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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




Últimas postagens:

19-fev-2014

ECM Florianópolis 1 - Grande recompensa

Semana passada, os coordenadores e monitores que estiveram ao meu lado saíram melhores.
Tanto no aspecto técnico como no pessoal. Alguns mais, outros menos.
Mas uma coisa é certa: pudemos conviver juntos dias incríveis (mais uma vez) que ficarão para sempre.
“Diga me com quem tu andas que te direi quem és”



“Tivemos a oportunidade de sediar em Santa Catarina o Encontro de Monitores e Coordenadoes (ECM) de 2014 (06 e 09 desse mês de fevereiro). Foram quatro dias de muita convivência, de muito aprendizado e de suor.

Convivendo com os coordenadores nota-se que são pessoas com uma visão diferenciada do dojo (local de treino), uma visão mais ampla do que a de um aluno normal. Os coordenadores/monitores se preocupam com todos os aspectos do dojo, desde o exemplo que estão passando para os mais novos, até a energia/saúde dos alunos, passando pela melhor forma de ensinar e o uso de equipamentos adequados.

Na sexta foi feito um treino que, embora fosse um keiko (treino de luta) de confraternização, acabou sendo bem puxado, e Sensei utilizou o treino para ilustrar o sentido da palavra gaman (perseverança/suportar), palavra que estamos estudando desde o gashuku (treinamento intensivo) de final de ano. E nos mostrou, ainda, o exemplo de um dos alunos que se manteve lutando atento e com golpes firmes durante todo o treino. Acredito que o treino será sempre lembrado pelos presentes nos momentos que exigirem nossa superação.
Ao nos despedirmos do Sensei, este nos disse palavras, como sempre, muito importantes, mas o que mais me impactou foi um sorriso do Sensei.

Pra mim, ali estava ao mesmo tempo toda a mensagem e a grande recompensa pelos quatro dias de guerra”
- Amaral (Aluno Unidade FLorianópolis)























18-fev-2014

Gashuku: Muito pique!

¨Hoje, em meu segundo dia de shugyo (treinamento espiritual), tive a oportunidade de ter uma amostra do que nós, alunos do Instituto Niten veremos e treinaremos no Gashuku (treinamento intensivo) deste fim de semana. Falo de Hidensho e a busca incessante do Sensei pela vitória absoluta.

Por duas horas seguidas lutei com o Sensei e tive a oportunidade de presenciar a energia e os "golpes fantasmas" tão famosos. Nesta manhã, por exemplo, o momento mais marcante foi quando Sensei armou hasso * e me golpeou bem mais de dez "mens"(cabeça) consecutivos.


postura do Hasso

O pior foi que Sensei me avisou e depois do terceiro eu sabia que ele iria tentar pegar minha cabeça e mesmo assim, sucumbi a todos os golpes desferidos. Tentei defender, mais um. Tentei golpear antes do Sensei se mover, mais um. Tentei esperar para golpear na hora que o Sensei "engatilhava" o corte, mais um. Vi grande parte dos golpes em câmera lenta mas não conseguir fazer nada para detê-los ou superá-los. Mesmo assim, não foram somente "mens", tiveram mais de dez "kotes" (antebraço), vários "dos" (flanco) e muitos tsukis (estocada no pescoço) seguindo o mesmo princípio "fantasma". Hidensho corta na alma, cheguei a essa conclusão.

No treino matutino, minha alma e espírito foram retalhados, para sentir o verdadeiro poder do hasso, o kamae da madeira, pela primeira vez de verdade. Utilizando esse postura Sensei realmente incorporou uma tsunami: não importa o que você faça, diante dela você vai se afogar! E como me afoguei nesta manhã!

A todos que virão ao Templo Nikkyoji neste fim de semana, vocês estarão com sorte, pois o Sensei demonstrará o Hidensho  e estas técnicas secretas, para que possamos, depois de um treinamento árduo, ter o gostinho de vitória certa!

Pessoalmente, não posso esperar até sábado e domingo, para poder entender de verdade o que esse kamae (postura) é capaz de fazer e como levei bem mais de vinte golpes ininterruptos. Por conta de hoje, posso garantir que esse final de semana será tecnicamente, no mínimo, muito especial.¨

Kalawatis (Unidade Volta Redonda)


Maleabilidade.
Esta é uma característica deste aluno carioca. Sem se prender a uma postura (kamae) fixa, tem maior facilidade em aplicar golpes e ¨pegar¨os que tem uma postura fixa ou rígida como o Tchudan básico (ponta voltada ao oponente). Soetes e utigotes que merecem atenção.
Um aluno que já chegou uma semana antes do evento, raspou a cabeça, treinou hoje de manhã, ¨pagou sapinhos¨ e que está sedento para descobrir os segredos do Hidensho.
Foi candidato a ser um dos Feras nos 20 anos do Niten e, se continuar neste pique, poderá se tornar absoluto no combate!



Sensei aplica um Sassen (estocada com uma mão) no Gashuku 2013

 

17-fev-2014

Templo que emagrece

Estamos já no final de fevereiro e aqueles que em 2013 juraram retomar o Caminho ainda não mostraram as ¨caras¨.
Decerto, esperam, como a maior parte dos brasileiros, acabar o Carnaval, o que não passa de uma grande enganação a sí mesmos.
Perder peso, uma das maiores preocupações em termos de saúde e um dos maiores motivos para retornarem ao Caminho.
Aqui no templo dos Samurais, apesar de não ser o objetivo primordial, perder o peso é um dos resultados a que se chega em meio à tão procurada transformação. Transformação da mente, do espírito, do caráter, da alma...
Não. não receito pílulas ou cremes milagrosos que, dizem por aí, tiram a gordurinha extra que tanto os incomoda.
Se você é um desses que procura uma resposta imediata, poderá não ficar satisfeito, mas aqui o segredo para emagrecer é mais complexo.
Tão complexo que o tempo de um Café é pouco para lhe explicar. Mas uma coisa eu lhe garanto, neste Gashuku você vai começar a descobrir.
Mas, por enquanto, vale a pena, enquanto a gente toma este, apreciar este depoimento.
Veja se não vale a pena:




Antes


¨Eu sou da Unidade de Guarulhos, Nomura Massato, yoroshiku onegai shimasu.
Estou escrevendo pois algum tempo atrás o Sensei relatou sobre um aluno que perdeu peso e foram belas palavras que acompanharam tal caso. Mas tenho que contar o meu relato.

Eu, em Agosto, pesava 110 kg.
Estava com princípio de diabetes, pressão alta e ácido úrico elevado, estava tão desanimado que eu evitava até sair de casa. Vendo essa situação, meu irmão, Rafanelli, insistiu pra eu começar a treinar Kenjutsu no Instituto Niten, unidade Guarulhos. Comecei a ir em Guarulhos e Santana.
No começo, não conseguia nem terminar um treino, minha glicemia despencou algumas vezes, mas gostei muito dos treinos, os Senpais sempre foram compreensivos, pacientes, e animadores.
[Após 3 meses de treino] No começo do mês [de novembro], passei no meu médico, ele cortou todos os remédios, pois todos os parâmetros estavam excelentes, e passei na minha nutricionista.
Meu peso agora está em 77kg, mas ela me recomendou fazer musculação para melhorar meu quadro.
No entanto, ao invés de musculação, eu aumentei para 4 treinos de Kenjutsu semanais, estou ainda me adaptando a essa quantidade de treinos, mas os Senpais de Tatuapé e Sumaré estão dando muita força para aguentar essa etapa cansativa.

Só tenho a agradecer ao Sensei, pois com os seus ensinamentos que são repassados pelos Coordenadores e Senpais tenho aprendido a superar . E quero aprender ainda mais!¨

Massato - Unidade Guarulhos



Massato - Depois


14-fev-2014

Lealdade

Lealdade é uma das virtudes raras hoje em dia.
Tanto aqui quanto no Japão. Denominada de ¨guiri¨ (mas escrita ¨giri¨), estava entre uma das virtudes das quais os samurais, de jeito nenhum abriam mão.
Hoje, as pessoas não mais agradecem ou sequer lembram da mão que lhes foi estendida quando precisavam. Estamos no mundo dos ingratos.
Apenas entre parenteses, tenho notado que, na maior parte das vezes, a ingratidão e lealdade vem acompanhada de falta de educação, possivelmente por não ter havido um pai ou uma mãe de princípios para ensinar lhes o que tem que ser feito.
O que nos interessa é nos espelharmos em exemplos, que apesar de raros, existem.
É o caso deste aluno, cuja carta me foi enviada junto com o seu Primitivo di Manduria, no inicio deste ano.
Apesar de não vir treinar há quase 4 anos, devido a motivos profissionais, vem religiosamente e a cada ano, me desejar um Feliz Ano Novo. Uma raridade digna de nota certamente teria sido anotada por Yamamoto Tsunetomo (1659 - 1719) no seu Hagakure, quando os samurais, tal como no mundo em que vivemos haviam perdido os seus valores.
Reiniciou os seus treinamentos e ontem, após a aula, viemos, aqui na nossa administração tomar um vinho e jantar. Vinho: Luca Malbec. Jantar: pizza.
Os assuntos foram dos mais diversos, desde uma boa carne até chegar ao que importa: Bushido. Virtudes.
E foi quando me revelou o quanto os valores como a Lealdade, fizeram dele um ¨samurai¨ requisitado por todos os que o conheciam, desde convites do próprio grupo para ir a Nova York ou Dubai até de grupos concorrentes.
Este aluno, de poucas palavras e discreto, é uma prova que vale a pena você se esforçar em não querer aparecer, e o principal: ter Lealdade do que manchar a sua imagem por alguns trocados ou benefício próprio.
Diante deste fato, posso dizer que tenho sorte de ter alguns bons alunos.
Mas, antes de encerrar, deixe eu lhe falar apenas uma observação:
-Estamos no seculo 21. É um mundo globalizado onde tudo se conecta. 
  Leal ou traidor, um dia a sua reputação será reconhecida. Então, vá em frente.





Transcrição da carta:


Sensei,

Shitsurei Shimassu.

Lembro-me da primeira vez que tive contato com o Instituto Niten. A convite de um amigo, fui assistir a uma aula de Kenjutsu e por acaso do destino (ou não), era treino de iaijutsu. Como estava ali, não queria perder a oportunidade de apreciar o treino. Observando atentamente os sempais puxando os katas com energia e convertendo num único e elegante movimento, senti um grande choque e nesse momento percebi que meu coração era Iai e era essa arte que queria fazer.

O Instituto Niten me proporcionou grandes momentos, graças ao companheirismo e respeito dos colegas e dos sempais; Os valores pregados e principalmente pelos Momentos de ouro com o Sensei e foi numa dessas oportunidades, quando tive a honra de conversar com o Sensei que me passou uma grande lição (#). Confesso que, por mais que tenha digerido sobre o assunto, não tive maturidade para entender o real significado.

O tempo passou e por motivos profissionais, fui obrigado a me afastar dos treinos, mas sempre carregava os bons momentos e os ensinamentos do Sensei. Numa certa ocasião, enfrentava uma grande batalha onde me vi cercado e quase sem alternativas para prosseguir, quando me lembrei daquele ensinamento (#) que na época não havia compreendido, veio como uma grande luz, fazendo repensar nas minhas estratégias.

Sei que o caminho é longo e tenho muito a aprender, mas seguramente sei quem sou e o que sou graças ao que aprendi (#) e por isso agradeço profundamente o Sensei pelos ensinamentos e pela oportunidade de mostrar o Iai e todo o benefício que obtive.

Domo Arigatou Gozaimashita.


Márcio Hiroshi Kikuti

13-fev-2014

Hidensho 43 - Terra à vista

"Hoje, ainda a pouco na Unidade Ana Rosa, foi um treino especial para mim.
Sempre li os relatos dos alunos e Coordenadores que tomam vários ippons do Sensei e escrevem relatos, hoje chegou a minha vez .

O Sensei estava lutando de Naginata (alabarda) e corri para colocar o Bogu (equipamento)!

Estava lutando com os outros alunos, quando chegou a minha vez de cruzar a espada com Sensei.
Ouvi:
“Dois ippon” (valendo 02 pontos)!¨
Entrei no combate com sentimento de vida ou morte e que iria dar trabalho para o Sensei, 
E o que aconteceu?
Tomei 2 ippons, estou tentando entender até agora de onde partiram os golpes!.
   
Depois dos golpes se fez ippomigui (todos alunos trocam de duplas) e eu achei que não iria mais lutar com Sensei, e para minha surpresa, fui chamado novamente. 
O Sensei disse: 2 ippons!

Foi uma vida que ganhei ali, e não queria desperdiçar novamente!

Mas dessa vez foram 6 golpes. 6 únicos golpes, consecutivos e diferentes.

Os golpes com a Naginata vinham tão rápido e ao mesmo tempo silenciosos e precisos.
Todas as lutas terminaram com um único golpe do Sensei. " Ippons"

É impressionante lutar com o Sensei pois a todo momento parece que existe algo além daquilo que os olhos podem ver.
Depois que o Sensei acertou o primeiro golpe, eu disse ¨Não vou levar outro aqui e vou mudar o meu jeito de lutar, para não levar outro golpe parecido.¨
Não adiantou, por mais atento que se estivesse, outro golpe entra, e depois outro… foram mais 6 Ippons.

De certo existe, ainda muito Caminho a percorrer, e segredos por trás desse manuscrito, o "Hidensho". Nós, discípulos, só podemos nos esforçar ao máximo para quebrar a sequência de ippons aplicados pelo Sensei. 
Hoje foram 8 Ippons.
Agora vamos aguardar de quem será o próximo relato.

Amanhã pode ser você a escrever este relato.
Se prepare!!! " -
Gilberto Vieira Coordenador (Ana Rosa)

Para se chegar ¨além daquilo que os olhos podem ver¨ é preciso coragem. Persistência. Fé.
Comparo este caminho com a época dos descobrimentos, quando o homem resolveu procurar o caminho das Índias.
Coragem para enfrentar as grandes ondas que tentam desestabilizar o navio;
persistência para suportar a fome ou o sol escaldante durante meses;
fé, e muita fé, para impedir que os fracos e covardes, centrados em seu egoismo, tentem convencê-lo a mudar a rota.
O Hidensho é a ¨terra à vista¨ onde estão enterrados os segredos para ser imbatível.
Definitivamente, uma ¨terra¨ só para os que querem mais do que ver.


Adaga do século 16 - Acervo do Sensei

11-fev-2014

Ideia em fato - Globo Portugal

Em um mundo onde Liberdade é a palavra de ordem e ficar ¨preso¨ a determinada forma ou pensamento era coisa do passado, chegamos na Europa.
Uma ideia que brotou há 20 anos, cujos alicerces estão intimamente ligados à antiga tradição e com os olhos voltados para o futuro, a liberdade de lutar, nasceu o Instituto.
O Instituto: onde a palavra de ordem é o resgate das tradições e dar vida, personalidade e liberdade a todos que o procuram.
Vida: Momentos de Ouro para mudar a vida;
Personalidade: o que importa não é ganhar medalhas, mas pintar um bom quadro;
Liberdade: assim como temos a opção de escolhermos nossos caminhos, também temos a liberdade para escolher nossas armas e nossos padrões de luta (kamae).
Europa: não me leve a mal, mas para mim, é motivo de grande orgulho.
Explico e você há de me compreender:
-Não é todo dia que temos uma boa ideia;
 o bom ainda é quando essa ideia se torna um Fato.

Arigato a todos os que me compreenderam e, em especial, aos que ¨carregam no peito¨, o Instituto lá na Europa.


07-fev-2014

R2 e o Shinhagakure

Matéria Publicada no Jornal Diário do Grande ABC - Domingo, 2 de fevereiro de 2014








"Jorge Kishikawa nasceu em São Paulo, mas visita o Japão há mais de 25 anos. Lá, conviveu com os últimos samurais e tem em seu currículo mais de 40 anos de treinamento com a espada. É da décima geração do estilo de Miyamoto Musashi. De família japonesa, começou a se interessar pelos valores de lá muito cedo. Procurou por pessoas com obstinação e decidiu conviver com os mestres. “Vê-los realizando determinada tarefa com perfeição, tentando diversas vezes até conseguir, acaba contagiando. É aquela velha frase: ‘Diga-me com quem tu andas e te direi quem és’. Eu andei com esse tipo de pessoa”, explica.
Kishikawa começou a conviver com os mestres aos 19 anos, quando realizou treinamento intensivo por quase um ano no Japão. Precisou trancar o curso de medicina para rodar com vários mestres e conhecer a personalidade de cada um. “Depois dos treinos, ficava acompanhando, tomava café, almoçava e ouvia as histórias que os pais e avós contavam para eles”, recorda. Segundo o sensei, com o convívio é que se aprende a sentar, olhar, comer, ouvir e falar de forma correta. 
Apesar de os samurais não se comportarem como guerreiros desde 1868, Kishikawa é considerado um, não por guerrear, mas por seguir essa filosofia de vida em tempo integral. “Há alguns anos, deixei de trabalhar como médico para me dedicar integralmente à espada”.
O Instituto Niten existe há mais de 20 anos e expandiu pelo simples fato de encontrar ‘loucos’ como ele, pessoas brilhantes que acreditam na filosofia e levam adiante o trabalho em outras cidades. “Sempre tive em mente que a minha vida é ir para frente, faça chuva ou sol. Não considero o que faço como trabalho. É minha paixão. As pessoas vêm até nós e, depois de passar por mim, não querem parar de treinar. Então, passam a praticar na própria cidade”.
 
 
 
O trecho da matéria onde se lê: 
 
¨ Procurou por pessoas com obstinação e decidiu conviver com os mestres. “Vê-los realizando determinada tarefa com perfeição, tentando diversas vezes até conseguir, acaba contagiando. É aquela velha frase: ‘Diga-me com quem tu andas e te direi quem és’. Eu andei com esse tipo de pessoa”, explica.
Kishikawa começou a conviver com os mestres aos 19 anos, quando realizou treinamento intensivo por quase um ano no Japão. Precisou trancar o curso de medicina para rodar com vários mestres e conhecer a personalidade de cada um. “Depois dos treinos, ficava acompanhando, tomava café, almoçava e ouvia as histórias que os pais e avós contavam para eles”, recorda. Segundo o sensei, com o convívio é que se aprende a sentar, olhar, comer, ouvir e falar de forma correta. ”
 
Adquiri conhecimentos que hoje em dia já não se vêem, ouvem e nem se fazem mais. Nem aqui, nem lá no Japão. 
Explico:

- Aqui, porque os descendentes, longe de sua terra natal, não tinham acesso a este tipo de cultura. Ou seja, cresceram com ¨cara de japonês¨, mas no fundo eram como cidadãos que nunca tinham estado no Japão.

- Lá no Japão, porque já após a 2ª guerra o Japão foi perdendo a sua identidade (por imposição americana) e os jovens (hoje senhores dos 60 e 70 anos) estavam mais interessados em absorver a cultura americana que preservar a nipônica.
 
Então esse era o cenário: na década de 80 e 90 lá estava eu. Sozinho ¨remando contra a maré¨ em busca do passado, do jeito que está escrito na matéria.
Passaram se alguns anos e o Niten crescendo, tive que escrever o Shin Hagakure, uma espécie de regulamento interno aos nossos alunos, pois unificar os pensamentos, sentimentos e atitudes era preciso. O Shin Hagakure, superando as nossas expectativas, foi bem recebido até pelo publico em geral. Gente que não treinava e leigos que nem conheciam a cultura japonesa me enviavam mensagens de agradecimento e alegria, simplesmente por ter sido transformados pelo livro.
A surpresa veio agora, no mês passado, quando recebi uma mensagem do nosso nobre apoiador,  General Akira Obara para conversarmos sobre o Shin Hagakure.
Para não alongar, vou resumir o que ele disse:
¨ Estive lendo o Shin Hagakure e vi que é um livro profundo no tocante a cultura militar. Na cultura militar, termos o R2- Continências e Honrarias, o regulamento onde está escrito como se portar quando acompanhado de superiores e inferiores, além da forma de conduzir um missão e outros assuntos. Vejo o Shin Hagakure como sendo um ¨R2¨ que vai a fundo nas atitudes e que todos nós, principalmente descendentes de japoneses e também militares deveríamos absorver.
Meus parabéns, me espanto em saber que o Sensei consegue levar estes ensinamentos aos seus alunos, pois hoje em dia não deve ser nada fácil..."
 
 
Sim. É profundo porque não foram apenas 25, como escrito na matéria, mas 30 anos.
30 anos ao lado dos Últimos Samurais é quase uma vida inteira para se escrever em um livro.
E, não. Não é nada fácil, mas a esta altura do campeonato, quando o mundo não pode mais me mudar, continuarei tentando eu, mudar o mundo...
 
   

06-fev-2014

20Anos - Kusarigamajutsu


Sensei Jorge Kishikawa - Kusarigamajutsu

05-fev-2014

Hidensho 42 - Sinfonia em 20 ipons

"En mi 4to viaje a Sao Paulo, hoy tuve la suerte de entrenar nuevamente con Sensei y acompañar a Senpai Impieri durante su Shugyo.
Para los que ya hemos pasado por esta experiencia, sabemos que debemos estar con todos nuestros sentidos en la lucha, porque los secretos de la espada son mostrados uno tras otro por Sensei.
Hoy, tuve la oportunidad de ver a Sensei, como un maestro que conduce una Sinfonía, donde cada movimiento era ejecutado con un ritmo impecable, y donde Sensei casi como si leyese una partitura sabia exactamente que haría incluso dos movimientos antes de ejecutar mi ataque o defensa. Más aún, tuve la fortuna de ver a Sensei aplicando Hidensho, 10 golpes de Nito simultáneos, men y do con espada larga y corta al mismo tiempo, casi como un director que hace un movimiento para que toda la orquesta haga un gran sonido!!
Luego, Sensei pidió que luchase con Naginata, algo completamente nuevo para mi. Sentí nuevamente la mente de principiante!! La misma sensación de cuando coloque bogu por primera vez o cuando tome shinai por primera vez.
Y mas aun cuando Sensei lucho con naginata. Estaba ciego antes los movimientos precisos de Sensei. Así como cuando llegaron los españoles es sus carabelas y los indígenas no las veían dado que no entendían lo que estaba frente a sus ojos. Una vez mas fue desarmado solo por la energía que Sensei transmite en la lucha, llevando mas de 20 ippons seguidos.

Creo que Hidensho no solo otorga una tecnica imbatible sino un espirito invencible. ¨

Garrido (Unidade Chile)


                                Xícara do acervo do Sensei


Piano, sax, gaita ou bateria.
Todos eles fazem parte de uma grande orquestra além de violoncelos, trompetas e flautas.
Cada um deles, tal como os kamae (posição de guarda) do Kenjutsu (que são mais de dezenas), tem a sua beleza.
Uma espada, duas espadas, adaga, alabarda e as variações infinitas que podem ser interpretadas.
Estou falando de arte.
Arte a aqueles que querem ouvir e daqueles que querem ver.
Pois será perda de tempo mostrar uma pintura a um cego que não quer ver bem como tocar uma sinfonia para um surdo que não quer ouvir...

30-jan-2014

Aqui a vida acontece.

Bons fluidos, boa energia ou alto astral.
Não importa o nome a que se dê a razão de uma transformação para melhor, mas aqui as coisas boas acontecem. A vida acontece.
Em contraste com a maior parte do mundo, onde o turbilhão do furacão força toda a manada a correr para o alto do precipício, aqui no Niten os alunos encontram o repouso do guerreiro em um plano diferente e impar : no olho do furacão.
Édio iniciou a senda do treinamento em São Paulo, tendo se mudado para Salvador por motivos profissionais há mais de 10 anos.
Na época, como um bandeirante que foi desbravar as matas selvagens, começou o Niten na capital baiana.
Já se passou mais de uma década e é mais que natural que a vida tenha construído muitas histórias por lá, ao longo do tempo.
Mas esta, sem dúvida, é muito emocionante: 

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Aqui a vida acontece.





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