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Apesar do celular e email estarem disponíveis hoje em dia e teoricamente ser possível de contatar qualquer pessoa a qualquer momento no país e até no continente, as pessoas (covardes) se esquivam. Não retornam uma ligação importante. Não avisam que terão de adiar o compromisso anteriormente firmado. Não avisam que farão diferentemente do combinado. Demoram a responder (e até não respondem) às perguntas importantes.
Isto tem uma causa: agem em razão de seus próprios interesses, mesmo que a sua credibilidade e honra seja manchada.
Não. Não adianta, não. Não adianta fugir. As pessoas não são bobas, não. Hoje em dia, não se tem desculpa. Dizer que o sinal não pegou, que o celular quebrou, que não pensava que precisava ligar ou que perdeu o email ou que o computador quebrou. Tantas desculpas esfarrapadas.
É o que digo sempre "do ga yugande kyo ga yomenu" ### (Kuden).
Te aconselho a ser transparente, pois mais tarde poderá se arrepender...
Célio (18set - Zen Ken Ichi Nyo) acabou se tornando monitor na Unidade Rio de Janeiro.
Sempre sorridente, prestativo, apesar dos seus 30 e poucos anos, tinha garra mais que os jovens.
Responsável pelo templo zen do Rio de Janeiro, sempre deu a força ao Niten sem segundos interesses.
Digo isso porque não buscava vantagem em materiais, não questionava e, muito menos buscava vantagens ou regalias no aspecto financeiro.
Era Niten sem receber um centavo em troca. Em questões envolvendo dinheiro, sempre foi transparente.
Assim eram os samurais. Acredito que assim devem ser os monges.
-Terra à vista!
Dizemos quando navegamos por meses e no momento em que avistamos aquele pontinho de terra e esperança para poder arpar soltamos para fora a nossa satisfação. A nossa alegria.
Assim também é no nosso treinamento. Por dias e meses, "navegamos" em busca da técnica correta. Enfrentamos vários empecilhos: as ondas altas, as tempestades, o tédio, a náusea e até o Sol pode estar contra. Sem falarmos dos colegas indesejáveis e incovenientes. Enfim, temos que superar, uma vez que entramos.
Mas, quando superamos todas as adversidades da viagem e vislumbramos um pouco da técnica correta, podemos dizer:
-Técnica à vista!
Em japonês, dizemos:
-Mituketa!*
Quantas terras você já descobriu?...
*mituketa= descobri!
Musashi sensei (25set - Cortadas) não foi o único a preconizar o treinamento com duas espadas e espada menor.
Já bem antes, há mais de 6 séculos, o uso da espada curta, bem como as duas espadas já fazia parte do treinamento do estilo Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu, considerado o estilo mais antigo do Japão.
Sem dúvida o combate com a espada menor, bem como com duas espadas, tende a ser mais dinâmico e até cansativo (se você não pegar o jeito), pois ficar parado para ver o que vai fazer seria o maior erro estratégico ao se lutar contra uma arma mais longa.
Quer dizer que não dá para ficar descansando e tem que pensar rápido. Rápido e curto.
Vá lá no vídeo "kenjutsu" da home do Niten e veja como o Fabrício "manda bala".
Espada curta e duas espadas... Olha que você vai perder muita, e muita caloria!
Então, descobriu? (24set - Inovador)
Pois bem, o samurai que nunca ninguém ousou duvidar de sua capacidade técnica após os 29, imbatível em mais de 60 duelos, o célebre Miyamoto Musashi, que para nós alunos diretos de sua linhagem é chamado de Musashi sensei, escreveu em seu livro Go Rin no Sho, o Livro dos Cinco Anéis:
"Todo aquele que se diz samurai, tem a obrigação de saber manejar tanto a espada curta como a longa. É inadmissível a um samurai ser derrotado com a sua espada menor a sua cintura."
Musashi sensei dizia isso porque todos os outros estilos enfatizavam o uso da espada longa empunhando-a com as duas mãos, o que era desvantajoso em muitas situações, como por exemplo ser assaltado por mais de um adversário.
Outro fator era de que muitos estilos não faziam o uso da espada curta, ou wakizashi, como é denominada nos seus escritos.
No Instituto Niten, todos os alunos, a partir de um certo tempo, seguem o escrito. Entendo que o aprendizado deve ser abrangente em todas as situações de combate. Longe, perto e média distância.
Bem, até aí nada de inovador para quem já conhece o Niten.
Acontece que nesta foto, o inovador é que os alunos já começavam a aula com uma espada diferente. Elas simplesmente eram cortadas.
Observe (19set - Entre Mestres).
Continue olhando a foto do dia 19 (19 set - Entre Mestres) e procure o que há de inovador nesta foto.
Dica. Leia o Livro dos Cinco Anéis de Musashi sensei.
Hoje, peço a sua atenção para a foto da Café do dia 19 (19 set - Entre Mestres).
Vai observar que os equipamentos de proteção são diferentes. Pois é, são antigos e hoje em dia não existem mais. É possível que tenham chegado logo nas primeiras décadas da imigração japonesa.
Quando era criança, também cheguei a lutar com um desses. Mesmo para os adultos, eram pesados a beça. Saía até com dor de pescoço, porque as grades eram de ferro e dos grossos que pareciam pedra.
Hoje em dia, temos materiais resistentes, leves e com design de vários tipos.
É bom você saber que os antigos penaram bastante.
No ano que vem, mestre Baba virá com sua comitiva de 15 universitários. Lembro que mestre Baba, apesar de lecionar o kendo, nutre inclinações em estudar estilos de kenjutsu. E, uma delas é a de treinar com duas espadas (Nito).
Há quase 10 anos, se não me falha a memória, a revista Kendo Nippon publicou uma matéria sobre duas espadas, sendo que mestre Baba foi o orientador das técnicas expostas. Suas técnicas, tal como a nossa, não se enquadram aos regulamentos de kendo, como por exemplo, o uso da espada menor (shoto).
Sendo assim, vejo necessidade em treinar bem a nossa tropa de elite, pois o pessoal de lá vai vir com tudo.
Não vai ser fácil.
Quem sabe se, já nesse torneio, não vão aparecer alguns homens que representarão a nossa tropa...
O Niten Rio, com a coordenação de Wenzel, crescia. E em ritmo acelerado. Estava impossível de se praticar em uma casa (18set - Ken Zen Iti Nyo) com mais de uma dúzia de alunos.
Num dos finais de semana que fui ao Rio, orei.
Fui atendido. A energia do budo* foi emanada e me levou, ao acaso, a academia Shotokan de karatê, também em Ipanema.
Era numa segunda de manhã e o professor, um japonês, estava lá. Tinha acabado de dar aula.
Me apresentei e, enquanto conversávamos, ficamos sabendo que tínhamos algo em comum, além do que é inerente aos mestres em artes marciais.
-Kishikawa!- ficou surpreso.
-Inoki!- caiu a minha ficha
Seu querido sobrinho tinha sido meu aluno há 20 anos.
Não disse mais nada e me deu a chave.
Entre mestres, palavras são inúteis.
Havia meia dúzia de alunos treinando regularmente em Ipanema e isto justificava, por si só que as aulas fossem remanejadas para
um outro lugar, pois nem sempre (ou quase sempre) treinar na praia é tão agradável assim. Dias de sol escaldante, dias de chuva, ventania, frio e por aí vai.
A energia universal foi emanada e os monges vieram a nós.
Célio, um dos alunos, coordenava o grupo zen do Rio de Janeiro.
Imediatamente se prontificou a ceder o Centro Zen, lá em Copacabana.
Um casarão antigo, em meio à subida da favela do Pavão-Pavãozinho.
Quartos espaçosos, sendo que um deles viria a ser o nosso "dojo".
Quando você imaginar que as aulas ocorriam no seu quarto, ou na sua sala você vai entender o que eu quero lhe transmitir.
Mas enquanto isto não vem à sua imaginação, ficamos por aqui.
Ken zen iti nyo*
Célio fazendo zazen no centro zen, na sala em que fazíamos os treinos na época