da forma mais realista possível.
Voltando à conversa no Japão, quando expus a variedade de kamaes e sua eficácia no combate de kenjutsu, percebi que o mesmo se mostrou
surpreso.
A seguir, vieram, é claro, dentro de seu conhecimento técnico de 5º dan em kendo, perguntas e dúvidas para testar a eficácia mencionada das técnicas citadas.
Todas foram sendo esclarecidas. Algumas com seu reconhecimento imediato, outras com um certo ar de desconfiança. Estas geravam por parte dele, contra-argumentos que queriam anular a eficácia das técnicas antigas.
Mas não tinha como. Estas outras, ao serem mais detalhadas , eram então concluídas com um leve aceno de sua cabeça e acompanhadas sempre da expressão:
- Naruhodo...
"Naruhodo", queria dizer ele em português: "Realmente..."
No final, para a minha alegria, se mostrou muito admirado e mais do que isto: ficou entusiasmado a experimentá-las em um futuro próximo.
Treinar em busca da tradição é admirável.
Mas treinar em busca da eficácia desta tradição é mais do que isto. É conectar-se com o que nos permeia desde o nosso passado remoto: a vida e a morte.
"Buenas, dessa vez vou confessar que quase desisti de ir ao Gashuko, motivos eu teria vários para citar, estava um frio de renguiar custo no RS,chovendo, tinha chegado na sexta feira de uma viajem de trabalho desgastante, não tive tempo de dar a atenção necessária a minha família pois o tempo foi curto, iria apenas eu e meu colega Bruno de POA, já havia participado do Gashuko em Março, pensei pra que ir em outro, quase desisti, aí vieram em minha mente as palavras do Senpai Alessandro, somos Samurais e não Sofa´murais, devemos sair da zona de conforto e aprender a vencer nosso espírito.Final da história deixei a preguiça de lado encarei o frio e a chuva, e às 5:30hs fui pro Aeroporto: vamos lá encarar mais esse Gashuko, não sou GAÚCHO de me mixar por qualquer frio.Agradeço aos Deuses por ter tomado a decisão correta, foram momentos únicos, daqueles que lembrarei pelo resto da vida, rever os colegas do caminho e escutar as histórias do Shugyo no Japão foram únicas.Tive momentos nesse Gashuku muito marcantes, pois agora já conheço muitos Samurais de diversos lugares, gostaria de compartilhar com todos o que senti no momento do Kenjutsu combate.Era um sentimento de alegria de orgulho misturado com amizade e aprendizado, a cada combate fazia questão de saber com quem lutei e de onde era e nos abraçávamos como verdadeiros amigos, sem ego, sem arrogância, sem preconceito. São sentimentos muitos difíceis de explicar escrevendo, mas somente os colegas que fizeram parte desses momentos sabem o que estou dizendo, como dizemos aqui no sul (Imagens guardadas nas retinas, jamais serão esquecidas)Aos que não puderam ir por vários motivos, sinto muito vocês não sabem o que perderam, simplificando INESQUECÍVEL......A minha Esposa e Filhos que sempre estão ao meu lado apoiando minhas decisões, meu muito obrigado, amo vcs... tenham certeza que 2 dias de ausência ficando longe, foi para o aprendizado e o entendimento de muitas coisas que não consegui ao longo da vida, isso tudo é para me tornar uma pessoa melhor pra vcs e para a sociedade.Arigato Gozaimashita."
Terres (Unidade Porto Alegre /RS)
Bruno Steyer e Terres de Porto Alegre
"Na pele de Sasaki Kojiro!
Ninguém, em sã consciência, almejaria estar na pele de Sasaki Kojiro em seu duelo contra Musashi Sensei, na ilha de Funajima.
Conta a lenda que Musashi Sensei, com seu longo remo, usou a postura Itto Wakigamae (a espada posicionada no flanco direito) contra Kojiro e, o golpe fatal, fora o Tora Buri (Bote do Tigre), que conhecemos bem: é o 9º kata do Tachi Seiho (sequencias com a espada longa) do estilo Hyoho Niten Ichi Ryu Kenjutsu.
Hoje, treinando com Sensei, tive um vislumbre do que sentiu Kojiro naquele dia histórico: no meio do combate, Sensei adotou a postura Itto Wakigamae; eu lutava em Gedan Ittô (a espada apontada para o chão). Sensei, durante um tempo que parecia eterno, não mexeu um músculo, parecia não respirar. Decidi atacar. Avancei mirando o Tsuki (estocada), mas o Sensei não estava mais ali: senti apenas o golpe, lateral, em minha cabeça, vindo do flanco esquerdo: Tora Buri! Bote do Tigre!
Impossível não pensar: foi esse o golpe que Musashi Sensei usuou ao derrotar Kojiro. Quantos já tiveram a oportunidade de presenciar esse golpe, não em um kata, mas em um combate real? Por certo que mesmo gerações de japoneses jamais tiveram uma oportunidade como essa que tive hoje. É simplesmente incrível poder beber direto da fonte (treinar o Niten Ichi Ryu com Sensei) e, no combate, ver e sentir esses Katas tão importantes fluindo instintivamente. Hoje finalmente entendi o que é o Resgate da Espada Samurai.
Viver com o Sensei é estar ao lado de um Elo com a história da Espada Japonesa."
Cristiano (unidade - Sumaré/SP)
Sensei e Sanches com o remo. Na ilha de Funajima